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Crítica | Maniac Cop: O Exterminador

Um tenebroso policial assassino devasta as noites novaiorquinas.

por Leonardo Campos
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Ter um policial, símbolo social da ordem, como uma representação assassina macabra é algo até mais assustador que ver os demais maníacos mascarados habituais do subgênero slasher. Apesar dos tantos casos de violência policial noticiados na mídia, na realidade e nos filmes, mesmo que em muitos momentos, mambembe, a presença de um ou mais policiais garante certo alívio ou esperança de resolução dos obstáculos enfrentados quando nos vemos ameaçados. Cientes desta questão, realizadores do cinema resolveram apostar numa inversão e colocar tais figuras em posições de antagonismo. Em Maniac Cop: O Exterminador, temos um monstro de força sobre humana, brutal e com muita sede de vingança, um exemplar do Slasher Tardio dinâmico e divertido, tal como esperamos de algo do tipo. Já com Psycho Cop, lançado na mesma época, traz também um perigoso policial psicopata, satanista que diverte nalguns trechos de sua narrativa, mas no geral, é apenas mais um irregular slasher do período.

Aqui, fiquemos com a produção dirigida por William Lustig e escrita por Larry Cohen, mesma dupla que assumiu a condução de Maníaco, outro filme do segmento dos anos 1980, também situado pelas ruas novaiorquinas tomadas pelo horror noturno. Ao longo de seus 100 minutos de narrativa, Maniac Cop: O Exterminador nos apresenta a seguinte estrutura dramática: assassinatos tomam os quatro cantos da cidade, crimes assinados por uma figura trajada por uma farda policial. Alto, forte e imponente, tal presença estabelece uma extensa trilha de corpos, mortes bastante violentas que tem deixado o investigador Frank McCrae (Tom Atkins) perplexo. Quem será que está por detrás destes macabros atos sanguinários? É o que descobriremos próximo ao desfecho, ao passo que o filme eletrizante avança e os envolvidos precisam compreender o mistério considerado de complexa explicação.

Tudo indica que o responsável seja o policial Jack Forrest (Bruce Campbell), um policial metido numa situação peculiar, preso pela morte de sua esposa, quando de fato, sabemos ser inocente, pois acompanhamos as suas ações e testemunhamos que o seu álibi não pode ser exposto aos demais. Sim, ele estava fazendo algo indevido com outra policial, Laurene (Theresa Mallory). Mergulhado num clima de confusão, Jack precisa se libertar e descobrir quem é a pessoa que está assinando as mortes violentas pelas noites da cidade. Depois de muita batalha, encontra informações e consegue, junto ao investigador, desvendar a trajetória de Matt Cordell (Robert Z’Dar), um policial de postura fascista, conhecido por suas ações nada adequadas, homem agressivo que foi preso por agir com truculência e na cadeia, acabou tendo o rosto desfigurado numa briga na área do chuveiro com outro prisioneiro. Irado, o “monstro humano” planejou se vingar de sua corporação e durante o filme, consegue demonstrar que seu projeto é um sucesso.

Em sua jornada de sangue, horror e morte, Maniac Cop: O Exterminador se apresenta como um slasher eficiente, assertivo em sua direção de fotografia que contempla as ruas novaiorquinas durante a noite, dando ao público a sensação de medo e abandono, bem como o clima de perigo ideal para a ação de um assassino. A sua trilha sonora, também funcional, assinada por Jay Chattaway, acompanha as imagens que ainda contam com outro ponto de destaque: a maquiagem de John Naulin, profissional que dá aos espectadores um espetáculo de mortes e um visual tenebroso para o antagonista. Ademais, o filme ainda conta com uma crítica interessante ao processo de espalhamento da paranoia em nossas sociedades contaminadas pelo discurso sensacionalista da mídia. Basta ver a ação de uma personagem parada por um policial. Ela o ataca como se estivesse diante da própria morte. Frenético e apenas irregular no seu final burlesco demais, este é um Slasher Tardio que não desaponta como os demais da época.

Maniac Cop: O Exterminador (Maniac Cop/Estados Unidos– 1988)
Direção: William Lustig
Roteiro: Larry Cohen
Elenco: Tom Atkins, Bruce Campbell, Laurene Landon, Richard Roundtree, William Smith, Robert Z’Dar, Sheree North
Duração: 102 min.

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