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Crítica | Falcão e o Soldado Invernal – 1X03: Power Broker

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Chega a ser engraçado o quanto a Marvel Studios se esforça para fazer com que os fãs criadores de teorias sacudam a internet o máximo possível com a possibilidade de entrada dos mutantes no Universo Cinematográfico Marvel por meio de suas novas séries. Foi assim em WandaVision e, agora, com o uso de Madripoor, cidade fictícia dos quadrinhos com enorme conexão com os portadores do gene X da editora. Se há ou não relação, não tenho a menor ideia, mas é interessante ver o rebuliço causado pelo simples uso de uma palavrinha…

Seja como for, Power Broker foi um episódio movimentado – bem movimentado! – de Falcão e o Soldado Invernal em que não só o Barão Zemo (Daniel Brühl) foi libertado da prisão por Bucky de maneira talvez simples demais, como ele se torna, instantaneamente, o melhor amigo da dupla, usando sua fortuna para ajudar na investigação sobre a origem do soro do super-soldado, o que desloca a ação para a já citada Madripoor. Além disso, Sharon Carter (Emily VanCamp), aparentemente a única heroína do UCM a ser castigada por seus atos, envolve-se na ação por ser refugiada no país em posição de extremo conforto e destaque que nos faz automaticamente suspeitar que o tal Mercador do Poder é, na verdade, a Mercadora do Poder, mas isso pode ser apenas justamente o que o roteiro quer nos fazer pensar.

Mas a grande verdade é que a dinâmica entre Sam e Bucky melhorou muito com Zemo e Sharon partilhando do espaço quase exclusivo que eles tinham, tornando o episódio muito mais fluido e eficiente que os dois anteriores. Ajuda muito que Zemo continue sendo o mesmo sacana de sempre, com um roteiro levemente mais cômico que emprega bem os dotes dramáticos cínicos de Brühl como o cara que parece estar se divertido demais às custas dos super-heróis panacas ao lado dele, especialmente nos momentos em que ele “usa” Bucky como seu capanga. E isso sem contar que ele próprio também pode ser o Mercador do Poder, diga-se de passagem. Claro que o fan service rolou solto com o uso completamente aleatório da icônica máscara roxa da versão em quadrinhos do personagem, mas isso não atrapalhou muito a ação constante e literalmente explosiva que não perdeu tempo em localizar a origem do soro e estabelecer o caos completo.

Outro ponto positivo é que os Apátridas tornaram-se levemente menos genéricos, com um investimento de tempo maior na construção de Karli Morgenthau como uma líder capaz de qualquer coisa por sua causa. Confesso que a aparência muito jovem de Erin Kellyman não me deixa ficar convencido totalmente de suas intenções, sejam elas boas ou más (provavelmente mais para as últimas depois de ela explodir aquele carro), ao mesmo tempo que eu simplesmente não consigo não ver Pecado, a filha do Caveira Vermelha dos quadrinhos, ali (não estou de forma dizendo que ela é, apenas que eu não consigo não vê-la de outra forma, vai entender…). Pelo menos agora o grupo terrorista tem contornos mais relacionáveis que os tornam minimamente interessantes, com ênfase no “minimamente”.

O pouco de tempo que foi dedicado a John Walker também me pareceu bem empregado, pois o objetivo foi colocá-lo em rota de colisão com Sam e Bucky ao redor da fuga de Zemo e, claro, da investigação. E o melhor é que o texto de Derek Kolstad não recorre à saída fácil de criar uma falha inerente no personagem. Muito ao contrário, há legitimidade no vindouro conflito do novo Capitão América e de seu parceiro Estrela Negra contra o Falcão e o Soldado Invernal, o que torna tudo muito mais complexo e, claro, interessante, com o potencial de ser justamente o resultado desse conflito que levará Walker a desviar-se do caminho altivo do símbolo que passou a representar.

No final das contas, quem acabou ficando à sombra do restante da história e dos personagens que reentram no UCM foi justamente a dupla titular que, como personagens, permaneceram exatamente da mesma forma, sem progredir narrativamente, o que é sempre um sinal negativo considerando que já estamos na metade da minissérie. Não que fosse essencial esse desenvolvimento, até porque o episódio já foi bem recheado de ação e novas informações, mas, em tese, essa é a série deles e eles deveriam puxar a banda.

Power Broker cumpre a promessa de que Brühl ajudaria a levantar a série e coloca a história nos trilhos para sua segunda metade. Pela celeridade que Kari Skogland conseguiu imprimir aqui, já não tenho mais muito receio de que os episódios restantes darão conta de tudo o que é necessário para fechar o arco narrativo, ainda que pontas soltas sejam inevitáveis e até desejáveis. Resta só saber qual será a próxima pista sobre “a entrada dos mutantes” que a Marvel Studios soltará…

Falcão e o Soldado Invernal – 1X03: Power Broker (The Falcon and the Winter Soldier – EUA, 02 de abril de 2021)
Criação e showrunner: Malcolm Spellman
Direção: Kari Skogland
Roteiro: Derek Kolstad
Elenco: Sebastian Stan, Anthony Mackie, Wyatt Russell, Clé Bennett, Danny Ramirez, Carl Lumbly, Erin Kellyman, Desmond Chiam, Dani Deetté, Amy Aquino, Daniel Brühl, Emily VanCamp
Duração: 54 min.

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