Home QuadrinhosArco Crítica | House of Secrets #92: Monstro do Pântano (1971)

Crítica | House of Secrets #92: Monstro do Pântano (1971)

por Luiz Santiago
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No final de semana seguinte fui a uma festa pré-final de ano na casa de meu parceiro de longa data, Marv Wolfman. Mais tarde naquele dia, por razões que infelizmente não me lembro, eu estava escorado no meu carro no gelado ar da tardinha com Bernie Wrightson olhando a neve cair e proseando. Bernie tinha terminado há pouco com sua namorada e estava meio deprimido. Falei que sabia como ele se sentia. E aí tive a chance de mencionar que estava trabalhando numa história que combinava com o nosso humor. Sugeri que ele podia se interessar em ilustrá-la como um jeito de exorcizar seus demônios, e ele prontamente concordou. Nascia assim o Monstro do Pântano.

Len Wein, 1991

Minha história com o Monstro do Pântano começou tarde, e por um ponto bem adiantado na própria linha do tempo do personagem: os Novos 52. Absolutamente espantado com o que lia (e digo isso de forma muitíssimo positiva), segui firme até a edição 11, quando tive que colocar o título de lado por um breve período, para abrir espaço para outros, na época, mais urgentes para mim. Cerca de dois meses depois (isso em abril de 2013), eu comprei um encadernado então recém-lançado da Panini, Clássicos DC/Monstro do Pântano – Raízes Vol.1, contendo as seguintes publicações originais: Monstro do Pântano #0 (The House of Secrets, jun/jul, 1971); e as revistas #1 a 6 da Swamp Thing Vol. 1, publicadas entre o final de 1972 e o final de 1973. Esse Raízes trazia então o início de tudo, tanto a versão da House of Secrets, com a primeiríssima aparição do herói (edição que teve um valor sentimental para Len Wein e Bernie Wrightson) quanto a versão sem o valor sentimental, quando os artistas aceitaram o lançamento de uma revista própria para o Monstro. Foi aí que a “febre do pântano” me pegou.

Swamp Thing é o título dessa história de estreia do Monstro do Pântano, quase um poema branco com imagens, contando-nos uma saga de amor e traição envolvendo o desafortunado Alex Olsen (que na “versão comercial” do personagem viraria Alec Holland) e Linda Olsen Ridge (Linda Holland, no segundo tratamento), mais o “amigo” Damian Ridge, que conspirou para afastar Alex de Linda, sabotando os experimentos laboratoriais do amigo cientista. A ação causaria uma explosão, a morte de Alex e a consequente deposição do corpo nas águas do pântano, de onde ele sairia como… um Monstro.

the house of secrets plano critico monstro do pântano

Como tudo começou…

Len Wein faz um trabalho ágil e muito interessante ao nos apresentar esse conto desiludido sobre perda e, de certo modo, também sobre vingança — ou talvez de exercício da justiça. Essa atmosfera macabra, de isolamento e medo do desconhecido, ganha ainda mais força com os excelentes desenhos de Bernie Wrightson para o estilo vitoriano da casa e o ambiente da plantation onde se encontra. Uma apresentação incrível para um personagem que, reinterpretado pouco tempo depois pelos mesmos artistas, se tornaria uma das figuras pantanosas mais interessantes e queridas da História dos quadrinhos.

House of Secrets Vol.1 #92 (EUA, julho de 1971)
Roteiro: Len Wein
Arte: Bernie Wrightson
Capa: Bernie Wrightson, Jack Adler
Editoria: Joe Orlando
8 páginas

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