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Crítica | Galaxy Rangers – 1X01: Phoenix

Cowboys do espaço.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 01
Número de episódios: 65
Período de exibição: 14 de setembro a 11 de dezembro de 1986
Há continuação ou reboot?: Não.

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Galaxy Rangers é, definitivamente, uma animação fora da curva em sua época. Não só ela segue o estilo japonês dos chamados animes, apesar de ser americana mesmo que o estúdio de animação em si tenha sido o Tokyo Movie Shinsha, como ela é uma ficção científica mais contemplativa que tem sua base narrativa fortemente inspirada, até onde posso perceber, pela franquia Star Trek, só que com uma ambientação de faroeste espacial. O resultado é visualmente muito interessante e os roteiros – algo evidenciado já no piloto, aqui analisado – ganham uma camada maior de polimento e complexidade, ainda que mantenha as crianças como público alvo.

Sua base Trekker vem da cooperação entre espécies alienígenas em um ambiente de aliança galáctica, com uma nave contendo dois alienígenas – um andoriano e um kirwi – vindo para a Terra no futuro para pedir nossa ajuda para impedir o avanço da Coroa, um império maligno, em troca oferecendo tecnologia, mais especificamente o motor de dobra, exatamente como fazem os Vulcanos. Quando a ação começa, tudo isso é passado e a aliança já é algo concreto e bem estabelecido, com a Terra tendo expandido para “planetas de fronteira” e criado os Galaxy Rangers que, como o nome indica, são xerifes e delegados espaciais, com direito a uniforme futurista, mas baseado nos de faroeste e, claro, cavalos mecânicos, aparentemente um meio de transporte eficiente.

O piloto, laconicamente intitulado Phoenix, lida com a nave pilotada pelo Galaxy Ranger Zachary Foxx (Jerry Orbach), que leva sua família (esposa e dois filhos) e dois alienígenas das raças acima mencionadas, Zozo (Bob Bottone) e Waldo (Henry Mandell) em uma missão de reconhecimento a uma colônia que é atacada primeiros pela Coroa e, em fuga, pelo fora-da-lei Capitão Kidd. Em meio à pancadaria cheia de reviravoltas, inclusive no que se refere ao suposto vilão Kidd que, na verdade, não tem aliança fixa, a esposa de Foxx é sequestrada, com o episódio, então, sendo encerrado com a criação de um grupo especial de Galaxy Rangers liderado por Foxx para singrar a galáxia atrás dela e de outros humanos sequestrados pela Coroa.

O que chama atenção no piloto é que ele tem pouquíssima preocupação com os Galaxy Rangers em si. Claro que Zachary Foxx ganha destaque, mas ele é o único Ranger que realmente conhecemos tanto diretamente, como por intermédio de sua família e aliados. Os demais membros do grupo, cada um como habilidades biônicas e psiônicas especiais, são introduzidos exatamente como acontece no piloto de SilverHawks: de maneira fria e basicamente em um passe de mágica, sem que haja tempo para o espectador os conhecerem para além de suas aparências e poderes. A diferença é que todo o começo de SilverHawks é estranho, ao passo que só os dois minutos finais de Galaxy Rangers é assim, com todo o restante servindo para estabelecer uma mitologia coesa, que facilmente engaja o espectador que estiver procurando mais do que alguma banalidade qualquer típica das animações dos anos 80.

A construção de mundo é o destaque e nisso o piloto também se aproxima do estilo mais contemplativo – por vezes didático – de Star Trek, mas sem esquecer da ação que, porém, aqui, fica restrita a breves e um tanto quanto confusas batalhas espaciais envolvendo a Phoenix, a nave de Kidd e a da Coroa, em uma sucessão de pequenas reviravoltas que compõem a narrativa até o ponto em que voltamos à Terra e Zachary Foxx ganha sua equipe especial um tanto quanto abruptamente. Teria sido bem mais interessante se a equipe só aparecesse no episódio seguinte, de forma que as consequências do ataque da Coroa pudessem ganhar alguns minutos de destaque, de forma que a formação da equipe fosse mais orgânica, ainda que isso não atrapalhe completamente a apreciação dos detalhes cuidadosos da produção.

Galaxy Rangers – 1X01: Phoenix (The Adventures of the Galaxy Rangers – 1X01: Phoenix – EUA, 14 de setembro de 1986)
Criação:
Robert Mandell
Direção: ?
Roteiro: Robert Mandell
Elenco (vozes originais): Jerry Orbach, Robert Bottone, Alexander Marshall, Maia Danziger, Corinne Orr, Laura Dean, Earl Hammond, Ray Owens, Hubert Kelly, Doug Preis, Henry Mandell
Duração: 22 min.

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