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Crítica | Game of Thrones – 6X01: The Red Woman

por Iann Jeliel
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The Red Woman

  • Contém SPOILERS. Leia aqui as críticas das demais temporadas e/ou episódios.

Diferente da season premiere da quinta temporada, a sensação passada por The Red Woman não é mais de uma insegurança sobre qual será o destino traçado para alguns personagens ao longo do restante da temporada, apesar da falta de material base para conduzi-la daqui para a frente. A organização de tabuleiro parece muito bem definida para ser os passos primários que irão levar aos fins da série. Ao mesmo tempo, tratando-se de um episódio inicial, há poucos movimentos mais ousados de trama, talvez porque pela primeira vez, não há um senso de consequência tão evidente com relação ao impacto do ano anterior, visto que, claramente, as ações perpetuadas por Mother’s Mercy não levaram a nenhum fim prático, comportando-se mais como ponto base de uma virada de chave, que poderia ter sido melhor progredida nesse episódio, embora eu entenda que existe aí uma necessidade de puxar a audiência com certos suspenses.

Por exemplo, fica evidente que Jon Snow (Kit Harington) não morreu de fato. O episódio em nenhum momento implode a possível crise política de sua morte na Patrulha da Noite, o núcleo em si se resume a conversas de Davos (Liam Cunningham) sobre a capacidade de Melisandre (Carice van Houten) para reverter a situação, o que se confirma na cena final, a única em que ela aparece de maneira safada para ser um cliffhanger recompensador ou momento “bombástico” do episódio, mostrando sua verdadeira forma. Embora tenha sido totalmente gratuita e não acrescente nada aos movimentos da trama do episódio, é um fan service que se alia às queixadas que o episódio dá sobre o retorno próximo de Jon Snow, possivelmente sendo ela a responsável por invocar o senhor da luz que deve ressuscitá-lo, já que sua jornada ainda tem caminhos a serem percorridos, como ajudar Sansa (Sophie Turner) a recuperar o norte das mãos dos Bolton.

Gosto bem da cena de Sansa fugindo com Theon (Alfie Allen) na neve. Há uma construção de tensão geográfica interessante, o frio intensificado pelo atravessar do lago congelado, culminando neles sem saída e hipotérmicos frente aos soldados de Ramsay (Iwan Rheon), quando Theon até tenta se sacrificar para dar uma chance para Sansa, que não corresponde. É preciso chegar os gloriosos deus ex-machina, Brienne (Gwendoline Christie) e Podrick (Daniel Portman), para resgatá-los de forma grandiloquente, rendendo a ação protocolar do episódio de uma série que precisa ser cada vez mais pop, mas tudo bem, é uma cena legal e que já se fecha traçando o destino do quarteto para a muralha ao encontro de Jon para o intuito mencionado. Enquanto isso, há outros núcleos que progridem quase nada ou muito pouco, como é o caso de Arya (Maisie Williams), ganhando uma ceninha só para apanhar cega (de novo), ou a Cersei (Lena Headey) reagindo após saber da morte de sua filha em Dorne.

Dorne que ganha uma ceninha fechando a imensa chatice que foi esse núcleo na temporada anterior, com o golpe de estado de Ellaria (Indira Varma) para cima do Rei Doran (Alexander Siddig) enfim se realizando, matando-o e seu filho em uma tacada só e escanteando o núcleo de possíveis novas conexões com os mais importantes (ainda bem). Por outro lado, o Alto Pardal (Jonathan Pryce) – outro núcleo extremamente desinteressante a meu ver – ganha mais ênfase de duração, com uma possível aliança com a rainha Margaery (Natalie Dormer), que parece começar a compreender a metodologia do religioso e enxergar que o melhor caminho é se unir a ele. Ao menos, existe ainda dubiedade aí, e é preciso que tenha para que o embate com Cersei tenha fôlego para a temporada inteira sem parecer uma regressão dos avanços da personagem até o momento. E acredito que essa aliança seja sim um ponto de virada.

Igual a  Daenerys (Emilia Clarke) voltar a ser serva dos Dothraki momentaneamente para voltar mais forte. Talvez o melhor momento do episódio esteja aí. É interessantíssimo ver o contraste da reatividade da personagem agora com o que ela já foi no passado. E esse núcleo tem tudo para não parar o diálogo por aí. Não duvido nada que ao fim dessa jornada de retorno às origens Daenerys não traga as origens com ela para reconquistar o que já foi conquistado das mãos dos filhos de Harpia e dar mais um novo passo rumo ao trono. Há até uma cena de Tyrion (Peter Dinklage) e Varys (Conleth Hill) conversando sobre a repercussão de seu desaparecimento, ainda acalorada, ou seja, isso não irá demorar muito para acontecer, tal como o possível retorno de Snow. O próximo episódio deve colocar em pauta mais fortemente tudo isso, enquanto The Red Woman cumpriu seu papel de trazer boas promessas para ele.

Game of Thrones – 6X01: The Red Woman | EUA, 24 de Abril de 2016
Direção: Jeremy Podeswa
Roteiro: David Benioff, D.B. Weiss (baseado em obra de George R. R. Martin)
Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke, Kit Harington, Liam Cunningham, Carice van Houten, Natalie Dormer, Indira Varma, Sophie Turner, Maisie Williams, Conleth Hill, Alfie Allen, Gwendoline Christie, Jonathan Pryce, Michiel Huisman, Michael McElhatton, Iwan Rheon, Iain Glen, Daniel Portman, Alexander Siddig, Joseph Naufahu, Hafþór Júlíus Björnsson
Duração: 54 minutos

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