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Crítica | Guardiões da Galáxia Vol. 2: Prelúdio do Filme

por Guilherme Coral
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Alguns meses antes do lançamento de cada filme de seu Universo Cinematográfico, a Marvel tem lançado prelúdios em quadrinhos, que servem como preparação de terreno para o longa-metragem a estrear. No caso de continuações, é comum vermos histórias que ligam um filme ao outro, enquanto que em outras, como fora o caso de Doutor Estranho, temos tramas que aprofundam um pouco alguns dos personagens que conheceremos nas obras cinematográficas. Era de se esperar, portanto, que o prelúdio de Guardiões da Galáxia Vol. 2 nos contaria o que aconteceu entre esse e o primeiro filme. Mas esse não é o caso, o que vemos, aqui, nada mais é que uma adaptação do longa original, um resumão em forma de páginas ilustradas, que não consegue captar nem um terço da essência do filme de James Gunn.

A trama é, sem tirar nem por, a mesma de Guardiões da Galáxia. Vemos a formação do grupo, que é forçado a impedir as manias de grandeza de Ronan, o Acusador, dos Kree, que obtém uma Joia do Infinito e busca destruir o planeta Xandar. Dito isso, esse prelúdio nada mais é que um gigante storyboard com ações mais que resumidas. O grande problema disso é que o roteiro original de James Gunn e Nicole Perlman fora elaborado com a linguagem cinematográfica em mente e tirar sequer um dos elementos que compõem a obra a estraga totalmente. É o que enxergamos aqui nessa adaptação.

Para começar, um dos pontos principais do filme é justamente a sua trilha sonora. Ao longo de toda a projeção ouvimos o Awesome Mix Vol. 1, essencial para a construção do tom das cenas. Na transposição para os quadrinhos isso é perdido, o espaço sonoro se perde completamente, nos fazendo sentir como se algo estivesse faltando. Para piorar ainda mais, por ter de colocar toda a história do filme em apenas duas edições, muitas ações se desenrolam de forma extremamente resumida, falhando em imergir o leitor na narrativa, o que é pior ainda para aqueles que não assistiram o filme.

O problema é que o público alvo dessa revista é justamente aquele que, sim, assistiu o primeiro filme, tornando a leitura uma total perda de tempo e de dinheiro, já que sairia mais barato alugar ou até comprar o bluray/ DVD e ter a experiência completa. Dito isso, não podemos enxergar esses quadrinhos como algo a mais que um mero previously, típico de séries televisivas. Trata-se de uma medida preguiçosa da Marvel, que, evidentemente, visa unicamente o lucro, já que poderia criar uma história original passada entre os dois filmes e, já tendo assistido o Vol. 2, posso dizer que havia muitas possibilidades a serem exploradas.

A verdadeira tragédia desse prelúdio, porém, se encontra em sua arte. Chris Allen e Andrea Mutti nos entregam traços verdadeiramente assustadores, que não somente não captam a essência de cada personagem, transformando-os em tenebrosas versões caricatas dos atores, como nos entregam sequências de ação confusas, a tal ponto que torcemos para que momentos de tranquilidade tomem conta das páginas novamente. Ironicamente, a dupla consegue errar mesmo nos quadros de diálogos, distorcendo as feições dos personagens, fazendo dessa obra algo simplesmente horroroso de se ler. Nem mesmo nas cores a equipe consegue acertar, já que Andres Mossa não utiliza tons vibrantes que correspondem ao que vemos na versão cinematográfica.

O prelúdio em quadrinhos de Guardiões da Galáxia Vol. 2, é, portanto, uma verdadeira bagunça, uma adaptação apressada e mal-feita do filme original, que consegue estragar praticamente todos os elementos que fizeram da obra de James Gunn uma experiência de destaque. Com uma arte que não capta sequer um pouco da essência do longa-metragem e um roteiro apressado, não conseguimos pensar em sequer um motivo para ler essa obra, que já nasceu como desnecessária, servindo apenas como lembrança dos eventos de Guardiões da Galáxia.

Guardiões da Galáxia Vol. 2: Prelúdio do Filme — EUA, 2017
Roteiro:
Will Corona Pilgrim
Arte: 
Chris Allen, Andrea Mutti
Arte Final:
Scott Hanna
Cores:
Andres Mossa
Letras: 
Travis Lanham
Editora original:
Marvel Comics
Data original de publicação:
 janeiro a fevereiro de 2017
Editora no Brasil: Panini Comics
Data de publicação no Brasil: 
não publicado no Brasil até a data de publicação da crítica
Páginas: 
156

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