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Crítica | Legião dos Super-Heróis: As Histórias de 1963 (Adventure Comics #304 a 315)

por Luiz Santiago
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Neste compilado, temos as críticas para TODAS as histórias da Legião de Super-Heróis e formações ou heróis relacionados, publicadas nas revistas Adventure Comics Vol.1 e Superman’s Pal, Jimmy Olsen Vol.1, entre janeiro e dezembro de 1963.

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Os Super-Poderes Roubados!

Aqui temos a “morte” de Relâmpago, a primeira baixa da Legião dos Super-Heróis desde que estreou nos quadrinhos, em 1958. E mais uma vez, Jerry Siegel nos apresenta um roteiro do tipo “enganei vocês!“, com Satúrnia dando início aos trabalhos, recebendo uma mensagem misteriosa, destruindo-a e depois agindo como se fosse uma tirana maligna, provavelmente agindo sob influência de algum vilão. Isso é o que a gente imagina à primeira vista, e a forma como o texto nos entrega os diálogos e as expressões faciais da heroína não dizem nada diferente. No entanto, há algo muito mais nobre nessa máscara vilanesca toda. E isso serve de um bom modelo de desenvolvimento para a personalidade de Satúrnia, em termos morais e éticos.

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Funeral Para Um Amigo, versão 1963

Aqui temos o uso do soro XY-4 (que surgiu em A Máscara de Chumbo) para trazer Mon-El de volta da Zona Fantasma e, mesmo que seja uma boa coisa ver o herói de novo, não me pareceu uma boa sacada do roteiro a forma como esse retorno é apresentado aqui. Com a morte de Relâmpago, o emocionante funeral e a sagração de Satúrnia como uma heroína ainda mais virtuosa do que se pensava, talvez a gente tenha um impulso por parte dela para aprimorar essas idas e vindas de Mon-El da Phantom Zone, já que o Sr. Superboy (digo e repito: inteiramente culpado pela intoxicação do daxamita — ver O Irmão de Superboy & O Segredo de Mon-El) parece não estar fazendo nada muito palpável para ajudar na cura do rapaz que já foi seu “irmão”, uma verdadeira vergonha. Mesmo com esses impasses na revelação da verdade para todos, a edição dá o seu recado e registra bem a primeira morte, se bem que já no último quadro há a deixa para o fato de que “logo logo” Relâmpago poderia estar de volta e que esta morte não foi bem uma morte moooooorte. Ah, os quadrinhos e seus vícios…

The Stolen Super-Powers! (Adventure Comics Vol.1 #304) — EUA, janeiro de 1963
No Brasil:
Ebal (1967 e 1976)
Roteiro: Jerry Siegel
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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O Segredo do Legionário Misterioso

Aquela galhofa que a gente duvida, acha estranho, mas vê que o autor consegue reverter os pontos bizarros em algo divertido e aproveitável, inclusive para o cânone da série, que é exatamente o que temos nessa história do Legionário Misterioso. Vejam vocês que, na abordagem da HQ anterior, eu falava do soro desenvolvido por Satúrnia. Aqui, porém, quem assume as rédeas da pesquisa científica para aprimorar o soro e salvar Mon-El é Brainiac 5! A ideia é boa e muito bem executada pelo roteiro, que mais uma vez brinca com a nossa percepção, utilizando o momento certo — e um pouco desrespeitoso, se a gente for pensar –, que foi a morte de Relâmpago para a aquisição de um novo membro que pudesse entrar em seu lugar. O problema é que esta seleção acontece um dia depois da “morte” do antigo parceiro do grupo. Além da apresentação do embuste Dynamo Kid e do alien orelhudo Antennae Boy (Khfeurb Chee Bez), temos o misterioso Legionnaire Lemon ou Marvel Lad, que apresenta uma série de novas habilidades, deixando Cósmico e os outros heróis embasbacados, mas com um pé atrás em relação a quem esse indivíduo poderia ser.

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Legionnaire Lemon? Marvel Lad? Lar-Grand? Mon-El?

Assim como na aventura anterior, temos um desenvolvimento bem interessante, parcialmente estragado pelo final, diante da maneira truncada com que as explicações aparecem para o leitor. Mas nada disso tira o fato de que temos Mon-El de volta e isto é uma alegria tremenda. Por um breve momento eu achei que iriam colocá-lo de novo na Zona Fantasma e que aquela visita de 10 minutos se tornaria uma visita por muito mais tempo. Mas não. Depois do afastamento de Relâmpago, foi uma boa jogada da DC trazer alguém com quem o público realmente se importava, talvez até mais que o próprio Relâmpago (no meu caso, pelo menos). Vamos ver até quando isso vai durar.

Secret of the Mystery Legionnaire! (Adventure Comics Vol.1 #305) — EUA, fevereiro de 1963
No Brasil:
Ebal (1966 e 1973)
Roteiro: Jerry Siegel
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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Legião dos Heróis Substitutos

A gente até fica confuso quando lê uma história dessas. Porque está na cara que o roteirista quis dar uma visão marota a respeito do heroísmo e, como de praxe nessa saga da Legião dos Super-Heróis, colocar mais e mais jovens com poderes para fazer parte do grupo. Até aí, tudo bem. O Multiverso a esta altura da História da DC (1963) era uma verdadeira Festa do Bode, então faz sentido para a época e para a proposta que toda essa gente ridícula (e que eu adoro) aparecesse para fazer o teste de entrada na Legião. Mas eis que aparece uma trama como essas e pensamos: “onde Edmond Hamilton estava com a cabeça?“. Primeiro que o trato dele para os coitados que não foram aceitos na Legião é engraçado de tão cruel (entendam a relação). Depois que, mesmo sendo os VERDADEIROS HERÓIS em pauta (visto que a Legião oficial estava perseguindo uma isca de importância zero), eles acabam jogando plenamente com a farsa, fingindo que nada aconteceu “só para não tirar o protagonismo da Legião principal“… Ai, ai, meus sais…

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A união dos “heróis inúteis” e a consequente farsa…

Aparecem aqui, pela primeira vez, Garoto Clorofila (Chlorophyll Kid/Ral Benem), Ígneo (Fire-Lad/Staq Mavlen), Noturna (Night Girl/Lydda Jath), Polar (Polar Boy/Brek Bannin) e, por fim, Pétreo (Stone Boy/Dag Wentim). Por fortíssima insistência de Polar, eles criam esse grupo paralelo, recusando-se a entrar em depressão depois de serem rejeitados pela Legião. O roteiro perde totalmente o tato na hora de apresentar os poderes, repetindo a mesma premissa para cada início de flashback e reforçando constantemente o fato de que Noturna perde as forças quando o Sol se põe, como se essa característica fosse algo que o leitor esquecesse assim, rapidamente. Sobre essa heroína, a única coisa realmente legal são os desenhos de John Forte, que mesmo com o penteado peculiar (vamos dar um desconto, ela é uma alienígena!) tem uma representação visual linda.

O conceito aqui, de união para amparar a Legião oficial quando for necessário, é algo que poderia fazer algum sentido e formar uma boa história se o roteiro fizesse uma apresentação palatável para cada novo herói (e não os obrigasse a encenar uma farsa que só faz mesmo irritar o leitor). A ideia de luta é boa, a ideia de união é boa e em alguns momentos a gente fica curioso para ver onde a reação dos rejeitados vai, mas a trama não sai desse patamar. E ainda endossa uma baita mentira para a população e para os próprios membros da Legião no final, o que nunca é algo positivo.

The Legion of Substitute Heroes! (Adventure Comics Vol.1 #306) — EUA, março de 1963
No Brasil:
Ebal (1966)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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O Poder Secreto do Super-Herói Misterioso

Tudo bem que Satúrnia estava sabendo, desde o início, qual era o “poder misterioso” desse inicialmente chamado Mistery Lad (depois, Transmutador ou Element Lad/Jan Arrah), mas ainda assim parece uma aposta absurdamente arriscada deixar entrar no grupo um herói do qual ‘ninguém’ sabe o poder, especialmente porque as referências dele também são desconhecidas. Evidente que o roteiro utilizou essa questão de pouca informação sobre o Herói Misterioso para jogar com a suspeita entre colegas de equipe, como Saltador e Colossal, e criar uma aventura de perseguição que consegue ficar solidamente acima da média, num enredo de pirataria bastante intrigante — contaminado pelas facilidades de alguns assaltos, mas tudo dentro de um parâmetro que conseguimos perdoar em essência — e um final que, por mais que o leitor tenha suspeitado de uma coisa ou outra, com certeza surpreende, principalmente na questão do poder.

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“Contos do RH Mais Estranho do Cosmos”.

O ponto aleatório do texto é o destino dado ao Pirata Espacial Roxxas e seus comparsas, mais a colocação de uma tarefa de “ressuscitar” Relâmpago, morto no início desse ano de publicações da Legião. A gente consegue comprar a ideia de transmutação de elementos (isso não era novidade em quadrinhos e, mesmo que fosse, não é algo alheio à ficção científica ou mesmo à nossa “mitologia científica” como as questões alquímicas, por exemplo), mas daí até um tipo de milagre para trazer um jovem da morte já é demais. O leitor fica esperando qual será o caminho utilizado para mais esse retorno dos mortos (e não digo isso especialmente relacionado à próxima edição, que não se trata do REAL retorno de Relâmpago, mas à ideia de intenção, independente de quando). A questão permanece: por quê criar um drama de morte para depois inventarem uma saída miraculosa e desfazer o tal drama? Que criassem um personagem dispensável para matá-lo definitivamente, então! Eis aí uma maldição dos quadrinhos que infelizmente fez escola muito cedo…

The Secret Power of the Mystery Super-Hero! (Adventure Comics Vol.1 #307) — EUA, abril de 1963
No Brasil:
Ebal (1967)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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A Volta de Relâmpago

Se você gosta de romances policiais, certamente já se deparou com o tipo de história medíocre de escritor que acha o máximo construir uma trama inteira desenvolvendo personagens e situações para, no final, apresentar o assassino na pessoa de alguém oculto (a terceira opção que ninguém nunca tinha ouvido falar), sobre quem o livro não tinha exposto uma única linha. Ou seja, literatura ruim. Exatamente o que acontece nesse texto de Edmond Hamilton para “a volta de Relâmpago“. Na verdade, o menino não volta coisíssima nenhuma. Mesmo que na trama passada isso tenha sido levado em consideração, não é o que acontece aqui. Surge, pela primeira vez nos quadrinhos, a jamais citada irmã do herói morto, a senhorita Pluma/Moça-Relâmpago (Lightning Lass/Ayla Ranzz), que vem em uma sequência de eventos macabros, absurdamente convenientes e que o roteiro claramente expõe como se fosse a ideia mais genial de todo o Universo. Não há galhofa ou ironia. Edmond Hamilton realmente leva essa bobagem totalmente a sério.

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É Relâmpago ou Relâmpaga que fala?

A história começa com a Legião criando a sua bandeira oficial (muito feia, por sinal) e tendo que levá-la para o esquife do menino dos raios. Por mais estranho que seja, não é uma premissa tão fora da curva assim. É uma demonstração de respeito aceitável e bonita por parte dos Legionários diante do amigo que caiu em combate. Mas é no momento em que vão colocar a bandeira no lugar onde está o esquife que a história começa a despencar ladeira abaixo, com Relâmpago se mexendo e “voltando à vida”. A revelação final, o retcon podre dado à história de origem do personagem-título, o mal aproveitamento de um novo personagem que tinha tudo para ser um excelente alívio cômico (Proty, que acaba virando bicho de estimação do Camaleão), tudo isso depõe contra essa aventura. Simplesmente não dá.

The Return of Lightning Lad! (Adventure Comics Vol.1 #308) — EUA, maio de 1963
No Brasil:
Ebal (1966)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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A Legião dos Supermonstros

Estava mais do que na hora de um dos rejeitados pela Legião virar a casaca e se voltar contra os heróis, criando ele mesmo a sua empreitada legionária, não é mesmo? Curioso é que a última vez que um rejeitado não aceitou a rejeição, não foi para o lado do mal e sim acabou gerando a Legião dos Substitutos. Aqui, após o teste da também rejeitada Rainbow Girl (sim, esse é o nome dela…) vem o intrometido Jungle King (futuro Monster Master) falando sobre as suas habilidades de dominar qualquer animal através de hipnose ou qualquer coisa do tipo. Primeiro que essa NÃO é uma coisa legal, afinal de contas, é uma dominação do bicho, não um acordo, nem nada. Depois, que a forma como o personagem se apresenta não dava nem para pensar outra coisa. Ele já tinha toda a pinta de vilão, só faltava o momento certo para começar a agir como tal.

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Que petzinhos bonitinhos…

Como muitas das histórias medíocres da Legião, essa alterna momentos de boa luta com conversa entre os que enfrentam o vilão, mas também não deixa de lado escolhas totalmente questionáveis por parte do roteiro, especialmente na construção de justificativas morais, considerando os planos do vilão e as sempre infames explicações DE COMO cada animal faz o que faz. É para rir e chorar ao mesmo tempo. A divisão da trama em duas partes foi algo bem pensado e até utilizado por Edmond Hamilton, sendo que o segundo bloco funciona e entretém muito mais que o primeiro, talvez pelo maior nível de ação ou pelo fato de já estarmos acostumados com a bizarrice toda.

The Legion of Super-Monsters! (Adventure Comics Vol.1 #309) — EUA, junho de 1963
No Brasil:
Ebal (1965)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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A Morte dos Super-Heróis

Tinha que vir um descendente de um importante vilão do Superboy para fazer a coisa funcionar, não é mesmo? Fortemente influenciada por um dos mais famosos romances de Agatha Christie, A Morte dos Super-Heróis nos mantém entretidos e interessados pela história a maior parte do tempo, algo nada comum para um roteiro da Legião dos Super-Heróis nesta fase. Mesmo que a conclusão não seja boa — ou melhor, que a maneira como o autor simplesmente jogou a conclusão, fazendo-nos aceitar uma porção de coisas como fato consumado –, todo o desenvolvimento do enredo é feito a partir de um suspense simples, mas trabalhado a contento: quem ficará vivo até o fim da aventura? De primeira, imaginamos se tratar de um simples engano que logo logo seria resolvido, mas à medida que o tempo passa e mais heróis vão morrendo, o leitor entende a seriedade da coisa, compra a ideia das mortes — porque são bem planejadas e inseridas no texto — e espera a resolução, torcendo para que ninguém mais saia de cena.

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A cabeçada inesquecível.

Na segunda parte, quando Superboy fica sozinho na citadela que construiu com os amigos para batalhas contra o misterioso Masked Man, temos o ápice da trama. A partir desse momento, as inferências e ações do herói irão fazer a trama descer (lentamente) ladeira abaixo. Talvez se tivesse um pouco mais de espaço, o autor não precisasse acavalar os eventos para mostrar a resolução encontrada por Kal-El. Ainda assim, o final não consegue diminuir ou manchar o que foi construído antes. A proposição final faz sentido, apenas não é bem aplicada ao roteiro. Mas é melhor esse tipo de encerramento do que um desenvolvimento paupérrimo. Muitas das aventuras anteriores da equipe são a prova disso.

The Doom of the Super-Heroes! (Adventure Comics Vol.1 #310) — EUA, julho de 1963
No Brasil:
Ebal (1965)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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A Guerra Entre os Heróis Substitutos e os Legionários

Quando a Legião dos Super-Heróis é chamada urgentemente para uma missão no espaço, uma misteriosa nave-máquina alienígena pousa na Terra, aparentemente em busca de metais. Achando isso suspeito, a Legião dos Heróis Substitutos decide investigar o caso e agir, caso necessário. O que eles não esperavam era encontrar tamanha resistência dos visitantes aliens e, como consequência, a Legião original agindo de maneira absolutamente estranha, tentando fazer com que os Substitutos debandem e deixem esse caso para trás.

Desde o início da aventura fica claro que há algo de estranho com a Legião original e que a primeira chegada alien à Terra do século 30 é só o primeiro passo para algo maior. Como estão determinados a agir nas sombras, sem que os heróis da principal Legião saibam que eles existem, os Substitutos abrem as portas para possíveis desentendimentos, algo que serve para o roteiro usar como disfarce de situação, embora, como já levantei, fique claro que existe algo errado com os heróis: ou eles estão sendo manipulados ou estão disfarçados. Uma coisa é certa, essa linha de roteiros que colocam os legionários agindo de maneira ignorante com alguém não é exatamente uma novidade, por isso, de certa forma, a escolha por parte de Edmond Hamilton foi bem precisa aqui, brincando com as obviedades mas, ainda assim, lançando dúvidas sobre o que a gente está vendo…

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Eita friozinho gostoso!

É bem engraçado ver a senhorita Night Girl agindo toda apaixonadinha (‘gada‘ demais) e inclusive fazendo algo que coloca toda a equipe em risco só para tentar esclarecer tudo com seu crush Legionário. E por mais estranha que pareça à primeira vista, a decisão dos Substitutos em não se relevarem para os Legionários oficiais acaba se fazendo entender pelas possibilidades que isso pode trazer para a equipe no futuro, o que torna o final dessa trama bem interessante. O início tem alguns problemas nos diálogos (alguns bem estúpidos) mas em vista do que já tivemos nessas páginas da Adventure Comics, até que a trama se sustenta bem, principalmente na segunda parte.

The War Between the Substitute Heroes and the Legionnaires! (Adventure Comics Vol.1 #311) — EUA, agosto de 1963
No Brasil:
Ebal (1967)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese, Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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O Supersacrifício dos Legionários

Pronto, deu a louca nos Legionários. Depois de algumas tentativas em reviver o Lightning Lad, agora eles realmente levaram a missão a sério, numa espécie de neurose coletiva que não poderia mais esperar por algo menos perigoso para trazer o menino à vida. Depois de vasculhar o Universo em busca de maneiras diferentes de reviver o LL, o grupo termina em grande frustração, não encontrando nada que fosse eficiente. Mas há um mistério em andamento, algo que o espectador e Satúrnia esperam desvendar o quanto antes. Viajando para Daxam com Saturn Girl, Mon-El apresenta um método possível e aí tudo fica muito claro: para que Lightning Lad volte à vida, é necessário que outro Legionário morra. O método encontrado consiste na passagem de energia de um corpo para outro… “simples assim”.

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A volta do que não foi.

Claro que essa corrida maluca da Legião parece estranha e abrupta. A decisão bem que poderia ser construída de maneira orgânica ao longo de algumas edições… mas ok, não é algo assim tão fora do esperado para esta revista, para falar a verdade. O senso de compromisso entre os membros da equipe, as missões perigosas que enfrentam para buscar pistas para reviver o amigo, tudo parece mais ou menos interessante no decorrer da saga, que sempre traz aqueles diálogos descritivos enjoativos, como era de praxe na época. Meu espanto positivo com essa história veio no final. Eu jamais imaginaria que Proty tivesse um espírito tão nobre. Uma maneira bem inteligente de Edmond Hamilton em guardar essa carta na manga e utilizá-la no momento certo!

The Super Sacrifice of the Legionnaires! (Adventure Comics Vol.1 #312) — EUA, setembro de 1963
No Brasil:
Ebal (1967)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein, John Forte
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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As Legionárias Condenadas

Nessa história, a maioria dos membros femininos da Legião dos Super-Heróis (mais a Night Girl da Legião dos Heróis Substitutos) é contaminada com o vírus Crimson. A ação acontece de forma muito rápida, logo no início da trama, e o leitor espera mais informações ao passo que os homens da Legião enviam as mulheres para um planeta de quarentena. As outras meninas do grupo ainda não contaminadas são caçadas por uma misteriosa vilã mascarada, chamada Satan Girl. Até o momento em que os primeiros embates com a vilã acontecem, tudo corre relativamente bem, nada muito fora do esperado. Mas vejam só a absurda coincidência: Supergirl estava no tempo de fazer uma visita aos amigos da Legião justamente neste dia, o momento decisivo na luta contra a satânica vilã que infectava mulheres! Impossível passar por isso sem levar os olhos para passearem na nuca.

As Legionárias Condenadas plano critico

Surpresa, queridinha!

O restante do roteiro segue a sua linha normal de aventuras com a Legião. Vários lugares visitados, um mistério praticamente impossível de se resolver, uma breve participação (e nada útil, porque o texto não dá sustentação ou prosseguimento algum a ela) da Legião dos Super-Pets e uma vilã que, quando se revela, traz de novo o fator de vergonha alheia para o texto. Uma história que poderia ter um resultado muitíssimo melhor, mas que expõe as ideias mais estapafúrdias de Edmond Hamilton ao conduzir algumas surpresas no meio do caminho.

The Condemned Legionnaires! (Adventure Comics Vol.1 #313) — EUA, outubro de 1963
No Brasil:
Ebal (1966)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: Curt Swan
Arte-final: George Klein, Sheldon Moldoff
Letras: Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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O Mundo dos Olsens Condenados!

Injustiça é uma desgraça mesmo, não é? O que acontece nessa aventura para mim não faz o menor sentido. Tudo começa com Jimmy em um televisionado programa de variedades, concentrando-se particularmente na fórmula que o transforma em Elastic Lad e em suas várias outras transformações ao longo dos anos. Seu show, no entanto, é subitamente interrompido pelo Coletor, um alienígena que sequestra Jimmy e o leva até um outro planeta, onde espera fazer uma coleção de várias encarnações de Jimmy Olsen: o monstro-tartaruga gigante; o lobo; o porco-espinho e o gordo. Essas versões alternativas dele o aterrorizam antes de se voltarem contra o alien algoz. E é neste momento que as grandes revelações aparecem e os nossos olhos não cansam de rolar nas órbitas.

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Shame! Shame! Shaaaaaaame!

Até o momento com os muitos Olsens, tudo bem. É até divertido acompanhar uma história com esse tipo de versões de um personagem. Mas depois que a Legião se revela, tudo perde a graça. Mais uma vezes eles resolveram fazer um trote de introdução, algo que não tem a mínima graça porque parece que no século XXX não existe senso de humor e eles realmente não sabem brincar. Depois, por que diabos fazer de Olsen um membro honorário da Legião? Tantos bons e aplicados heróis desse tempo já se candidataram e foram recusados por besteiras, mas aí colocaram Jimmy, que sequer se candidatou? Absolutamente ridículo. Uma injustiça tremenda com os outros. Duas estrelas só pela primeira parte da história. Em tempo: Proty está de volta, agora com nome de Proty II, um “amigo” do primeiro pet. Conveniente, mas bonitinho. Eu realmente gosto dessa espécie.

The World of Doomed Olsens! (Superman’s Pal, Jimmy Olsen Vol.1 #72) — EUA, outubro de 1963
Roteiro: Jerry Siegel
Arte: Curt Swan
Arte-final: George Klein
Capa: Curt Swan, George Klein
24 páginas

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Os Super-Vilões de Todas as Épocas

Apresentando-se como candidato a uma potencial vaga na Legião, o estranho Alaktor consegue enganar os Legionários e tirar fotos de raio X de todos os dispositivos dentro da sede da Legião. De cara, devo dizer que essa estratégia é uma espécie de forçação de barra com conveniência a perder de vista, mas o contexto que fez o vilão ir por esse caminho até dá a ele uma base de justificativa. Pouco depois, aproveitando-se do afastamento dos Legionários, Alaktor volta ao QG dos heróis, rouba uma das bolhas de tempo na esperança de recrutar infames figuras históricas para compor o seu time de malfeitores e (adivinhem só!) conquistar o mundo. Com Nero, John Dillinger e Adolf Hitler ao seu lado, o vilão imagina que conseguirá rapidamente tornar-se o líder do mundo. Coitado…

Os Super-Vilões de Todas as Épocas plano critico

Complexo de Judas.

Claro que tentar negociar com personalidades tão desgraçadas nunca iria dar certo. O ruim desse enredo todo — fora o plano absurdo e mais alguns diálogos impossíveis de se aceitar — é que o roteiro não apresenta um plano inteligente por parte dos heróis para vencer os vilões, agora dominando a mente dos mais fortes integrantes da Legião. É o que faz a história ser medíocre em toda a sua composição. E o curioso e mais triste é que esta é uma história melhor que uma porção de outras aventuras deste ano da Legião.

The Super-Villains of All Ages! (Adventure Comics Vol.1 #314) — EUA, novembro de 1963
No Brasil:
Ebal (1967)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Milton Snappin
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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O Supertorneio dos Legionários

Enquanto a Legião dos Super-Heróis está participando de uma convenção de aplicação da lei, a Legião dos Heróis Substitutos assume o comando das missões na Terra, ainda de maneira secreta. Nessa ocasião, os Substitutos evitam que um foguete alien roube todo o vidro da Terra (sim, porque uma raça alienígena absurdamente avançada pode fazer viagem em nave espacial, mas não pode fabricar vidro. É cada uma que a gente lê nessas histórias que vou te contar, viu…) e esta ação é captada pela visão de raio X do Superboy. Com a sua existência revelada à Legião dos Super-Heróis, os rejeitados são reconhecidos e participam de um concurso para ver quem consegue se sair melhor e, a partir do resultado, escolher quem deve passar de Substituto para Legionário oficial.

O Supertorneio dos Legionários plano critico

Obrigado por absolutamente nada, piores juízes da História!

A trajetória de ação dos heróis Substitutos é bem interessante. Tem aquele charme meio descuidado das tramas da Legião, mas sem coisas absurdas em todo o processo, o que dá para salvar consideravelmente esse enredo. Os problemas aqui estão na escolha final dos Legionários, que não faz absolutamente NENHUM SENTIDO ser o menino-pedra, o mais inútil de todos os candidatos. É quase impossível acreditar que ele foi o vitorioso. E pior ainda é a justificativa dada pelos Legionários, como se os outros não tivessem tido respeito pela vida com os atos que fizeram. No fim das contas, o teste e a revelação não serviram de nada. Mas lá no fundo eu confesso que ainda prefiro que a Liga dos Substitutos permaneça ativa. Faz mais sentido e garante que o planeta esteja protegido na ausência dos Legionários oficiais.

The Legionnaires Super-Contest! (Adventure Comics Vol.1 #315) — EUA, dezembro de 1963
No Brasil:
Ebal (1963)
Roteiro: Edmond Hamilton
Arte: John Forte
Letras: Joe Letterese
Capa: Curt Swan, George Klein
Editoria: Mort Weisinger
24 páginas

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