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Crítica | Gotham – 3X10: Time Bomb

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Obs.: Contém spoilers do episódio. Leiam nossas outras críticas da temporada aqui.

Pelo andar da carruagem alguém não vai se casar. Gotham não deixa de nos impressionar com essa sua capacidade de agitar as coisas mesmo quando acabamos de finalizar uma trama que percorrera quase toda a temporada. A cada capítulo vemos significativos acontecimentos se desdobrando, nos oferecendo um forte motivo para ligarmos a televisão a toda semana para assistir o que aguarda Jim Gordon. O que Time Bomb nos trouxe, porém, vai além disso, aqui vemos a união de quase todas as subtramas da série, resgatando um importante elemento introduzido no início desse ano do seriado: a Corte das Corujas, que, enfim, chega a ser nomeada nesse capítulo.

Chega até ser difícil apontar todos os eventos que vimos transcorrer no episódio, visto que, em seus aproximados quarenta e três minutos, ele praticamente não parou. Vimos Bruce descobrir a verdadeira identidade do grupo que, supostamente, ordenou a morte dos Wayne; acompanhamos Gordon investigando a tentativa de assassinato de Falcone, que na verdade tinha como alvo Mario; assistimos Nygma torturar Butch e arrancar a mão de sua querida Tabitha; e, por fim, Barbara Kean, finalmente, decidindo fazer algo de relevante, ao planejar contra o Pinguim agora que descobrira sua paixão secreta por Edward e o verdadeiro algoz por trás da morte de Isabella. Ahh, não esqueçamos que Mario também fora afetado pelo sangue de Alice!

Realmente não há dúvidas de que Gotham será jogada no caos no midseason finale dessa temporada, o que nos resta saber é quem sairá vivo dessa história toda. Evidente que personagens como o Pinguim e Jim continuarão na série, mas, além disso, verdadeiramente ninguém está à salvo, afinal, o showrunner Bruno Heller e a roteirista-chefe Megan Mostyn-Brown já mais que provaram que  eles não seguem os quadrinhos à risca – Maroni e a própria Corte são provas disso, visto que Bruce, nas páginas ilustradas, já vestia o manto do Morcego quando esses dois elementos foram combatidos.

O roteiro de Robert Hull já nos oferece algumas dicas do que nos aguarda. Percebam o foco constante na posição de capitão da polícia – mais de uma vez o tópico é abordado no capítulo. É claro que estamos falando de uma crise dentro da GCPD, logo após o breakdown de Barnes, mas se os roteiristas fossem colocar qualquer um no lugar dele já teriam o feito. É possível que veremos Harvey ou Jim ocupando a posição de fato e não como mero substituto, mas acredito que, e aqui estou meramente supondo, que algo irá acontecer com o parceiro do protagonista, forçando-o a se colocar no lugar de capitão. Estou apenas chutando? Claro, mas alguns pontos sustentam essa linha de raciocínio. Constantemente vemos alguém falar sobre as ações solo do policial, nesse episódio é o próprio Bullock que chama a sua atenção. Na posição de líder essa dinâmica iria se alterar completamente, visto que Jim precisaria comandar as forças da GCPD, o que traria um bom crescimento para o personagem. Além disso, vale lembrar que, desde a temporada passada, Gordon sempre termina cada arco principal em uma posição diferente: ora ele está preso, recém libertado, ora detetive particular – não seria nada inacreditável enxergá-lo ascendendo de posição dentro da polícia.

Do lado do Pinguim o mesmo acontece: o personagem está em constante mudança de status, o que não se resume ao término de cada temporada. Naturalmente, mesmo sem Bárbara, Edward irá ligar os pontos, conectando a morte de Isabella a Oswald, a menos que sua amizade o cegue para esse lado. O que mais importa aqui, porém, é que não vemos uma verdadeira guerra em Gotham desde a primeira temporada, não no sentido pleno da palavra, com gangues dos dois lados lutando pelo controle. A cidade, portanto, provavelmente irá regredir para seu estado mais caótico, o que abrirá espaço para a Corte das Corujas intervir mais acima dos panos. Fora isso, poucas vezes vemos dois personagens de destaque indo um contra o outro, em geral temos um dos primários lutando contra algum secundário ou terciário. Evidente que Edward acaba se configurando como alguém secundário dentro da série, mas sua importância tanto nos quadrinhos originais o diferenciam de outros como o Chapeleiro ou Azrael, que, apesar de terem suas bases fundadas nas páginas ilustradas, são vilões de menor destaque no universo do Morcego.

O mais gratificante é enxergar a união da subtrama que gira em torno de Bruce se unir com a dos demais personagens. Ele não mais funciona como aquele elemento “extra” em Gotham e rapidamente evolui para o Wayne que conhecemos nas histórias da DC Comics. Sua personalidade já fora moldada inúmeras vezes e a cada dia fica mais fácil enxergar o Batman escondido dentro dele. Eu não me surpreenderia se seus planos para se tornar o herói mascarado surgissem em breve, especialmente agora que a Corte das Corujas pode dar a ele o conceito de que um símbolo representa mais que um simples homem. Será que estamos perto de uma livre-adaptação de Ano Um? Não é algo tão fora da realidade, considerando o rápido crescimento de David Mazouz.

Com suas linhas narrativas todas convergindo para um mesmo ponto, fica fácil enxergar a aproximação do midseason finale. Mais do que nunca estamos verdadeiramente ansiosos para assistir o que irá se passar nos próximos capítulos de GothamTime Bomb fora um episódio preparatório para tudo o que está por vir, que consegue demonstrar toda a coragem de Bruno Heller e Megan Mostyn-Brown em fazer o que deve ser feito, sem medo de trazer uma violência gráfica mais explícita. Afinal, estamos falando de Gotham, uma cidade mais que familiarizada com o caos, é preciso que o tom se torne mais sombrio ocasionalmente.

Gotham 3X10: Time Bomb – EUA, 21 de novembro de 2016
Showrunner:
Bruno Heller
Direção:
Hanelle M. Culpepper
Roteiro:
Robert Hull
Elenco: 
Ben McKenzie, Donal Logue, Robin Lord Taylor, Erin Richards, Cory Michael Smith, Jessica Lucas, Richard Kind, Michael Chiklis, Drew Powell, Chris Chalk, Morena Baccarin, Jamie Chung
Duração:
43 min.

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