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Crítica | Eu Sou Groot – 1ª Temporada

Fofuras e diabruras.

por Ritter Fan
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Eu Sou Groot é uma coleção de cinco curtas animados em computação gráfica de cinco minutos cada estrelados pelo Baby Groot (voz de Vin Diesel) que se passam na continuidade do Universo Cinematográfico Marvel, ainda que isso não seja lá muito importante pela maneira não intrusiva e completamente independente como eles são estruturados. É de se reparar, inclusive, que não há sequer uma ordem exata para assisti-los, com a única recomendação – por pura aplicação de lógica – sendo começar por Os Primeiros Passos de Groot, já que é neste curta que vemos o personagem sair de seu vaso pela primeira vez e dar os proverbiais primeiros passos por si mesmo.

Todos os curtas são capitaneados – na direção e no roteiro – por Kirsten Lepore, cineasta talvez mais conhecida por seus trabalhos em stop-motion, o que é sempre algo valioso para o cuidado que ela demonstra em cada frame das historinhas fofas protagonizadas pela plantinha mais famosa do audiovisual. Apesar de curtos, os filmetes têm designs suntuosos e CGI fotorrealista que mantém exatamente o mesmo mini-Groot que vemos pela primeira vez ao final de Guardiões da Galáxia, Vol. 1 e que ganha desenvolvimento no Vol. 2.

Cada história é independente e bem diferente da outra, ainda que alguns cenários, notadamente os interiores da nave dos Guardiões e, claro, a aparição de Rocket Raccoon (Bradley Cooper) em um episódio (Obra-Prima), sejam completamente familiares, o que pode ser importante para muita gente que leva continuidade realmente a sério. No primeiro curta, Os Primeiros Passos de Groot, não só vemos como exatamente ele sai de seu vaso pela primeira vez, como existe um divertido embate entre ele, um planta senciente com uma planta… normal, mais especificamente um frondoso bonsai que os robôs cuidadores da nave providenciam para substituí-lo, imediatamente causando ciúmes no pequeno Flora Colossus. Já nesse curta vemos a natureza travessa de Baby Groot que, de certa maneira, tende a ser até maldosa, por vezes lembrando-me do nosso Saci.

Em O Carinha, talvez o melhor dos cinco curtas, Grootinho está na superfície de um planeta brincando quando encontra uma colônia de pequeninos Grunds que não parecem mais do que cupins, mas que logo demonstram ter tecnologia suficiente para se defender do que eles percebem como uma ameaça gigantesca. A inversão da lógica de tamanho é bem-vinda e o final, digamos, “trágico” da história toda só reitera esse lado mais maldoso – ainda que talvez inocente – do jovem protagonista. A Busca de Groot coloca a futura árvore contra uma entidade alienígena capaz de mudar de forma chamada Iwua (Trevor Devall) que começa um “duelo” de dança. Não é lá o mais inspirado dos curtas, mas o lado maldoso de Groot fica bem evidente em seu final.

Groot Toma Banho é, talvez, o mais genuinamente engraçado de todos os curtas, ao mesmo tempo que é o mais visualmente interessante, com Grootinho, como o título indica, tomando banho em uma poça de lama com consequências imprevisíveis que o diverte e nos diverte ao mesmo tempo. Por último, Obra-Prima coloca o jovem graveto fazendo o que muita criança faz: uma colagem de seus pais. No caso, ele usa todo tipo de material que encontra na nave para desenhar os Guardiões da Galáxia, o que inclusive pelo da cauda de Rocket e causar uma explosão. É o único curta com participação de outro Guardião, mais especificamente Rocket, como mencionado anteriormente.

Os cinco curtas dependem do equilíbrio entre fofura e diabrura de Baby Groot combinadas com a qualidade do design e da animação, com Lepore acertando em cheio em todos os quesitos, ainda que haja uma natural oscilação de qualidade entre cada breve filme. Sem dúvida alguma, Groot mostra-se como uma fonte praticamente inesgotável de diversão para crianças e adultos, com potencial para diversos novos curtas que espero que venham no futuro, talvez até lidando com a versão um pouco mais crescida do personagem para fins de variedade narrativa.

Obs: Que decisão mais cretina do Disney+ de lançar os curtas separadamente e não debaixo de um nome/aba único…

Eu Sou Groot (I Am Groot – EUA, 10 de agosto de 2022)
Direção: Kirsten Lepore
Roteiro: Kirsten Lepore
Elenco: Vin Diesel, Bradley Cooper, James Gunn, Trevor Devall, Bob Bergen, Terri Douglas, Scott Menville, Kaitlyn Robrock, Fred Tatasciore, Kari Wahlgren, Matthew Wood
Duração: 25 min. (cinco episódios)

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