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Crítica | Hellraiser 3: Inferno na Terra

por Leonardo Campos
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Com potencial para franquia, Pinhead e sua trupe continuaram na onda do slasher tardio e ganharam outras continuações, espelhos embaçados dos dois primeiros, com alguns bons momentos entre um ponto e outro, mas com resultados geralmente medianos ou abaixo disso. Em Hellraiser 3: Inferno na Terra, mais uma vez, alguém libertará os cenobitas de sua dimensão e com isso, observação com medo, horror e muita dor, o estabelecimento do verdadeiro inferno na Terra. Sob a direção de Anthony Hickox e roteiro de Peter Atkins, desta vez, acompanharemos a diabólica jornada dos monstros masoquistas criados por Clive Barker na literatura, figura que aqui aparece apenas como produtor executivo. O desenvolvimento estrutural é praticamente o mesmo, com a mudança de personagens e motivações para fazer o projeto engrenar. Basicamente, algum infeliz vai ter acesso ao enigmático cubo e sem consciência das possíveis consequências ao manipulá-lo, despertará forças inimagináveis.

Lançado em 1992, ao longo dos 97 minutos de Hellraiser: Inferno na Terra, contemplamos a luta de J. P. (Kevin Bernhardt), jovem responsável por libertar Pinhead mais uma vez, antagonista que desta vez, se encontra preso em um bloco de mármore, após os confrontos com os personagens do segundo filme. Mulherengo e com postura de “playboy”, o jovem mencionado anteriormente promove o despertar e precisa assumir as suas consequências. Uma das ações necessárias é a entrega de novas vítimas para fortalecimento dos cenobitas em seus sacrifícios habituais. Livre, Pinhead objetiva transformar a Terra numa versão integral do inferno em que habita. A sua ideia principal é destruir o cubo para nunca mais ser aprisionado novamente. Quem adentra na jogada para tornar a empreitada desafiadora para todos é a jornalista Joey Summerskill (Terri Farrell), figura com faro investigativo típico de uma profissional em busca de uma boa notícia.

Ela decide compreender o que está por detrás de misteriosos assassinatos sangrentos e neste processo, acaba em contato com a configuração dos lamentos. Terri (Paula Marshall) é uma testemunha forte dos acontecimentos macabros ocorridos na boate gerenciada por J. P., personagem que se torna relativamente aliada de Summerskill, colocada no posto de final girl deste slasher com toques diferenciados. Ao passo que as respostas vão aparecendo, contemplamos um cenário de horror e muita dor, estabelecido pela direção de fotografia de Gerry Lively, design de produção de Steve Hardie, figurinos de Leonard Pollack e efeitos de maquiagem supervisionados por Mark Coulier, setores que funcionam numa simbiose equilibrada para a criação de cenas escabrosas de violência gráfica, um marco da franquia que tem Pinhead, interpretado por Doug Bradley, como representante maior desta atmosfera infernal.

Guiada por motivações que vão do luto do pai ao importante momento de reinvenção de si mesma, a protagonista precisa lidar também com a dualidade deste mencionado monstro com rosto cravado por pregos. Como sabemos, Pinhead é a outra metade de Elliot, um homem alijado da fé depois de ter vivenciado os horrores de uma das grandes guerras mundiais do século XX. Nesta trama que versa sobre ambição, os impactos da tecnologia e os elementos que compõem a ambiguidade dos seres humanos, algumas reviravoltas serão contornadas com muitos obstáculos na saga da mulher que enfrenta uma jornada épica para conseguir enterrar a caixa que contém os materiais necessários para encarcerar Pinhead de uma vez por todas, mas como podemos observar na continuidade da franquia, a sua luta foi apenas momentânea, mas vã, pois o monstro em questão esteve outras vezes em nossa dimensão, por meio de filmes questionáveis e focados em praticamente recontar a mesma história, trocando apenas o tempo, o espaço e os personagens, vítimas curiosas que acabam ceifadas pelas ofertas aparentemente sedutoras dos cenobitas, interessados em estabelecer o caos na vida dos que buscam os prazeres carnais.

Hellraiser 3: Inferno na Terra (Hellraiser III: Hell on Earth, USA – 1992)
Direção: Anthony Hickox
Roteiro: Peter Atkins, Tony Randel, Clive Barker (baseado nos personagens criados por ele)
Elenco: Terry Farrell, Doug Bradley, Paula Marshall, Kevin Bernhardt, Ken Carpenter, Peter Atkins, Aimée Leigh, Eric Willhelm, Robert Hammond, Clayton Hill, Peter G. Boynton
Duração: 93 min

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