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Crítica | Kamen Rider Super-1 (1980) – 1X01 e 02: O Grande Homem Remodelado! e A Hora da Batalha Chegou!

Tecnologia é a palavra de ordem.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 1
Número de episódios: 48
Período de exibição: 17 de outubro de 1980 a 03 de outubro de 1981.
Há continuação ou reboot?: Sim. Foi precedida por seis séries e sucedida por mais de 30 séries, especiais televisivos e longas-metragens que continuam sendo lançados até hoje em dia.

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Depois que Kamen Rider Amazon e Kamen Rider Stronger não conseguiram atingir o sucesso esperado, a franquia passou por seu primeiro hiato e retornou com Kamen Rider Skyrider que, em resumo, tentou representar um retorno ao básico, notadamente a série original, de 1971, mas sem realmente apostar nas bizarrices clássicas. A série que veio em seguida, Kamen Rider Super-1, não segue pelo mesmo caminho e parece (pois posso estar enganado, pelo que os leitores especialistas podem e devem sentir-se livres para me corrigir!) ser uma resposta mais direta à concorrência das séries no estilo Super Sentai, com um protagonista muito mais abertamente tecnológico, seja em sua origem, seja em suas habilidades ou mesmo em sua moto que, diferente de todas as anteriores, não é mais do estilo trail, mas sim algo mais bojudo como as motos de CHiPs.

Há diversos aspectos curiosos em Kamen Rider Super-1. O primeiro deles é que todo o primeiro episódio – O Grande Homem Remodelado! – se passa nos EUA, em uma base no meio do deserto americano voltada à exploração espacial, com Super-1 sendo o resultado de uma operação de transformação do cientista humano órfão voluntário Kazuya Oki (Shunsuke Takasugi), em um ciborgue para ser o primeiro de novos astronautas para irem ao espaço sem a necessidade de usar os incômodos trajes comuns para isso. O segundo aspecto interessante é que o episódio piloto é o primeiro da franquia a dedicar-se integralmente à origem do novo Kamen Rider, em uma abordagem detalhada de suas motivações e de seus poderes, ainda que isso aconteça sacrificando a narrativa, pois perder diversos minutos para mostrar as várias habilidades tecnológicas deles (que são sinalizadas por luvas coloridas) não é a melhor maneira de se conduzir uma história. O terceiro aspecto relevante é que, no episódio piloto, tanto a transformação de Kazuya em Super-1 como a troca de suas luvas tecnológicas acontece remotamente, por um computador controlado por um grupo de cientistas, computador esse que acaba sabotado pela entidade vilanesca da vez, o Reino Dogma, que é extraterrestre.

Isso tudo torna o episódio piloto no mínimo curioso e inegavelmente resulta em algo que, pelo menos neste começo, é diferente do que veio antes tanto em estilo quanto em execução. Ou, pelo menos, diferente na medida do possível, pois a franquia, até esse ponto, apesar de ter começado de maneira bastante peculiar e desafiadora, tendeu a “normalizar-se”. Super-1 é, diria, um meio termo interessante que combina as origens clássicas dos ciborgues insectóides com uma abordagem mais super-heroística, mas não daquele jeito espalhafatoso e cômico de Stronger. Isso pode ser visto no design mais sóbrio do novo uniforme, combinando o prateado (sinônimo visual de “tecnologia”) e preto que é quebrado apenas pelas tais luvas coloridas (horrorosas, aliás) e a super-moto extravagante (que não é horrorosa exatamente, mas chega próximo).

A incapacidade de Kazuya Oki em se transformar em Super-1 ao bel prazer é algo explorado no final do piloto, mas que somente ganha efetivo desenvolvimento no segundo episódio – A Hora da Batalha Chegou! – com o protagonista já se deslocando para o Japão de maneira um tanto quanto aleatória e passando a estudar kung-fu Shaolin (que, vale lembrar, é chinês) com um mestre para justamente aprender a controlar a transformação (ou henshin), seja lá por qual razão. Entre isso, uma família que parece a do Speed Racer que o adota a pedido do cientista mentor de Kazuya antes de ele morrer e a presença maligna do vilão Fire Kong como líder de um dojo de caratê (aí sim japonês), as pontas vão se juntando aos trancos e barrancos, de certa forma em estilo completamente diferente do piloto, trocando a calma pela correria, a lógica pela aleatoriedade, o que não convenhamos, não é surpresa alguma…

Kamen Rider Super-1 leva a franquia criada por Shotaro Ishinomori para uma nova década, com um novo estilo, mas sem ser novo o suficiente para descaracterizar completamente o conceito original. É um começo inegavelmente atraente, mas que pende mais para o “simplificado” do que para aquela abordagem realmente estranha e bizarra que diferenciou o início de Kamen Rider na década anterior e que levaria a franquia ao seu maior hiato logo em seguida, com seu retorno só acontecendo mais para o final dos anos 80.

Kamen Rider Super-1 (1980) – 1X01 e 02: O Grande Homem Remodelado! e A Hora da Batalha Chegou! (仮面ライダースーパー1 / Kamen Raidā Sūpā Wan – Japão, 17 de outubro de 1980)
Criação: Shotaro Ishinomori
Desenvolvimento: Takashi Edzure
Direção: Minoru Yamada
Roteiro: Takashi Edzure
Elenco: Shunsuke Takasugi, Teru Satō, Wolf Ōtsuki, Nobuo Tsukamoto, Yumiko Tanaka, Akira Shioji, Toshihiko Miki, Shinji Nakae
Duração: 25 min. (cada episódio)

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