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Crítica | Legends of Tomorrow – 3X16: I, Ava

por Luiz Santiago
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Há SPOILERS do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios.

A referência no título a Eu, Cláudio (1976) e Eu, Robô (2004) já indicava muito coisa do que poderia acontecer neste episódio, isso para os espectadores que (como eu) não assistem nada de sneak peek, que não lê fóruns da série para descobrir sobre os “mistérios da temporada” e que foge de todo e qualquer spoiler que não sejam coisas que já aconteceram nos quadrinhos. Isto considerado, sabíamos que se tratava ou de uma trama com robôs, ou de uma trama com clones. E claro, a produção escolheu o melhor caminho possível. A verdade sobre Ava, que Rip havia aludido e pedido para Gideon apagar dos arquivos, enfim, foi revelada. Embora não completamente. A busca continua e parece que Rip bem bastante a esconder…

Trabalhando em duas vertentes narrativas, como tem sido o padrão de LoT desde a metade desta temporada, o roteiro de Ray Utarnachitt e Daphne Miles nos mostra a investigação sobre o desaparecimento de Ava e a retomada do totem de Vixen, aqui, resolvendo de maneira crua e tocante as questões familiares com Kuasa. Ao menos em um primeiro momento. Novamente, a direção (a cargo de Dean Choe, em seu primeiro trabalho como diretor, depois de décadas como ator — começando em um episódio de Airwolf, 1985 — e principalmente como dublê — começando em Sexta-Feira 13 Parte 8: Jason Ataca Nova Iorque, 1989) cria um ambiente coerente de ações, seja na Waverider, seja no futuro do Paraíso-Inferno de Avas ou com Gládio e Kid Flash firmando uma aliança com Kuasa para enganar os Darhk. Só que não.

Apesar de gostar bastante das cenas com Isis e Onda Térmica, eu realmente esperava um melhor tratamento para Mick, não necessariamente de plena aceitação, mas de melhor adequação de habilidades com o uso do totem do fogo. Além disso, o fato de colocá-lo comendo o tempo inteiro me pareceu uma desculpa humorística boba, porque como esta é apenas uma linha secundária do episódio, nós não temos bem a impressão de passagem do tempo (visto que são vários os tempos visitados), de modo que tudo parece uma extensão não muito palatável da mesma piada. Não chega a ficar ruim, porque é bem dirigida, mas certamente satura. Na mesma pendência devo colocar a ação final de Vixen. Amaya sabe mais do que ninguém ali o peso que o tipo de atitude que ela está tomando pode ter para a História da humanidade, ainda mais com um Demônio do Tempo apenas esperando um bom paradoxo para soltar-se de sua prisão e dominar o mundo. E lá vai iniciar o processo. Não me parece nada inteligente. E sim, eu percebo que esta foi a deixa do roteiro para dar o bote final nas consequências para as Lendas. Mas haviam outras formas de conseguir a mesma coisa. Isso parece um pouco as ações impulsivas que tiveram aos borbotões na época-que-não-deve-ser-nomeada. Dá até arrepio, só de pensar.

O bloco do Paraíso-Inferno de Avas ainda é o melhor momento do episódio. A revelação foi boa; a estrutura do espaço também impressiona (lembra um pouquinho o desenho de produção de Westworld) e os acontecimentos ali não estão apenas centrados no futuro dos clones. Eles possuem braços em Fresno e no presente, tendo Gary como um excelente ponto de ligação de Ava com as Lendas. Eu já cansei de elogiar o personagem. Gosto bastante do ator e acho que ele vem em momentos precisos da narrativa, não apenas como um bobão de ocasião. Sobre esse bloco, ainda vale dizer que eu espero que AvaLance seja real e oficial. Essas duas mulheres são um excelente casal e torço para que a produção saiba como guiar esse relacionamento. Todos entendemos o crush profundo de Gary para com elas… Não tem como não ter algo assim quando se fala de um casal interpretado por Caity Lotz e Jes Macallan.

O bloco com Nate e Damien é hilário. Eu vi que muita gente reclamou a “virada de jogo” do papai Darhk no episódio, mas vejam, não houve “virada” nenhuma! O roteiro explica perfeitamente o por quê Damien não está mais tão à vontade no processo de dominação. Psicopata ou não, ele é um homem muito inteligente, alguém que pretendia capturar a História e fazer o mundo à sua imagem, como um presente para a filha. O típico plano que esperaríamos de Darhk e que agora não pode ser executado porque Nora é um canal direto para um Demônio. A atitude dele é perfeitamente compreensível, nada que contradiga o personagem. Além disso, toda a tortura fake com o Nate (que pelo menos brevemente usa o poder — posso ouvir um aleluia, irmãos e irmãs?) é extremamente engraçada.

Achei que Mallus iria se libertar aqui, mas parece que a produção deixou tudo para a dupla final de episódios da temporada. Meu único desejo é que não seja uma resolução corrida, isso seria um baita erro de programação de drama da temporada. De resto, meu contentamento com LoT permanece firme e forte. Que venha o final.

Legends of Tomorrow – 3X16: I, Ava (EUA, 2018)
Direção: Dean Choe
Roteiro: Ray Utarnachitt, Daphne Miles
Elenco: Brandon Routh, Caity Lotz, Maisie Richardson-Sellers, Amy Louise Pemberton, Tala Ashe, Keiynan Lonsdale, Nick Zano, Dominic Purcell, Neal McDonough, Courtney Ford, Jes Macallan, Tracy Ifeachor, John Noble, Adam Tsekhman, Eli Gabay
Duração: 43 min.

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