Home TVEpisódio Crítica | Legends of Tomorrow – 7X10: The Fixed Point

Crítica | Legends of Tomorrow – 7X10: The Fixed Point

A criatividade da ficção científica para formular narrativas fixas e progressivas.

por Davi Lima
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  • Há spoilers! Leiam, aqui, as críticas dos outros episódios da série.

fixed point What moves me even more is… your unrelenting belief that there is a way. – Gwyn Davies

 

Como os episódios anteriores pareciam entregar as explicações e os fechamentos de dramas entre os personagens, era esperado que esse The Fixed Point fosse a volta mínima do ritmo que havia no começo da temporada e o foco total em recuperar a Waverider – o conflito originário de tudo. Pensado e realizado. O que mais se destaca nos primeiros minutos do episódio é o ímpeto dos Legends para ferirem a linha temporal como isca para enfrentarem os androides e a Gideon do mal, assim como os últimos minutos surpreendem pelo gancho ser o próprio encontro com a nave dos heróis. Sem dúvida o ritmo e o foco são progressivos. No entanto, existe uma criatividade diferente no roteiro dessa semana, que cria um episódio mais emotivo para novos testes de relacionamento entre os personagens envolta de atalhos do universo da ficção científica para a bola de neve de problemas temporais ter um limite de velocidade.

O enredo consegue dinamizar com ritmo próprio no episódio novas lógicas para novas regras sobre o conceito novo de viagem no tempo, enquanto desenvolve a nossa crença emocional de maneira simples e honesta para que o espectador não se perca criando furos no conceito. Foi interessante assistir no início da temporada um controle mais calmo da composição das cenas, que por vezes duravam mais tempo, mas a montagem não perdia a agilidade para nos motivar a caminhar na missão dos Legends. Em The Fixed Point as cenas parecem mais rápidas, pois necessitam se adequarem ao contexto estático que o novo conceito, que intitula o episódio, seja bem claro. Invés de apenas matar o assassino do estopim da Grande Guerra em 1914, a ideia dos roteiristas criarem um fato histórico ser alvo de espetáculo audiovisual para viajantes no tempo cria uma espécie de pausa que sempre está em movimento.

A tentativa dos viajantes evitarem o estopim, e não conseguirem, gera primeiramente o argumento de como Sara (Caity Lotz) vai vencer o tempo, que parece impedir que o ponto fixo no curso da história seja “desfixado”. Ao mesmo tempo que isso acontece, põe-se um mistério implícito com Gideon (Amy Louise Pemberton) questionando: como o tempo pode se impedir de ser mudado? A partir disso, o conflito que Gwyn (Matt Ryan) tem com Ava (Jes Macallan), por ele crer no destino de se apaixonar por um homem porque Deus quer que ele salve-o, apenas, alinhado com o conflito de Spooner (Lisseth Chavez) conseguir se abrir com Zari (Tala Ashe), sem a participação de Astra (Olivia Swann), nos ajuda a desfocar de possíveis ilógicas da pergunta de Gideon. Pois a pergunta da personagem põe em risco calculado a nossa crença no destino que o roteiro obrigatoriamente coloca os Legends no pub dos viajantes do tempo, que os impede de concluírem o plano de encontrar a Waverider com mais rapidez.

Entretanto, as resoluções dos conflitos de Gywn e Spooner retroalimentam nossa crença na lógica do episódio. O drama de Gwyn é resolvido com uma frase de fé de Ava, na mesma proporção da fé do cientista em Deus. Na outra trama, Spooner se sente confortável com a ajuda de Zari em não ter atração sexual por ninguém especificamente. Isso serve de retroalimentação crível para nós, espectadores, crermos que Sarah vai conseguir parar o estopim da guerra. Mas o ponto de freio na velocidade da bola de problemas temporais é enfim explicado. Embora o roteiro não explique plenamente porque os Legends não podiam matar os assassinos do Arquiduque antes do momento específico do assassinato, o desenvolvimento emotivo, com a ajuda de Ava, Zari e Nate (Nick Zano) – que ajuda Sara a acreditar que pode falhar para acertar em impedir os assassinos – nos estabiliza para a inesperada aparição de Eobard Thawne (Matt Letscher).

Tão próximo do final, o conceito novo do ponto fixo na história em The Fixed Point se torna um caso de velocistas. Acaba que o episódio se completa perfeitamente em nos entregar o ritmo antigo de progredir com a série durante o desenrolar da criatividade de nos manter atentos a um jogo que não deixa os Legends progredirem em mexer na linha temporal (olha que irônico). É um ótimo episódio por isso, mesmo que limitado em segurar suas surpresas como atalhos convenientes da ficção científica. E o mais interessante é que se antes os dois últimos episódios pareciam parados em ritmo mais objetivo, agora os Legends tem o cliffhanger de 40 minutos para recuperarem a Waverider. Que sacada!

Legends of Tomorrow – 7X10: The Fixed Point – EUA, 26 de janeiro de 2022
Direção: Maisie Richardson-Sellers
Roteiro: Matthew Maala, Paiman Kalayeh
Elenco: Caity Lotz, Tala Ashe, Jes Macallan, Olivia Swann, Adam Tsekhman, Shayan Sobhian, Lisseth Chavez, Amy Louise Pemberton, Nick Zano, Matt Ryan, Timothy Webber, Matt Letscher, Rady Panov
Duração: 42 min.

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