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Crítica | It’s Always Sunny in Philadelphia – 2ª Temporada

por Roberto Honorato
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Mesmo com suas irregularidades, a primeira temporada de It’s Always Sunny in Philadelphia foi hilária e teve alguns ótimos episódios que estabelecem um pouco do tom geral da série, mas não foi o suficiente para satisfazer o canal FX, que ficou preocupado com o número baixo de audiência e se reuniu com os criadores para encontrar uma maneira de atrair a atenção de novos espectadores sem comprometer a natureza caótica da série. A solução foi incluir mais uma personagem recorrente, e essa foi a principal diferença entre o ano anterior e a segunda temporada, porque a adição de Danny DeVito logo se tornaria um dos pontos altos da série.

Mas a entrada de DeVito não foi um grande acerto de cara, com o próprio co-criador, Rob McElhenney, mostrando certa resistência à presença do ator, preocupado que apelar para um nome tão conhecido no elenco fosse afetar a qualidade dos episódios. Esse não era o único problema, porque a agenda de DeVito estava cheia e ele tinha apenas vinte dias para completar todas as suas cenas, muitas delas antes mesmo do resto dos roteiros da temporada estarem prontos. Felizmente, o ator é experiente em comédias e fez um ótimo trabalho interpretando Frank Reynolds, o pai rico, porém ausente, de Dennis (Glenn Howerton) e Dee (Kaitlin Olson); mas ainda que tenha protagonizado algumas das melhores cenas da temporada (o ataque de raiva no restaurante enquanto grita “alguém precisa ser esfaqueado” é impagável), é visível como o cronograma apertado afetou o ritmo geral dos episódios.

A estreia de Frank Reynolds muda a dinâmica entre os membros da gangue, no entanto, por conta das mudanças de última hora, essa interação nem sempre funciona – por enquanto. Com exceção de Frank e Charlie (Charlie Day), que rapidamente tornam-se uma das duplas mais engraçadas da série, as tentativas de criar um drama familiar carregado pelo rancor de Dennis e Dee até traz premissas memoráveis, como quando brigam pela fortuna do pai ou se transformam em viciados em crack, mas a execução geralmente segue um caminho similar, mostrando os irmãos inconformados com as atitudes de Frank, para depois abandonar a ideia por uma resolução fácil, sem contar que DeVito atua como a voz da razão em alguns pontos, o que quebra parte da proposta inicial da série de explorar um grupo de desajustados traiçoeiros e sem escrúpulos.

Isso evidencia o maior problema da temporada, que pode produzir episódios excelentes como “Mac Bangs Dennis’s Mom” (Mac pega a mãe do Dennis), mas parece perdida ao tentar desenvolver subtramas com as personagens separadas. O forte da série está na relação autodestrutiva do grupo, e ela aprende a criar arcos isolados no futuro, contudo, ainda está caminhando com cautela, o que é um avanço comparado à temporada anterior, que era carregada de ótimas piadas, mas muitas vezes deslocadas da temática principal do episódio. Para estabelecer melhor o universo da série, o segundo ano também introduz novas personagens que passariam a ser recorrentes, como o pastor Matthew (David Hornsby), ou apenas Cricket; e Luther (Gregory Scott Cummins), o pai criminoso de Mac, que tenta usar o próprio filho como mula para carregar suas drogas. Os dois são o tipo de figura que combina perfeitamente com a atmosfera anárquica da gangue.

A segunda temporada de It’s Always Sunny in Philadelphia é tão engraçada quanto a primeira, até mais consistente na forma como as piadas contribuem para a temática do episódio. A introdução de um novo membro para o elenco principal foi a decisão mais acertada da série inteira, mesmo que sua introdução no segundo ano ainda não fortaleça a dinâmica entre as personagens, que sempre foi e continua sendo o motivo de ter triunfado por tantos anos. Aos poucos, a série vai tomando forma, e ela ainda não está lá, mas está bem próxima. 

It’s Always Sunny in Philadelphia – 2ª Temporada – EUA. 29 de Junho de 2006 a 17 de Agosto de 2006
Diretores: Daniel Attias, Rob McElhenney
Roteiristas: Glenn Howerton, Rob McElhenney, Charlie Day
Elenco: Charlie Day, Glenn Howerton, Rob McElhenney, Danny DeVito, Kaitlin Olson, Mary Elizabeth Ellis, David Hornsby, Artemis Pebdani, Lynne Marie Stewart, David Zdinich, Sandy Martin, Lance Barber, David Hornsby, Gregory Scott Cummins, Andrew Friedman, Gregory Scott Cummins, Jimmi Simpson, Nate Mooney, Michael Naughton, Catherine Reitman, Travis Schuldt, T.J.Hoban, Thesy Surface, Chad L. Coleman, Brittany Daniel, Anne Archer, Dave Foley, Shelly Desai, Jessica Collins, Mary Lynn Rajskub, David Gueriera, Nick Wechsler
Duração: 10 episódios de 22 Minutos

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