Home TVEpisódio Crítica | Fear the Walking Dead – 7X13: The Raft

Crítica | Fear the Walking Dead – 7X13: The Raft

Mais outro roteiro escrito para testar nossa resistência...

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leia, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Sherry e Dwight encontraram uma razão para lutarem para sair do cano de esgoto onde estavam preparados para morrer e eu me peguei pensando exatamente a mesma coisa: que razão que eu tenho para continuar acompanhando esse esgoto de série ? Sério. Eu já não acompanho mais a série mãe desde a metade da sétima temporada (que eu me lembre) e não vi e nem verei o outro derivado que arrumaram de inventar ou os demais que virão por aí. Se eu quero zumbi, tenho Black Summer e Kingdom para esperar salivando. Se eu quiser mesmo The Walking Dead, eu posso reler os quadrinhos ou rever as primeiras temporadas da série principal. E dois – não um! – de meus colegas aqui do site já se ofereceram para assumir meu fardo (viu, eu não sou maluco sozinho…). Então fica a pergunta: por que raios eu estou aqui assistindo esse martírio e escrevendo críticas logo em seguida?

Certamente não é para ver o pior tipo de drama vagabundo possível, com essa historinha safada da gravidez de Sherry. E não, a gravidez não é o problema, mas sim todo o “ritual” que foi ela finalmente revelar a Dwight que talvez ela estivesse grávida. “Talvez” é a palavra-chave, pois ela revelou um talvez apenas. Já pensaram nisso com calma? Algo como “amor, eu talvez esteja grávida, ok?”. Quem é que diz isso a alguém? Mesmo em um apocalipse zumbi. E, pior ainda, com um teste de gravidez feito, mas não lido. E, depois de “foge aqui, se esconde ali”, eis que os dois estão na exata mesma situação de Alicia quando ela perdeu o braço e PIMBA, vamos lá ver que resultado deu, pois aí podemos morrer não os três, mas os quatro logo cheirando a fezes… Haja paciência para esse draminha de primário, viu?

Certamente também não foi para ver Wes tornar-se, como em um passe de mágica, o segundo-em-comando durão, de voz empostada, grande lutador, de Strand. Colocar aquele sujeito pacato que deu piti moralista quando Luciana resolveu manipular Daniel como o poderoso sub-chefão foi risível. Quem é Wes na fila do pão mesmo? Um pintor que matou o irmão porque o irmão era malvado? Um borra botas que mal ganhou algum tipo de desenvolvimento na série? E o que ele quer provar fazendo o que ele está fazendo? E que papinho é aquele de sobrevivência a qualquer custo? Será que estamos vendo um personagem sendo “cozinhado” de forma que, na hora H, ele traia Strand e salve os ex-amiguinhos se sacrificando? Pois eu já estou revirando os olhos de antemão…

E mais certamente ainda não foi para acompanhar Morgan-Pela-Estrada-A-Fora-Eu-Vou-Bem-Sozinho levando a horda dos zumbis que cercavam a torre de Strand para o buraco quente da explosão nuclear. Sei que já estamos há anos e anos de fim de mundo na série e que todo mundo está acostumado a ver e a enfrentar desmortos, mas daí o cara andar livre, leve e solto levando a tiracolo milhares de zumbis é algo que, confesso, me fez rir na primeira vez que vi no episódio, me irritou na segunda vez e me fez procurar o celular para ver se alguém tinha me mandado alguma piada idiota para eu poder responder com algum emoji qualquer na terceira (eu nem sei fazer isso direito, vale dizer, então o ponto disso é o esforço mental necessário que me desviasse a atenção…).

Finalmente, certamente não foi para ver a semi-zumbi Alicia aparecer do nada (como é que ela explodiu aquele carro, com uma bazuca???) resmungar pelos cantos e andar arrastando os pés e olhando com olhar de peixe morto como se ela fosse a maior vítima de todas ali para ajudar com má vontade Morgan a livrar-se da horda. Gente, eu posso ter deixado passar algo, mas qual é o problema dessa moça, hein? Sei que ela tem ficado febril pela inexplicável mordida zumbi que não a transformou em um e sei que ela passou por um monte de tragédia pessoal, inclusive a perda de um braço, mas WTF ela quer? Fica parecendo aquele novelão mexicano em que o personagem para raio de desgraça, no minuto final, olhando para a câmera, grita “sigam-me” para um bando de maltrapilho que passa a andar atrás dele coo uma mini-horda de zumbis. Ih, peraí, foi isso que aconteceu ao final, não? Voltamos ao México, é isso?

Sei que me perdi na crítica e me perdoem por isso, mas, de novo, eu não estou grávido e, se tivesse, provavelmente não teria que ver uma série de TV para que tudo desse certo com meu rebento. Fico caçando alguma justificativa para assistir FTWD e tudo que consigo concluir diz coisas muito ruins de mim mesmo e eu prefiro ficar quieto. Pelo menos eu sei que tem vocês, meus leitores fieis, ou para me estapear virtualmente de forma a me tirar desse torpor e me dizer que eu estou doido, que a série é muito boa (tem alguém aí que acha isso?), ou para sofrer comigo a cada semana em que vemos radiação ser usada na base do “agora sim, agora não”, com direito a roupinha de bebê de chumbo, mas que deixa as perninhas dela de fora e outras imbecilidades do tipo. Faltam três episódios (dois para os apressados – porque alguém correria para ver essa série???) para que eu possa descansar um pouco até o recomeço do suplício. Ei, taí. Acho que achei minha razão para continuar vendo essa joça: tem férias logo depois, férias essas que podem ser usadas para algum tratamento psiquiátrico intensivo (talvez se eu bater vezes suficientes com a cabeça na parede resolva, não?) para ver se eu me desfaço dessa série e entrego a um dos (outros) doidos que se candidataram a escrever!

P.s.: Esses showrunners acham que enganam alguém mandando Morgan embora no bote salva-vidas juntamente com Mo? Não demora e o sujeito volta, então ficar dando essas esperanças ao espectador chega às raias da maldade…

Fear the Walking Dead – 7X13: The Raft (EUA, 15 de maio de 2022)
Showrunner: Andrew Chambliss, Ian Goldberg
Direção: Gary Rake
Roteiro: Nazrin Choudhury, Nick Bernardone
Elenco: Lennie James, Alycia Debnam-Carey, Maggie Grace, Colman Domingo, Danay García, Austin Amelio, Mo Collins, Alexa Nisenson, Karen David, Christine Evangelista, Colby Hollman, Jenna Elfman, Keith Carradine, Rubén Blades, Omid Abtahi, Demetrius Grosse, Aisha Tyler, Sydney Lemmon, Gus Halper
Duração: 45 min.

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