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Crítica | His Dark Materials (Fronteiras do Universo) – 2X07: Æsahættr

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS! Confira a crítica para os outros episódios da série aqui.

Eis o final! E eu confesso que esperava um pouco mais desse último episódio, a tirar por tudo aquilo que tivemos antes, ou seja, uma preparação muito intensa que apontava para uma ação mais direta e fluída, como fora no caso da 1ª Temporada. Isso não quer dizer, todavia, que Æsahættr foi um episódio ruim. Nada disso. Sua condução pelo diretor Jamie Childs lembrou muito mais o início dessa Segunda Temporada do que o ritmo dessa sequência final de episódios, em outras palavras, atos repartidos em ações isoladamente poderosas, só que mais preocupados em lançar luzes para o futuro do que se resolverem de fato.

Esse estilo de finalização de temporada normalmente aparece quando muitas janelas abertas precisam ser visitadas, o que sempre gera um ar de desconforto no episódio em questão, seja porque o roteiro apressou muito determinados arcos, seja porque não deu a atenção necessária para coisas que precisavam de maior contexto. Aqui em Æsahættr, ambas as coisas acontecem. Eu fiquei espantado com a insistência de Jack Thorne em bater na tecla do encontro de Will com o pai. Em alguns momentos o roteiro parecia um cachorro correndo atrás do rabo, retomando coisas que já haviam ficado absolutamente claras e, com isso, encurtando cenas que poderiam gerar frutos dramáticos bem maiores adiante, como a morte de Lee, por exemplo.

Já a morte de John Parry me pareceu uma decisão tomada de última hora e sem uma porção de cenas de ligação. Foi o único momento do episódio que eu senti um tropeço bem maior do que era esperado nessa série, porque o corte entre as distâncias e o resultado desse corte (a morte de um personagem importante) mereciam um tratamento mais fluído, uma melhor preparação. E mais problemático ainda foi o que se seguiu. Amir Wilson simplesmente não conseguiu passar a emoção devida e a sequência foi minada de seu valor sentimental. E talvez ainda pior: o valor sentimental aqui tem uma motivação-mola: ela deve impulsionar o destino de Will como o guardião da Faca Sutil, o que não é pouca coisa. Mas o momento me pareceu parcialmente desperdiçado.

No bloco entre Lyra e a mãe, não tive tanta surpresa assim. Ao longo desses episódios a gente já viu como o texto vem tratando o encontro e os desencontros das duas, então nada ali me chocou, mas certamente enraiveceu. Aliás, o texto aqui juntou num único episódios 1001 motivos para odiar a Sra. Coulter, não é mesmo? O massacre das bruxas, a forma como ela trata o próprio daemon e a relação doentia que tem frente a filha são coisas difíceis de engolir.

Como a montagem seguiu um modelo mais picotado, também perdemos um pouco de contexto para a jornada da Sra. Coulter, mas como era esperado, ela e todos os personagens em jornada nos capítulos anteriores chegaram a algum destino. No fim, tivemos a volta de Lorde Asriel, utilizada como o verdadeiro cliffhanger do episódio. E então partimos dessa temporada com as malas prontas para a guerra.

His Dark Materials (Fronteiras do Universo) – 2X07: Æsahættr — Reino Unido, 2020
Direção: Jamie Childs
Roteiro: Jack Thorne
Elenco: Dafne Keen, Ruth Wilson, Lin-Manuel Miranda, Amir Wilson, Andrew Scott, Simone Kirby, Ruta Gedmintas, Jade Anouka, Remmie Milner, Will Keen, Sasha Frost, Bella Ramsey, Ella Schrey-Yeats, Cristela Alonzo, Kit Connor
Duração: 50 min.

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