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Crítica | Krypton – 2X09: Blood Moon

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

É, pelo visto Cameron Welsh guardou o melhor para ele mesmo. Na direção do penúltimo episódio da temporada, o showrunner entrega talvez o melhor capítulo até agora sem a presença de Lobo e que, de quebra, é, também, o mais visceral e violento. A série já havia mostrado ser capaz de sanguinolência com o fator de cura do Maioral e também com a execução ao vivo do que agora sabemos ter sido o clone de Lyta-Zod, mas Blood Moon escancara as porteiras do gore, algo que surpreende, mas que, ao mesmo tempo, é muito bem-vindo.

O prometido uso de Apocalypse por Dru-Zod acontece aqui em uma história que se beneficia de sua simplicidade. Mesmo que o núcleo em Krypton não seja esquecido, o foco é mesmo na lua vermelha de Wegthor, sede da rebelião e para onde partem Seg-El e Nyssa-Vex para ajudar Val-El. No entanto, o tirano manda para lá sua arma biológica, agora completamente sob seu controle, e o estrago é grande.

A sequência da chegada do monstrengo que um dia mataria o Superman é imponente e cuidadosamente decupada de maneira a tirar o máximo proveito do bom, mas não tão alto orçamento para CGI e efeitos práticos. Vemos tudo o que precisamos ver, o que significa, na prática, que todo o embate corporal é escondido espertamente pelo jogo de câmera que nos aproxima da batalha campal, mas sempre privilegiando os humanos e suas mortes violentas, deixando Apocalypse para ser visto apenas de relance. Sem dúvida alguma, Welsh, que senta na cadeira de diretor da série pela primeira vez, mostra ter controle preciso sobre seu ofício, transformando a superfície – e depois o subterrâneo – da lua em um banho de sangue que faz jus à origem violenta do vilão.

O breve reencontro de Seg com seu avô, Adam Strange e Kem é bem equilibrado, sem piadinhas alongadas e sem muito chororô, só o suficiente para criar traços de tensão que são expandidos em seguida pelo roteiro de David Paul Francis que coloca nossos heróis em missão suicida para explodir os túneis e soterrar Apocalypse de forma que os sobreviventes tenham tempo de chegar à nave da força invasora de Zod que, de quebra, tem que ser capturada por uma pequena força liderada por Nyssa. Ou seja, há distribuição de funções para toda a quadra principal, com sequências debaixo da terra que trabalham muito bem o suspense e uma cena de ação com Nyssa que reconfirma a transformação completa da personagem cansativa que ela era na primeira temporada em uma sofrida guerreira completa.

Mas é claro, porém, que a grande surpresa é mesmo a morte de Kem. E vou apostar aqui – simplesmente porque sou otimista – que ele morreu de verdade e não voltará mais nem como clone, vejam bem. Apesar de eu nunca ter comprado a persona de Comando para Matar do sujeito, mudança radical demais para o bartender atrapalhado de boa índole da temporada anterior, seu sacrifício não pela rebelião, não por uma causa maior, mas sim pelo amigo de longa data foi um gesto clichê e esperado, mas bonito e lógico dentro da narrativa. Ele já vinha mostrando-se um herói e, agora, encontra seu fim definitivamente como um em uma sequência com boa construção de tensão, sem som e em câmera lenta que mostra detalhes de Apocalypse primeiro enfiando a mão em seu torso e, depois, destroçando a cabeça de Kem. Welsh definitivamente estava com vontade de gastar toda a reserva de sangue falso da produção, pelo visto.

E, como se isso não bastasse, a explosão deflagrada por Kem, mas ordenada por Val-El é literalmente apocalíptica, já que não fica contida na região, destruindo completamente a lua. O bom velhinho vovô de Seg tornou-se, oficialmente, o maior assassino da série até agora, primeiro determinando a destruição do elevador espacial com todo mundo lá dentro e, agora, por um erro de cálculo, chacinando todo mundo – menos os rebeldes – que morava ou trabalhava por aí. Nada mal para um cara que voltou há poucos meses da Zona Fantasma, não é mesmo? Aliás, espero que isso não seja varrido para debaixo do tapete e esquecido no episódio final, já que algo dessa magnitude precisa ter algum tipo de consequência.

O núcleo composto por Lyta, Jayna-Zod e Dev-Em, que permanece em Krypton, é o ponto fora da curva do episódio e que quebra um pouco o ritmo das sequências de ação sem trazer realmente coisas novas para a mesa de discussão. Sim, é interessante que Welsh não simplesmente passou por cima do tempo de recuperação mínimo que alguém precisaria ter depois de passar sei lá quanto tempo sob controle de Clemência Negra, mas a conexão entre os três é baseada em abraços e beijos demais para ser crível no contexto militarístico em que eles foram apresentados. Seja como for, o início da conversão do exército leal a Dru-Zod parece ser o começo do fim para o tirano.

Blood Moon foi um episódio inesperado em sua execução. Nada de amenidades, nada de esconder a ação. Tudo foi às escâncaras e sem economizar na violência explícita. Não sei se isso representa um ponto de virada na pegada da série, mas tomara que seja, mesmo que só falte um episódio para a temporada acabar. Zod que se cuide!

Krypton – 2X09: Blood Moon (EUA – 07 de agosto de 2019)
Showrunner: Cameron Welsh
Direção: Cameron Welsh
Roteiro: David Paul Francis
Elenco: Cameron Cuffe, Georgina Campbell, Shaun Sipos, Elliot Cowan, Ann Ogbomo, Aaron Pierre, Rasmus Hardiker, Wallis Day, Blake Ritson, Ian McElhinney, Colin Salmon, Hannah Waddingham, Emmett J. Scanlan
Duração: 45 min.

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