Home TVEpisódio Crítica | Legends of Tomorrow – 7X12: Too Legit to Quit

Crítica | Legends of Tomorrow – 7X12: Too Legit to Quit

As grandes resoluções sempre precisam de boas mentiras antes da verdade.

por Davi Lima
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Legit to Quit

 

  • Há spoilers! Leiam, aqui, as críticas dos outros episódios da série. 

legit to quitIn the river, I will find you, for you I will always be you and I will always be me”.  – Gwyn

 

Depois que Legends of Tomorrow incluiu o personagem Gwyn e seu drama de guerra, a série introduziu bastante poesia e reflexões sobre o tempo com esse cientista louco e romântico que Matt Ryan interpreta. Mesmo com o sentimento estranho de como essa 7ª Temporada de 13 episódios estava terminando, o personagem que criou a máquina do tempo estava puxando para si um vórtex humanista que poderia transformar a bola de neve de problemas na linha temporal e um grande rio torto, sem fronteiras, com liberdade narrativa. Isso cessaria o conflito básico com Gideon do mal e colocaria os Legends no patamar de sempre, usando a Waverider e sendo heróis do tempo. Felizmente, os showrunners, bem criativos, compreenderam as cartas que tinham na mão e encerrar o sétimo ano em progressão, não apenas uma resolução de devolver a Waverider. Ela não é o tema dessa temporada.

A procura pela nave viajante do tempo era a motivação geral, mas como escrevi no texto de Speakeasy Does It: “Essa temporada de Legends of Tomorrow está mostrando como a aventura não objetiva vale a pena, sempre tem mais a se deslumbrar no caminho.”. Naquele episódio Zari nos ajudou a refletir isso, assim como neste Too Legit to Quit Zari também questiona o seu legado quando Gideon mostra seu futuro na moda e maquiagem. Em The Fixed Point entendemos que manter a imutabilidade da linha temporal era um castigo para Eobard Thawne, o vilão mais conhecido por mudar eventos para seu prazer, e o gancho real de Lowest Common Demoninator era assumir que fazer mudanças temporais eram ações humanas genuínas. A grande mudança desse ano da série foi mostrar aos Legends que eles são mais que viajantes do tempo e mantenedores da linha tempo como heróis…eles são humanos.

O discurso humanista fica gritante, se formos pensar, quando o grande estalo novo da série é ter a versão Gideon humana, depois de tanto conviver com os Legends humanos. Amy Louise Pemberton, que dublou Gideon por tanto tempo, e assumiu a forma humana no começo dessa 7ª Temporada, é eleita como Legend no 100º episódio da série, exatamente para bradar a revolução: para ser um Legends, primeiramente, é preciso ser um ser humano. Todo o evento nostálgico de wvrdr_error_100 not found pode até decepcionado por parecer sem propósito revisitar Gideon, quando os episódios especiais abraçariam o 8 ou 80: rever todos os Legends como overdose nostálgica, ou desligar o modo homenagem e apenas progredir a história fazendo uma relação com o legado de Legends. Com Astra, Spooner e Gideon, o episódio encontrou o meio termo de apresentar o quão humano é o legado dos Legends e propor Gideon como uma integrante promissora.

Então, ao longo da temporada entrou-se no dilema de confiar em Gideon e na alegria de estar com Waverider de novo. E é assim que Too Legit to Quit começa, entre duas Gideons e a resolução de salvar a Gideon humana por causa da tecnologia da Waverider. Não há o conflito direto sobre a humanidade ou não da Gideon, mas há o gancho forte de como a ausência dos Legends torna-a mais IA, assim como a IA do mal que está conectada a Waverider O embate é futurista, pois a mágica de Astra tornou Gideon em humana, mas a do futuro, feita por Bishop, ainda pode torná-la menos humana.

Ao mesmo tempo que essa desconfiança se finca, e todo o esforço do episódio em aposentar os Legends, aposentar os heróis, que tanto criaram uma bola de neve de problemas na linha do tempo, garantindo nossa diversão; o criador da viagem no tempo na série não tem seu desejo realizado. Daí revela-se a mentira, tanto do robô que emula Alun (Tom Forbes) para Gwyn, como de que voltar a Waverider era o principal nesse ano da série.

Por isso era estranho no retorno do hiato a temporada mudar o ritmo em relação aos primeiros episódios atrás da máquina do tempo, porque depois de A Woman’s Place is in the War Affort! apresentar os Legends robôs a ideia era impactar com outro destino e repensar os Legends com o legado fora da Waverider, e até mesmo se a bola de neve de problemas eram problemas…ou apenas humanidade. Astra estava errada em mudar o curso da história contra o machismo e o racismo? E Gwyn salvar seu amante?

O amor e a lógica se embatem, assim como Gary, não humano, entende que o problema não é o amor e sim as pessoas que são problemáticas, algo que Gideon mentindo entendeu parcialmente. Logo, antes da grande verdade surge uma mentira, a bola de neve que vai se tornar um rio com Gwyn, o Heráclito da série. Sua conexão com Ava, em que ambos aprendem o amor pelo amor e o futuro que não permanece estático, mas flui, revela em Too Legit to Quit que o cientista louco era a motivação específica da temporada.

Os showrunners, como sempre, preservando a diversão com inteligência, preparando grandes resoluções que com certeza não acabam no próximo episódio, ou não deveriam. Vejamos qual o patamar humano que os Legends vão nos trazer no próximo episódio final, para irem além com seus verdadeiros legados nada previsíveis. Os verdadeiros heróis nunca se aposentam, apenas mudam de rumo dentro do rio. Como o filósofo Heráclito disse: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio porque as águas renovam-se a cada instante.”

Legends of Tomorrow – 7X12: To Legit to Quit – EUA, 23 de fevereiro de 2022
Direção: Sudz Sutherland
Roteiro: Leah Poulliot, Morgan Faust
Elenco: Caity Lotz, Tala Ashe, Jes Macallan, Olivia Swann, Adam Tsekhman, Shayan Sobhian, Lisseth Chavez, Amy Louise Pemberton, Nick Zano, Matt Ryan, Tom Forbes, Jessica Halliburton, Lily Yawson
Duração: 42 min.

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