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Crítica | Dragon Ball – Arco 02: Red Ribbon

por Guilherme Coral
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estrelas 4

No primeiro arco de Dragon Ball fomos apresentados ao enérgico Goku, um pequeno menino talentoso em artes marciais e totalmente ingênuo, que viveu toda sua vida à parte da sociedade. Acompanhamos o garoto do momento que ele conhece Bulma e descobre da existências das Esferas do Dragão até o treinamento de artes marciais. Durante toda essa jornada, Akira Toriyama nos introduz aos poucos os elementos que ele desenrolaria ao longo de sua história, que começa, neste segundo arco, a ganhar uma unidade.

Neste, Goku está em busca da esfera de quatro estrelas, a única lembrança deixada pelo seu avô. Bem cedo, contudo, ele descobre que o chamado exército mais cruel do mundo, Red Ribbon, também está atrás das Dragon Balls. Não é de nenhuma surpresa que, a partir daí, ocorrem diversos embates entre o menino inocente e tal força. Se no primeiro arco havia uma sensação de diversas histórias compiladas em uma só, neste segundo o inimigo constante é um fator de união dramática que, de forma fluida, conduz a trama. Desta vez não vemos espaçamentos de tempo entre certos capítulos – tudo ocorre de maneira contínua.

Depois de treinar com Mestre Kame, desviar de balas é mole

Depois de treinar com Mestre Kame, desviar de balas é mole

Ainda assim, esta segunda história possui subtramas bastante claras, mas que não tiram a unidade da narrativa. O que elas garantem é uma diferença no tom do mangá. Na primeira parte Goku está sozinho e logo sentimos falta da interação do personagem com Bulma, Yamcha, Mestre Kame ou Kuririn. Essa falta acaba tornando a leitura mais lenta, chegando a ser quase repetitiva. Felizmente, contudo, alguns dos personagens que aprendemos a gostar reaparecem, ao mesmo tempo que outros novos (não só vilões) marcam sua entrada na série. Aqui não posso deixar de mencionar os personagens de Dr. Slump, outro mangá de Toriyama, que fazem uma inesquecível ponta.

Diversos elementos importantes para a série também fazem sua primeira aparição em Red Ribbon. O mais significativo desses é a possibilidade de se reviver uma pessoa utilizando as esferas do dragão, algo que se torna recorrente conforme a trama adota um tom mais sério. Vale lembrar que tal mudança de tom se dá de forma gradativa e já pode ser notada logo nessa história, ao passo que ela exibe a primeira morte (não retratada de forma cartunesca) da franquia. Ao mesmo tempo nos são apresentados vilões de personalidade mais cruel, como o assassino Tao Pai Pai ou o impiedoso General Blue.

É através desses inimigos que Toriyama demonstra grande parte de sua criatividade, nos oferecendo não necessariamente oponentes fortes, mas que possuem uma vantagem em relação ao protagonista, como é o caso de General Blue. Porém, aqui também notamos uma queda de qualidade em relação ao primeiro arco no quesito da resolução de tais lutas que muitas vezes não se dão de maneira criativa como vimos no Tenkaichi Budokai. Ainda assim são divertidas o suficientes para entreter e prender o leitor.

O cruel Tao Pai Pai

O cruel Tao Pai Pai

O estilo de desenho de Akira se mantém cartunesco, proporcionando diversas risadas, principalmente através das expressões bem representadas dos personagens. Seu universo criado, que mescla o antigo com o futurista é utilizado de ótima maneira, ainda mais ao ser misturado com a inocência de Goku, que pouco conhece do mundo à sua volta.

O caráter introdutório se foi e agora conseguimos enxergar a história de Dragon Ball seguindo uma linha bem definida. O segundo arco do mangá mantém toda a qualidade do primeiro ao mesmo tempo que se aprofunda no universo criado por Toriyama. Definitivamente prende qualquer leitor que tenha apreciado o Treinamento de Son Goku e, de fácil leitura, pode ser lido de uma vez só. Aos poucos Goku cresce e nosso gosto pelas suas aventuras também.

Dragon Ball – Arco 02: Red Ribbon
Roteiro: Akira Toriyama
Arte: Akira Toriyama
Lançamento oficial: Japão, 1984
Lançamento no Brasil: 2012 (Edição da Panini)
Editora: Panini
Capítulos: 55 – 112

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