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Crítica | Homem de Ferro 3: Prelúdio

por Ritter Fan
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Tenho certeza que você, leitor, não conseguiu apreciar o filme dos Vingadores completamente por que uma pergunta sem resposta ficou no ar: aonde estava, afinal de contas, o Máquina de Combate? Um filme que poderia ter sido magnífico é destruído pela incapacidade dos roteiristas em tratar de tão importante aspecto na mitologia dos super-heróis Marvel. Uma pena…

Mas não tema, prezadíssimo leitor, pois você, que andava desesperado desde o ano passado com essa falta grave, com esse furo absurdo que o privou de Máquina de Combate ajudando os Vingadores, finalmente tem sua resposta na forma de um prelúdio em quadrinhos para Homem de Ferro 3. Era tudo o que faltava na sua vida, não é mesmo? De minha parte, realmente me sinto um homem mais completo.

Só que não…

Ironias à parte, esse prelúdio de Homem de Ferro 3 não tem absolutamente nada do Homem de Ferro em si, mas sim, apenas, de seu amigo James Rhodes, mais conhecido por sua alcunha super-heroística Máquina de Combate. E, só por isso, para começar, esse prelúdio é uma completa enganação. Afinal de contas, ele não faz necessariamente uma ligação entre a ação de Os Vingadores, quando vimos o Homem de Ferro pela última vez e Homem de Ferro 3, mas sim apenas serve para justificar a ausência de Máquina de Combate do filme do supergrupo, como se alguém, em sã consciência, estivesse preocupado com isso.

Mas nem mesmo como uma boa história desse personagem coadjuvante esse prelúdio funciona. Ele apenas estabelece que Tony Stark oficialmente deu uma nova armadura para James Rhodes e que, a serviço do governo americano, Máquina de Combate é enviado ao redor do mundo para lidar com ameaças ao país. É uma arma de destruição em massa na forma de um homem de armadura, tudo aquilo que Stark passou dois filmes tentando evitar.

Além dessa incongruência filosófica, o roteiro de Christos Gage e Will Corona Pilgrim não poderia ser mais banal: depois de uma brevíssima interação com Tony Stark e alguns quadros para estabelecer que a ação começa mais ou menos durante a construção da Stark Tower em Nova Iorque (cuja inauguração é mostrada no início de Os Vingadores), Máquina de Combate se vê em uma feroz luta em Hong Kong contra terroristas muito bem armados com um tanque que mistura a tecnologia de Justin Hammer com a de Tony Stark. Esse tanque é, basicamente, o grande “antagonista” da narrativa, pois Rhodey leva algo como 30 páginas para derrotá-lo em uma incessante batalha cujo final é tão óbvio que dói e é tão cercada de uma desnecessária e expositiva narrativa, que me senti lendo um daqueles livro da coleção “para idiotas”.

E o desenho? Enquanto Steve Kurth consegue ser razoavelmente eficiente no design do Máquina de Combate e na estrutura de algumas cenas de ação, ele falha miseravelmente ao trabalhar o tal tanque super-poderoso. Ele não só é feio pacas, ao ponto de ter um design até mesmo incompatível com o que ele representa, como nunca, em nenhum momento, o bicharoco convence como ameaça. O tanque é simplesmente uma “chateação” na vida de Rhodey e nada mais. Não sentimos, nos desenhos, nenhum senso de perigo ou de urgência.

Alguns vão reclamar da minha crítica argumentando que é óbvio que não há perigo, pois Máquina de Combate não pode morrer ou se ferir gravemente já que, não só ele é um personagem importante como, também, aparece em Homem de Ferro 3. Para esses eu digo: humm, ok. Lembrem-se que esse mesmo raciocínio torto é aplicável a absolutamente todos os quadrinhos de super-heróis mainstream. Nenhum deles morre ou, quando morre, revive não muito tempo depois. No entanto, esse “fato da vida” não impede linhas narrativas absolutamente fantásticas com um pouquinho mais de trabalho da massa cinzenta.

Infelizmente, porém, de cinzento mesmo só tem o Máquina de Combate nesse prelúdio. Gage e Pilgrim trabalharam no piloto automático, só para cumprir tabela e para responder uma pergunta que nunca ninguém fez e que eu teria ficado feliz em nunca ter lido a resposta.

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