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Crítica | Grizzly: A Fera Assassina

Um derivado de Tubarão, mas com outra criatura selvagem: um perigoso urso assassino.

por Leonardo Campos
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Depois do sucesso de Tubarão, de Steven Spielberg, tradução do romance homônimo de Peter Benchley sobre uma fera do mar que estraçalha física e emocionalmente um verão no litoral estadunidense, produtores cinematográficos perceberam o potencial da estrutura dramática em questão e utilizaram a fórmula para colocar os personagens de suas narrativas diante de outros animais selvagens perigosos. Foi assim com os crocodilos, as piranhas, os morcegos, as serpentes e, tal como em Grizzly: A Fera Assassina, os imponentes ursos, criaturas de extrema força e potencial para colocar seres humanos incautos em situações de vertiginoso risco de vida. Lançado em 1976, ainda na esteira do legado e impacto cultural do clássico horror ecológico com o tubarão-branco, a trama sobre o urso assassino segue um ritmo divertido, irregular em diversos aspectos, mas possível de ser assistido como entretenimento ligeiro (e acredite) muito curioso.

Dirigido por William Girdler, cineasta que toma como base, o roteiro de Harvey Flakman e David Sheldon, Grizzly: A Fera Assassina tem o seguinte mote narrativo: um urso pardo com cerca de sete metros toca o terror numa reserva florestal. Depois do primeiro incidente, a criatura parece ter pegado gosto pela carne humana, algo que tira a paz de Michael Kelly (Christopher George), um guarda florestal que batalha para abater o animal que tem assustado bastante e deixado um extenso rastro de sangue pelo local. Aqui, temos a troca do ambiente litorâneo pela floresta, mas como já mencionado, a base estrutural do roteiro é toda de Tubarão. Até a personagem que morre no banho de cachoeira, nadando nua, é figurinha repetida, isto é, a atriz Susan Backline, também da cena de abertura do filme de Spielberg.

O dono da reserva, Charles Kittridge (Joe Dorsey), dono da reserva que não deseja perder dinheiro com a surpresa envolvendo o urso assassino, representa a figura do prefeito do filme que serve como espelho, personagem que não pretende perder os incentivos de veraneio anunciando a presença de uma fera assassina. Com a chegada do estudioso em criaturas selvagens, Arthur Scott (Richard Jaeckel) chega para ajudar o guia florestal Don Stober (Andrew Pine), as similaridades ficam ainda mais delineadas. Que tal uma bazuca para abater o urso assassino? A arma serve aqui como referencial direto do cilindro de ar utilizado pelo herói de Tubarão, numa espécie de releitura do clássico, tendo apenas a troca de animal selvagem como proposta, um segmento bastante rentável durante muito tempo na indústria cinematográfica.

Diante do exposto, assim é o divertido e irregular Grizzly: A Fera Assassina: o orçamento baixo traz uma série de mortes em off-screen, além do uso constante da câmera subjetiva para evitar custos com efeitos envolvendo o antagonista da história. William Asman, diretor de fotografia, faz o possível na condução dos planos e enquadramentos, ajustados também pela edição, cheia de trucagens para permitir o mínimo de aparição do urso ameaçador ao longo dos 91 minutos de desenvolvimento da trama. Na trilha sonora, Robert O. Ragland emula alguns acordes do filme que serve como ponto de partida, tendo em vista aplicar, em seu todo, o efeito Tubarão neste horror ecológico que se transformou em narrativa cult e ganhou uma misteriosa continuação.

Grizzly: A Fera Assassina (Grizzly) — EUA, 1976
Direção: William Girdler
Roteiro: David Sheldon
Elenco: Christopher George, Andrew Prine, Joan McCall, Charles Kissinger, Joe Dorsey, Kermit Echols
Duração: 91 min.

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