Home TVEpisódio Crítica | Mayans M.C. – 4X05: Death of the Virgin

Crítica | Mayans M.C. – 4X05: Death of the Virgin

Doses insanas de amor e tragédia.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leia, aqui, as críticas dos demais episódios.

Mas nossa, Elgin James estava particularmente macabro quando bolou esse episódio, que mais parece um buffet de demonstrações variadas de amor seguidas de tragédias, começando pela fusão dos dois conceitos com Adelita assassinando os pais adotivos de seu filho – a mãe ninguém menos do que a agente federal Anna Linares – e terminando com os Sons of Anarchy, em um ataque covarde aos Mayans, metralhando a comemoração do Dia dos Mortos em Oakland e chacinando Coco que acabara de ter uma terna (e brega, mas fofamente brega) ligação com Hope, o que certamente destruirá todas as esperanças (com trocadilho) de ela permanecer longe das drogas. Entre uma coisa e outra, o garoto Tomás é assassinado pelo Cartel Sonora para que seu pai Martín fosse capturado, levando Miguel a finalmente procurar sua tia para se confessar, vemos um pai pedir ao filho que o mate na ponta da faca, algo que Gilly impede no último segundo e, claro, somos brindados com a trágica história da morte da filha de Sofia, contada enquanto EZ segura o cachorro para que acompanhemos lenta e torturantemente sua eutanásia.

Ufa! Esse é definitivamente um daqueles episódios que, quando acaba, deixa o espectador incomodado, realmente triste e deprimido com a desesperança que cerca todos os personagens dessa pesada história. A mensagem que James quer muito claramente passar, algo que não é muito diferente da que Kurt Sutter passou em SoA, é que não há saída para ninguém ali, não há final feliz, não há sorrisos depois da tragédia, não há chances de qualquer semblante de uma vida longa nesse universo. Death of the Virgin, como Adelita ao final, grita em desespero pela completa falta de saída de um labirinto de vazio, dor, violência e morte e parece apontar para o que pode muito bem ser o final da série como um todo – considerando que cada vez mais vejo como improvável sua renovação, já que esta temporada já foi um milagre ter acontecido em razão da compra da Fox pela Disney -, pois é muito possível que os pedidos de desmantelamento de Santo Padre cessem completamente com o ataque dos Sons, já que a tendência é que todos se unam contra um inimigo em comum.

Mas notem como mesmo essa possibilidade de “final feliz” com muitas e muitas aspas é um caminho manchado de sangue, algo amplificado pela raiva que El Banquero ainda sente por seu contador pedófilo ter sido executado no deserto, recusando-se a ouvir o aconselhamento de sua irmã, o que pode significar uma divisão interna em Sonora e, quem sabe, o retorno de Miguel ao poder ou a um semblante de poder, pois não sei se acredito que sua postura de arrependido durará muito tempo, especialmente quando ele inevitavelmente descobrir que seu pai é Felipe Reyes. Até mesmo Emily foi colocada contra a parede e não por seu marido à sua procura, mas sim por detetives particulares que investigam o aparente suicídio de Marlon Buksar lá na segunda temporada que, na verdade, foi resultado da interferência de EZ. O cerco se fecha de todas as maneiras e ninguém deve sair incólume, já que até crianças são baleadas (ou explodidas) nessa série.

No entanto, o episódio continua a tendência dos últimos dois de fragmentar a narrativa e de tentar correr atrás do tempo perdido no que se refere ao desenvolvimento dos Mayans coadjuvantes e extras. Muitos pedaços de história salpicados ao longo dos 60 minutos do capítulo que marca a metade da temporada, sem que houvesse tempo para o espectador internalizar os acontecimentos. O maior exemplo dessa correria foi a quase tragédia envolvendo o colega de Gilly apresentado em A Crow Flew By, pois ela, apesar de poderosa em conceito (qualquer coisa violenta envolvendo criança tem força extra, evidentemente), perde diversos pontos por simplesmente não estarmos ainda investido no casal problemático ou, sendo bem sincero, até mesmo em Gilly. A cena em si funciona, mas ela funcionaria mesmo completamente fora de contexto, pelo que o que realmente interessa é justamente o que está ao redor dela e nós não temos isso ainda de maneira significativa.

Death of the Virgin é um episódio que inegavelmente pesa e funciona bem como o meio da temporada que estava mesmo precisando de um pouco de gás, mas será importante que Elgin James tenha calma para fazer com que a próxima metade funcione de maneira mais orgânica, sem meias histórias. Não dá para curar problemas de longa data de uma série em apenas meia dúzia de episódios, pelo que é melhor focar em pouca coisa par que essa pouca coisa seja bem feita. Veremos agora se os Mayans realmente se unirão sob uma só voz e o quanto isso vai realmente virar o jogo da temporada.

Mayans M.C. – 4X05: Death of the Virgin (EUA – 10 de maio de 2022)
Showrunner: Elgin James
Direção: Elgin James
Roteiro: Sean Clayton Varela
Elenco: J.D. Pardo, Clayton Cardenas, Sarah Bolger, Michael Irby, Richard Cabral, Raoul Trujillo, Danny Pino, Edward James Olmos, Emilio Rivera, Jimmy Gonzales, Greg Vrotsos, Grace Rizzo, Carla Baratta, Joseph Raymond Lucero, Vincent Vargas, Frankie Loyal, Manny Montana, Justina Adorno, Guillermo García, Lex Medlin, Gino Vento
Duração: 60 min.

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