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Crítica | High School Musical (2006)

por Roberto Honorato
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Eu passei minha pré-adolescência na mesma época em que High School Musical estava em seu auge, só se falava disso e, mesmo sendo apaixonado por musicais desde cedo (se eu revelasse quantas vezes assisti Os Produtores, ficaria surpreso), nunca dei uma chance para o filme, talvez por motivos de preconceito com todo o tom Disney sem peso dramático que atinge a maioria de seus live-actions adolescentes, com personagens estereotipados, uma mensagem positiva mas sem peso algum e conflitos insignificantes. Mas recentemente decidi assistir (contra minha vontade) a trilogia de uma vez só, e quem diria, todas as minhas preocupações foram comprovadas, porque acabaram sendo reais. O lado positivo? O maior problema está mesmo no primeiro longa da trilogia, já que depois disso temos uma melhora no padrão, um que acabou servindo de base para outras produções que viriam depois com um humor com mais personalidade. O lado negativo? Temos que começar pelo primeiro filme.

Você já ouviu (ou viu, no caso) essa história antes: o jogador de basquete se apaixona pela garota bonita e inteligente, então encontram obstáculos para manter a relação, como questionar suas preferências e encarar os antagonistas que não estão felizes com a mudança na ordem social. Troy Bolton (Zac Efron) é o jogador, apaixonado por Gabriella Montez (Vanessa Hudgens). Os dois se dão muito bem, estão apaixonados e descobriram que são ótimos quando cantam juntos. Mas esse talento é uma ameaça para Sharpay Evans (Ashley Tisdale) e seu irmão, Ryan (Lucas Grabeel), os maiores talentos das aulas de teatro do East High.

Como eu já deixei claro no começo, esse primeiro filme pega a premissa, que já não é nem um pouco original, e não tenta fazer algo com ela. Todo o enredo é bem simples e previsível e as músicas são provavelmente as mais fracas da trilogia, mesmo que divertidas. A energética Get´cha Head in the Game introduz bem o time de basquete da escola, assim como We´re All in this Together, que fecha o longa com a promessa de uma continuação que, felizmente, é bem melhor do que o original. Vale aqui lembrar que o próprio Zac Efron não usou sua voz neste filme, sendo dublado por Drew Seeley, o que fica evidente e estranho de assistir. Felizmente, Efron fez questão de praticar e usar seu próprio talento nos filmes seguintes.

Outras tentativas como Stick to the Status Quo, que é quase vergonhosa de tão dramática e exagerada, e When There Was Me and You, são completamente esquecíveis. Essa segunda começa a tradição de músicas descartáveis cantadas por Vanessa Hudgens, que acaba ficando sempre com as mais fracas de todos os filmes, sem contar que eu tenho um sério problema com sua personagem e total falta de personalidade (mas isso eu vou entrar em detalhes na crítica do segundo filme). Uma última observação sobre as músicas é a oportunidade desperdiçada em uma melhor introdução de Sharpay, que no começo parece só uma atriz irritante por conta de seu número em What I´ve Been Looking For, mas se revela a melhor personagem de todos os filmes logo na continuação, roubando todo o brilho que você possa imaginar.

Kenny Ortega dirige todos os três filmes. Os dois primeiros passaram longe do cinema, indo direto para as casas do público, em DVD, e isso dá para perceber instantaneamente, com números musicais pouco inventivos, uma direção fria e sem um acabamento técnico competente. Uma pena, porque isso faz com que o longa seja confundido visualmente com qualquer outra produção da Disney da época, com exceção do figurino, talvez, e mesmo assim ele só se destaca quando já é tarde demais.

Não há muito o que dizer sobre esse filme porque não há muito para se ver nele, então vamos guardar essa conversa para as duas sequências, que continuam com alguns erros do primeiro, mas melhora tremendamente em outros aspectos, desde música até atuação e coreografia. Pronto, tiramos o pior de todos do caminho, agora vamos para os que interessam.

High School Musical — EUA, 2006
Direção: Kenny Ortega
Roteiro: Peter Barsocchini
Elenco: Zac Efron, Vanessa Hudgens, Ashley Tisdale, Lucas Grabeel, Corbin Bleu, Monique Coleman, Bart Johnson, Alyson Reed, Chris Warren
Duração: 98 minutos

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