Home TVEpisódio Crítica | Falcão e o Soldado Invernal – 1X02: The Star-Spangled Man

Crítica | Falcão e o Soldado Invernal – 1X02: The Star-Spangled Man

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Apesar de um começo claudicante, Falcão e o Soldado Invernal engrena com The Star-Spangled Man, episódio que não perde tempo em reunir a dupla titular e em trabalhar com mais detalhes John Walker, o novo Capitão América (Wyatt Russell), personagem que parece ter sido meticulosamente criado para odiarmos com todas as nossas forças, especialmente depois que sua introdução nos segundos finais de New World Order tornou-se meme instantâneo. Claro que grande parte dessa predisposição anti-Walker vem do fato de ele parecer um intruso completo que jamais poderia sequer ter chance de ser o escolhido para seguir com o legado de Steve Rogers, mas o roteiro de Michael Kastelein também não se faz de rogado em nos fazer vê-lo sob uma luz no mínimo duvidosa.

O que ajudou bastante o episódio foi a eliminação da subtrama “Bubba-Gump” de Sam Wilson e sua irmã que pouco contribuiu para a trama, deixando o que havia de realmente interessante, o tratamento psiquiátrico obrigatório de Bucky e seus conhecimentos adquiridos ao longo de 70 anos trabalhando para a Hydra. Claro que era inevitável que a estrutura básica de buddy cop fosse criada, com os dois se bicando o tempo todo e trabalhando juntos muito a contragosto, o que resulta em uma boa – mas não ótima – “terapia de casal” sob a supervisão da Dra. Christina Raynor (Amy Aquino). É o clichê que já vimos centenas (milhares?) de vezes nos mais diversos filmes e séries ganhando uma roupagem super-heróica que sem dúvida diverte, mas que não oferece nada realmente diferente ou especial.

A missão dos dois contra os Apátridas, grupo vilanesco que continua muito sem graça, é o ponto alto de ação do episódio, assim como o começo do anterior, algo que ganha ainda mais relevo por ser a primeira vez que vemos Walker e seu parceiro Lemar Hoskins, o Estrela Negra (Clé Bennett vivendo mais um personagem tirado lá do fundo do baú da Marvel Comics) arregaçando as mangas para exibir suas habilidades, com um surpreendente bom uso do icônico escudo. Tudo bem que os quatro acabam não sendo páreo para os oito super-soldados que os atacam, mas isso já era esperado. O que realmente interessa é o que segue daí, com Walker tentando insistentemente recrutar os ex-sidekicks da persona que adotou para não só facilitar seu trabalho, como para legitimar seu codinome e uniforme, exatamente o que precisávamos para detestar o personagem de uma vez. Será no mínimo interessante ver como a dinâmica agora de duas duplas rivais com um mesmo objetivo será tratada nos episódios seguintes, especialmente com a entrada de Helmut Zemo na jogada.

Falando em cavoucar o baú da editora, a visita de Bucky e Sam a Isaiah Bradley (Carl Lumbly), o Capitão América negro dos quadrinhos, foi um toque interessante que, porém, foi muito rapidamente deixado de lado. Espero fortemente que essa parte da mitologia retorne à série, pois o momento do encontro dos dois antigos inimigos tipicamente precisava de um flashback para a luta dos dois durante a Guerra da Coréia, o que emprestaria um verniz histórico que, muito sinceramente, está faltando ao trabalho de Malcolm Spellman, de forma a realmente usar as décadas do Soldado Invernal como assassino.

Independente das boas referências aos quadrinhos que vem sendo bem utilizadas e não parecem forçadas, creio que a série, já tendo esgotado seu terço inicial, ainda não conseguiu empolgar de verdade. Sim, a história andou bem aqui, sem enrolações e sem dramas pessoais exagerados, mas falta algo que a retire do lugar-comum, daquela classificação de série muito bem produzida, mas que tem ares genéricos e que procura se sustentar na reputação de seus protagonistas advindos do bem-sucedido Universo Cinematográfico Marvel. Talvez a entrada efetiva de Daniel Brühl seja o que eu esteja esperando para quebrar a aparência de normalidade ou talvez um desenvolvimento substancialmente maior dos Apátridas ou até mesmo a “queda” vertiginosa de John Walker como o Capitão América, não sei muito bem. O que eu sei é que, apesar de The Star-Spangled Man ter sido superior a New World Order, ambos andam de mãos dadas na categoria de série de consumo rápido feita para ser esquecida assim que os créditos começam a subir. Isso não é exatamente um problemão, claro, mas não deixa de desapontar um pouco.

Falcão e o Soldado Invernal – 1X02: The Star-Spangled Man (The Falcon and the Winter Soldier – EUA, 26 de março de 2021)
Criação e showrunner: Malcolm Spellman
Direção: Kari Skogland
Roteiro: Michael Kastelein
Elenco: Sebastian Stan, Anthony Mackie, Wyatt Russell, Clé Bennett, Danny Ramirez, Carl Lumbly, Erin Kellyman, Desmond Chiam, Dani Deetté, Amy Aquino
Duração: 49 min.

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