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Crítica | Guerreiras do K-Pop

Meninas, música e ação!

por Iago Iastrov
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O mundo da música pop coreana conquistou o planeta com uma força que poucos poderiam prever, trazendo consigo um turbilhão de cores, ritmos e histórias. Surgindo desta onda cultural, Guerreiras do K-Pop (2025) é uma animação que mistura a energia de um grupo feminino com batalhas contra demônios. Dirigido por Chris Appelhans e Maggie Kang, o longa da Sony Pictures Animation é uma aventura que encanta os olhos e os ouvidos, mesmo que nem sempre consiga manter o equilíbrio em sua narrativa ambiciosa.

A estética visual do filme é um banquete para quem aprecia animação com personalidade. Inspirada em webtoons e na fluidez dos videoclipes de K-pop, a tela explode em tons vivos e movimentos que parecem dançar junto com a trilha sonora. Há ousadia na escolha de quadros reduzidos, algo que remete a Aranhaverso, mas que aqui, em alguns instantes, deixa a ação um tanto desajeitada. Ainda assim, é impossível não se deixar levar pelas coreografias que transformam cada frame num show à parte.

A música, como era de se esperar, carrega o coração da obra. As canções originais, com batidas contagiantes e letras que misturam inglês e coreano, são o tipo de som que fica na cabeça por dias. Elas não apenas acompanham a história, mas a impulsionam, dando vida às cenas de ação e aos momentos de emoção. O roteiro tenta equilibrar ação sobrenatural com o drama interno das personagens. A ideia de um grupo de divas enfrentando demônios enquanto lida com os holofotes é tão absurda quanto cativante, e o foco na jornada de Rumi traz um toque humano à fantasia. Mesmo que os diálogos, por vezes, insistam em explicar o óbvio, existem constantes compensações dramáticas e cenas de explosão emocional para equilibrar a balança.

Rumi brilha como a alma do grupo, carregando dúvidas e força em igual medida, enquanto a tensão com Jinu, líder da boy band demoníaca, adiciona um charme inesperado, além de embarcar numa “fantasia de oposição de gêneros“. Os coadjuvantes, incluindo os adoráveis bichinhos inspirados no folclore coreano, injetam humor e leveza, ainda que caiam em clichês já vistos outras vezes. O filme ainda toca na cultura das celebridades e na devoção dos fãs, entregando uma sátira sutil que diverte sem se aprofundar demais. Há uma química inegável nas interações do grupo, e as sequências de ação, com armas cor-de-rosa cortando demônios como confete, são puro deleite visual. Falta, talvez, um mergulho mais corajoso nas ideias que propõe, mas o entretenimento fala mais alto que tudo, e isso já basta para segurar a atenção até os créditos.

A experiência, aqui, é como um show bem ensaiado: cheio de energia, com alguns passos em falso, mas impossível de ignorar. Ele celebra o espírito do K-pop e da animação com uma paixão que transborda da tela. Ao final, você fica com uma melodia na cabeça e uma vontade imensa de ver outras lutas, outros conflitos, outras escaladas emocionais dessas guerreiras. O famoso bis depois de um show muito bom.

Guerreiras do K-Pop (KPop Demon Hunters — EUA, 2025)
Direção: Chris Appelhans, Maggie Kang
Roteiro: Danya Jimenez, Hannah McMechan, Maggie Kang, Chris Appelhans
Elenco: Arden Cho, May Hong, Ji-young Yoo, Ahn Hyo-seop, Yunjin Kim, Ken Jeong, Lee Byung-hun, Daniel Dae Kim, Rumi Oak, Joel Kim Booster, Liza Koshy, Alan Lee, SungWon Cho, Maggie Kang, Nathan Schauf, Charlene Ramos, Kira Tamagawa, Cori Baik, Jennifer Sun Bell, John Eric Bentley
Duração: 95 min.

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