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Crítica | Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Com Spoilers)

Com grandes franquias, vem grandes fan services.

por Roberto Honorato
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Não há personagem dos quadrinhos da Marvel que tenha recebido mais versões cinematográficas em live action do que o Homem-Aranha, e acredito que à essa altura, todos já assistiram, ou pelo menos têm consciência da existência de cada um deles. Lembro até hoje de como foi assistir à adaptação de Sam Raimi e seu Tobey Maguire, sempre carismático e carregando o peso dramático típico do Cabeça de Teia das páginas, criado por Steve Ditko e um tal de Stan Lee. Antes de Kevin Feige ter dado o pontapé inicial no Universo Cinematográfico da Marvel, chamando Jon Favreau para dirigir Homem de Ferro, por anos Tobey Maguire foi a única referência para o público de como era um Homem-Aranha nos cinemas. 

Com a conclusão da trilogia de Raimi, os planos para novos filmes já estavam em movimento, e em apenas 5 anos, o herói estava de volta, em O Espetacular Homem-Aranha, desta vez interpretado por Andrew Garfield, um ator mais do que competente, mas em uma versão da ameaça aracnídea que sofre diversas comparações até hoje, e tendo a desvantagem de não conseguir completar sua própria trilogia. Dessa vez, nem deram tempo pra respirar e o Teioso foi confirmado mais uma vez, depois de uma longa, cansativa e confusa negociação que resultou na Sony, que detém até hoje os direitos do personagem no cinema, emprestando o herói para o UCM de Feige e, consequentemente, nos apresentando o terceiro Aranha dos cinemas em menos de dez anos: Tom Holland.

Entre os eternos debates de fãs apaixonados, talvez a briga para decidir qual a melhor interpretação do Homem-Aranha seja maior do que Star Wars e Star Trek; Marvel e DC; ou a destruidora de amizades… bolacha ou biscoito. Particularmente, tenho uma predisposição a gostar mais de Maguire, não só porque foi a da minha infância, mas porque Sam Raimi é de longe o diretor com a maior criatividade para transições e movimentos impossíveis da câmera, além de uma identidade visual bem marcante – e se formos ser bem honestos, a duologia de Andrew Garfield só é lembrada mesmo por conta do próprio ator. O maior sinal disso é que ninguém faz referência a ela como a “duologia do Marc Webb”, já que não há muito de novo na direção dele.

E temos Tom Holland, tão carismático quanto os Aranhas anteriores, sempre bem aproveitado em filmes como Capitão América: Guerra Civil ou Vingadores: Guerra Infinita, ambos dirigidos pelos irmãos Anthony e Joe Russo, mas nunca vi o personagem ser explorado da maneira que merece quando Jon Watts está atrás das câmeras, e isso provavelmente se dá por ele ter que trabalhar entre as ordens da Sony e da Disney, ou seja, as demandas da Sony em expandir o universo cinematográfico do Aranha, e o “controle de qualidade cronológica” da Disney, que sabe como o Homem-Aranha é capaz de atrair espectadores, então não é um trato ruim pegar emprestado a personagem ocasionalmente.

Mas por mais que eu tenha meus problemas com Watts (falarei deles em breve), ele consegue trazer a grana que os estúdios gostam, e por isso estamos no terceiro filme, do terceiro ator, da quarta (?) fase do MCU, do segundo reboot do Cabeça de Teia, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Vamos por pontos, porque tem muita coisa pra se falar desse filme.
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Um Dia a Mais

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa parte do exato gancho deixado pela conclusão do filme anterior, com toda a população sabendo a identidade secreta do herói, o que não deveria ser um grande problema, porque as únicas pessoas que importam para o Peter Parker do MCU já sabem de suas atividades como mascarado, e basicamente todos os outros heróis não fazem questão de esconder suas identidades também. Mas essa “inconsistência” é até compreensível quando consideramos que Peter Parker foi exposto e está sendo apontado como o culpado pela morte de Quentin Beck, o Mysterio. Interrogado por todos, Peter procura por um advogado, e temos a primeira de muitas participações especiais desse filme. Sejam elas necessárias ou não, é bom ver como Charlie Cox foi aproveitado pela Marvel depois da ótima série do Demolidor ser cancelada, e ele deve ter, no máximo, uns dois minutos de tela, mas é o suficiente pra deixar claro que esse filme será como Vingadores: Ultimato, sem a promessa de ser uma narrativa comum, mas um evento que serve quase como uma recompensa para quem tem assistido aos filmes do Aranha por tanto tempo.

Por mais alegre que tenha sido o reencontro dos fãs com o advogado Matt Murdock, de Charlie Cox, esse primeiro ato evidencia como o filme parece estar perdido no que quer dizer, continuando a trama aberta do filme anterior, mas também tentando mostrar as tentativas frustradas de Peter, sua namorada, MJ (Zendaya), e seu melhor amigo, Ned Leeds (Jacob Batalon), em serem aceitos no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Essa segunda parte só chega a ter real peso dramático quando temos a cena final em mente, mas a forma como se prolongou no primeiro ato deixou o ritmo um pouco mais cansativo, ainda mais considerando como o resto do filme é movimentado. Entretanto, não demora muito para sermos apresentados ao incidente que passa a movimentar a trama de verdade, quando Peter tem a brilhante ideia de consultar Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), para ajudá-lo com um feitiço capaz de apagar a memória de todas as pessoas que sabem da identidade secreta de Peter Parker. 

Estranho aceita realizar o feitiço, mesmo contra os alertas de perigo de Wong (Benedict Wong), mas Peter atrapalha a concentração do mago, o que faz com que todas as pessoas que conheçam a identidade do Homem-Aranha, de diversas partes do Multiverso, venham ao encontro de Peter “Tom Holland” Parker. Embora seja facilmente a parte do filme que menos vai interessar o público ansioso pelo festival de fan service que está por vir, uma das boas (infelizmente, poucas) sacadas do roteiro, foi referenciar uma das piores histórias dos quadrinhos, quando Peter decide fazer um pacto com Mephisto (o diabão da Marvel), mas utilizar os elementos-base para criar uma narrativa que, mesmo não sendo a mais bem amarrada do mundo, funciona melhor do que imaginei, culpa do Jon Watts, que nos deixa com a expectativa mais baixa do mundo.

Mas não confunda as coisas, Watts ainda é um diretor com diversos vícios previsíveis, como sua necessidade de terminar toda cena dramática com uma piada que tira o peso dela, ou mesmo no uso da câmera, onde ele fracassa onde não deveria, já que as sequências do Aranha se balançando pela cidade sempre foram um ponto alto dos filmes de Maguire e Garfield, mas as tomadas carregadas de CGI e uma câmera com medo de mostrar um ângulo mais aberto, deixam Tom Holland quase preso em um enquadramento apertado, sem liberdade para se movimentar. Talvez a única cena em que a combinação de CGI e a câmera de Watts tenha funcionado com sucesso seja na batalha entre Aranha e Estranho, que realmente dependia bastante de efeitos visuais, então parece que quase todo orçamento do departamento foi para essa cena.
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O novo e “superior” Peter Parker?

Ainda que Watts continue um dos diretores mais fracos do MCU, Sem Volta Para Casa consegue arrumar muitos dos problemas que o Aranha de Holland tem carregado até agora. A necessidade de se encostar na imagem de Tony Stark tem sido um enorme atraso para a personagem, por diversos motivos. O Homem de Ferro esteve ligado a Peter desde o início, e é compreensível termos uma relação emocional forte entre os dois, o que funciona perfeitamente nos filmes dos Russo; mas em seus longas solo, Homem-Aranha tem sido como um coadjuvante com mais tempo de tela do que o protagonista, com todas as tramas partindo de pontas soltas deixadas por Stark. É só dar uma olhada nos vilões dos filmes anteriores, todos querendo vingança contra o rico imperialista safado – e convenhamos, eles tinham razão em suas motivações, só erraram mesmo na abordagem.

A imagem de Stark esteve tão presente, nos longas anteriores, que sobrou pouco espaço para desenvolver o verdadeiro protagonista, e tudo isso foi deixado para ser resolvido em Sem Volta Para Casa, que mesmo de forma apressada, teve sucesso em forçar uma nova história de origem trágica para o Aranha – uma pena ela ter sido feita quase como um pedido de desculpas em alguns momentos. Entretanto, há acertos surpreendentes nesse filme, e muito do crédito deve ser dado para Chris McKenna e Erik Sommers, tendo a difícil tarefa de desenvolver o personagem de Tom Holland e trazer de volta outras figuras que já foram estabelecidas em filmes anteriores sem que pareçam completamente deslocados do universo de Watts.

Quanto a Holland, o ator sempre foi bom, então não é como se isso tivesse que melhorar, mas seu Homem-Aranha sempre foi inconsistente, principalmente por conta de passar por mais de um diretor, lidar com demandas de dois estúdios e ser parte da linha temporal do MCU. Como mencionei, muito da construção do Aranha de Holland dependia demais do envolvimento de Stark, fazendo até com que suas histórias parecessem não ter tanto peso assim. É só dar uma olhada nos filmes anteriores, onde todo grande obstáculo de Peter era resolvido por uma conveniente tecnologia Stark, chegando ao ponto dele ter a disposição um jato para buscá-lo em outro continente. Isso funciona com personagens como o próprio Stark, mas o Cabeça de Teia não tem o apelido de “Amigão da Vizinhança” por nada (tão amigo que abandonou a vizinhança num estalar de dedos, no começo do segundo filme). As narrativas do Aranha geralmente lidam com dilemas do cotidiano, a dificuldade de lidar com a vida de herói e adolescente, mas a versão de Holland nunca passou por uma verdadeira prova de fogo, até agora.

A decisão de matar a Tia May (Marisa Tomei) pode ter sido parte do “pedido de desculpas” do filme, ainda assim funciona não só como um jeito de movimentar a trama, mas fortalecer tematicamente um debate que realmente nunca foi abordado nos filmes anteriores de Holland: a moralidade do Homem-Aranha. Tio Ben é a personagem responsável por levar Peter para uma jornada de vingança, forçando-o a confrontar o que realmente significa a frase “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, e isso até foi estabelecido em Guerra Civil, mas nunca explorado de verdade, porque não importa se o público está cansado de histórias de origem, a do Homem-Aranha é essencial, porque não serve apenas para mostrar como ele ganhou seus poderes, é uma história que automaticamente estabelece o dilema de Peter Parker.

Felizmente, tivemos o papel de Ben preenchido pela própria Tia May, que recebe a tarefa de entregar a icônica frase, e isso deixa a cena bem mais dramática do que seria caso Tony Stark tivesse a audácia de falar isso depois de tudo que ele fez, e continuou fazendo (o cara criou um teatro para afirmar que saiu do setor militar, mas não faz muito tempo que deu um óculos capaz de rastrear indivíduos e lançar mísseis com um comando de voz para um adolescente — mas também, não podemos esperar muito de um estúdio que ainda recebe fomento das forças militares dos EUA, né?).
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Eu vou jogar poeira nos seus olhos!

Com a brecha no multiverso, temos o retorno dos principais vilões do Cabeça de Teia, não só uma versão deles, mas aquela exata versão que vimos nos outros filmes, e isso cria um baita retcon. O mais curioso é o fato de a maioria deles serem bem aproveitados a maior parte do tempo, o que eu não esperava, se você levar em conta que os filmes do Aranha nunca dão muito certo quando estão lotados de antagonistas. Sem Volta Para Casa marca o retorno dos principais vilões de Maguire e Garfield, interpretados pelos mesmos atores, com Alfred Molina reprisando seu papel de Otto Octavius, quem recebe mais tempo de tela para interagir com as personagens, e independente do choque de nostalgia recebido durante a cena, Molina parece estar se divertindo e genuinamente emocionado em retornar para a personagem, o que rende a minha cena sequência favorita do filme, uma rápida troca de falas entre Otto e o Peter Parker de Maguire – admito que ver o Molina chamando Maguire de “filho” foi demais pra mim.

Se Molina parece confortável no papel, Willem Dafoe continua tão intimidador quanto antes com seu Norman Osborn / Duende Verde, finalmente sem a máscara, já que Dafoe sozinho é mais assustador que qualquer fantasia, além de assumir o posto de maior ameaça, responsável pela maior tragédia do filme e desse novo Peter Parker. Já Jamie Foxx, retornando como Max / Electro, permanece tão perdido quanto antes e com uma das motivações mais fracas, mas pelo menos o visual não está tão ridículo quanto sua versão anterior.

Assim sobram alguns vilões, o primeiro sendo o Dr. Connors / Lagarto, de Rhys Ifans, que está em sua forma mutante, e é tão mal aproveitado que fez sentido o ator aparecer de verdade apenas por alguns segundos – ele deve ter feito isso na sala de casa, em frente ao pano verde da cortina. O segundo é o Homem Areia / Flint Marko, de Thomas Haden Church, que passou por seu arco de redenção em Homem-Aranha 3, e o roteiro chega a tentar criar uma desculpa para que ele faça parte da “equipe do mal” (quase um Sexteto Sinistro), mas é uma justificativa apressada demais, por isso foi o único dos vilões que retornou e teve sua conclusão original estragada, ao contrário dos outros, que foram extensões compreensíveis na maior parte do que fizeram em seus respectivos filmes. Como deu pra notar, Molina e Dafoe tiveram mais espaço no enredo e foram responsáveis pelas sequências mais emocionantes do filme; contudo, isso é mais um crédito dos filmes de Raimi, que entregaram as personagens bem desenvolvidas, deixando Sem Volta Para Casa com a fácil tarefa de explorar dramas já bem estabelecidos.

Agora, vamos para o que interessa a todo mundo.
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Um é bom, dois é ótimo, três é fan service

Muito do sucesso desse filme se deu por conta do suspense envolvendo o possível retorno dos Aranha anteriores, Tobey Maguire e Andrew Garfield. Como já deixei escapar em uns parágrafos anteriores, e você provavelmente já sabe porque essa é uma crítica com spoilers, os dois atores estão mesmo de volta. Ainda que a presença deles sofra por conta de todo o segredo em volta das filmagens, limitando um diretor (já limitado) a cenários restritos e à agenda apertada do elenco, há uma enorme satisfação em rever esses atores reprisando seus papéis.

Obviamente, as cenas mais emocionantes envolvendo os três se dão mais pelo nosso repertório com eles do que por algo criado pelo próprio roteiro de Sem Volta Para Casa. Sequências cômicas, como Maguire fazendo Garfield admitir que seu Aranha era “espetacular”, são engraçadas, e funcionam por conta do histórico que temos com os atores e personagens. Também sobram falas recicladas de filmes anteriores, e reencontros que são um ótimo mecanismo para nos fazer chorar de saudade desses personagens, mas não por conta da história de No Way Home. Quando Maguire se reúne com Molina, de longe, minha sequência nostálgica favorita, deu pra sentir o peso das personagens e como os atores pareciam genuinamente emocionados com o reencontro. Talvez o maior acerto de todos os retcons que esse filme acaba fazendo, já que alterou o final dos filmes anteriores, é criar uma pequena conclusão para o arco dramático do Peter de Garfield.

Podemos aceitar que os filmes estrelados por Garfield não tinham o melhor roteiro do mundo, mas a forma como sua jornada foi interrompida sempre pareceu injusto, e Sem Volta Para Casa consegue incluir algumas linhas de diálogo para fechar parte da história do Espetacular Homem-Aranha, além de incluir uma rápida, mas significativa, sequência em que ele salva MJ (a Zendaya mesmo) de uma queda e fica emocionado por ter feito o que não conseguiu em seu próprio filme. Mais uma vez, é um momento de catarse para os fãs, embora a emoção só funcione por conta da nossa relação com os longas anteriores.

Quanto a Maguire, sua jornada foi concluída previamente e não há muito o que fazer com seu personagem aqui, a não ser utilizá-lo como o membro sábio do grupo, e felizmente mantiveram seu Aranha consistente com a versão de Sam Raimi, particularmente durante a batalha final com o Duende Verde de Dafoe, quando ‘Peter Maguire’ impede ‘Peter Holland’ de seguir com sua vingança. Em um filme de Watts, que não consegue passar dois minutos sem explosão ou piadas, foi bom ver aquele rápido momento de silêncio e conversa entre as personagens usando apenas os olhares.
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Com grandes poderes, e toda aquela coisa…

Nos minutos finais, podemos ter uma ideia de como será o Homem-Aranha do MCU daqui pra frente, que é basicamente um retorno para o eterno status quo de Peter Parker sem dinheiro e sem amigos. Por um lado é bom ver que ‘Peter Holland’ não depende mais de Stark para existir, e a decisão de deixar seus amigos sem memória como uma maneira de se sacrificar por quem ama é a coisa mais Homem-Aranha que esses filmes do Watts fez, mas não consigo deixar de pensar que isso foi quase um pedido de desculpa para alguns fãs conservadores que não aguentavam ver um Peter Parker diferente – a câmera chega a dar destaque para uma máquina de costura só pra deixar claro que o Aranha do futuro constrói seu próprio uniforme.

É bom ver uma versão mais independente do personagem, mas a forma como isso acontece apenas no terceiro filme, aos “45 do segundo tempo” (a expressão é assim mesmo? Não assisto futebol), parece mais o típico “controle de qualidade” da Disney, como se ela estivesse dando uma bronca na Sony e pedindo para assumir o comando daqui pra frente. É um futuro diferente, mas ao mesmo tempo, é um caminho familiar.

Por falar no controle da Disney, é sempre bom lembrar como podemos nos divertir nesses filmes e torcer para termos quinhentos deles, mas não é contraditório ter a consciência de que a Disney e a Sony precisaram tomar conta de mais salas do que o necessário porque ela considera seu filme mais “importante”. Não é como se ela precisasse disso, sabemos o poder que a Marvel tem sobre o espectador, e eu estou aqui torcendo para o filme do Quarteto Fantástico funcionar, mas defender monopólio é complicado. Bem, esse é um debate muito mais complexo do que parece, então vamos deixar pra outro dia.

Antes de terminar este capítulo, separei esse rápido parágrafo para mencionar as cenas pós- crédito. A segunda, um trailer para Doctor Stranger in the Multiverse of Madness, não é tão relevante para essa crítica porque não está ligado diretamente ao Homem-Aranha. Contudo, a primeira, traz Eddie Brock (Tom Hardy) e Venom em um bar, descobrindo tudo sobre o universo de Aranha Holland, mas ele logo retorna para sua dimensão, deixando para trás uma parte do simbionte. Deu pra ver que a Sony vai continuar com sua ideia de fazer filmes com personagens e o mundo do Homem-Aranha, sem necessariamente ter o herói protagonizando-os. Ah, e foi bom ver o ator Cristo Fernández como bartender, mas seria pedir demais que ele recebesse um papel maior no MCU? Não podemos desperdiçar o grande jogador Dani Rojas! — essa é pra quem tem bom gosto em série.
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Tá, e aí, foi bom?

Não é exagero dizer que Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um evento tão grande, senão maior, que Vingadores: Ultimato. A batalha contra Thanos é a culminação de 10 anos de filmes no MCU, mas a bagagem de Homem-Aranha é bem maior, quase o dobro disso, e mais de uma geração com fortes emoções pelos atores e personagens. Por mais que seja dirigido por Jon Watts, não tenha um enredo tão consistente e necessite de 20 anos de contexto para ter o efeito completo, o terceiro longa estrelado por Tom Holland é a experiência máxima para quem abordar esse filme mais como um evento para fãs do Homem-Aranha.

Se é pra ser um parque de diversões, Sem Volta Para Casa é um daqueles em que você pode até esquecer os brinquedos, mas lembra da alegria que foi passar aquele dia com seus amigos. E isso nem sempre precisa ser visto como algo negativo. A proposta da Marvel é exatamente essa, ser uma experiência própria, uma espécie de ‘série’ que atravessa diversas salas de cinema, nem que ela precise forçar outros filmes a sair do caminho.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-Man: No Way Home) – EUA, 2021
Direção: Jon Watts
Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers, baseado nas HQs de Steve Ditko e Stan Lee
Elenco: Tom Holland, Tobey Maguire, Andrew Garfield, Zendaya, Benedict Cumberbatch, Jacob Batalon, Jon Favreau, Jamie Foxx, Willem Dafoe, Alfred Molina, Benedict Wong, Tony Revolori, Marisa Tomei, J.K.Simmons, Thomas Haden Church, Charlie Cox, Tom Hardy, Rhys Ifans, Angourie Rice, Arian Moayed, Hannibal Buress, Martin Starr, J.B.Smoove
Duração: 148 min.

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