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Crítica | Maze Runner – Correr ou Morrer

por Melissa Andrade
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  • Obs: Crítica originalmente escrita e publicada quando do lançamento do filme, em Setembro de 2014.

Parece que estamos no ano dos filmes distópicos e utópicos. A cada semana, há pelo menos um lançamento que se encaixe na categoria. Sem mencionar o fato de a história ter saído de um livro pertencente a uma saga. Já tivemos Divergente, O Doador de Memórias, final do ano sai mais uma parte de Jogos Vorazes, possivelmente o precursor de tudo, e agora temos Maze Runner – Correr ou Morrer baseado no livro do autor James Dashner, lançado em 2009.

O grande obstáculo em adaptações literárias é se manter fiel à essência do livro e ultrapassar os eventuais problemas e falhas que podem haver na narrativa. Conseguir enxergar a obra como algo a mais, com grande potencial e acrescentar pequenas mudanças que surtem efeito na condução da trama e a melhore quando transportada para o cinema. Se tudo isso for bem feito, é possível realizar grandes adaptações. Infelizmente, não é o caso desse filme que se manteve inteiramente fiel ao livro, incluindo as falhas.

Presos numa clareira, um grupo de garotos precisa sobreviver a um dia de cada vez. Todo mês, um novato chega para fazer parte do grupo e, agora, é a vez de Thomas. Ao chegar, ele se assusta com os muitos olhos em cima dele e nem lembra o próprio nome. Rapidamente, os garotos o colocam para participar das atividades da clareira que é cercado por enormes muros de pedra, onde do outro lado um labirinto mortal os aguarda. Os únicos que têm permissão para entrar no labirinto são os corredores e Thomas está muito interessado em ser um. Poucos dias após sua chegada, ele acaba quebrando algumas regras e, com isso, mudanças passam a ocorrer, como a chegada de uma menina que traz consigo um bilhete afirmando que ela será a última enviada à clareira. Problemas começam a eclodir de diversos lugares e restará ao grupo de garotos tentar sair dali, mesmo que morram tentando.

Há um claro problema de narrativa no livro que foi transportado para o filme. Thomas, o personagem principal vivido pelo ator Dylan O’Brien, fica no escuro por grande parte da fita assim como o espectador. As muitas perguntas envolvendo sua chegada à clareira, o que é aquele lugar, o que há no labirinto, entre outras, são respondidas vagamente ou deixadas no ar para que o público descubra ao longo da trama… Ou não. Com isso, cria-se uma espécie de barriga e os eventos acabam empilhando um em cima do outro sem maiores explicações. Tampouco os demais personagens fazem ideia do que está acontecendo e toda essa “perda de memória” coletiva pode irritar um pouco. O fato de enrolar a história até os últimos minutos não funciona no livro e, certamente, não iria funcionar no filme.

Fica evidente que o diretor Wes Ball abraçou mais do que conseguiria suportar e isso reflete em Maze Runner – Correr ou Morrer onde a graça do filme reside principalmente nas sequências feitas em computação gráfica, ou seja, o labirinto. A clareira e as demais edificações ficaram primitivas demais, fugindo ao que foi descrito no livro e destoando também do que é apresentado próximo ao final do longa.

Todavia, a escolha do elenco foi bem feita e os jovens reunidos, com etnias, sotaques e idades distintos criam uma harmonia em cena condizente com aquela apresentada na obra. Com alguns rostos conhecidos, outros nem tanto, os atores desenvolvem-se em termos de atuação apenas o mínimo necessário para fazer com que o longa dê certo, nada além disso.

Óbvio que os fãs da saga regozijar-se-ão ao máximo, porém, Maze Runner – Correr ou Morrer é fraco e não soube fugir das falhas do livro.

Maze Runner – Correr ou Morrer (The Maze Runner – USA 2014)
Direção: Wes Ball
Roteiro: Noah Oppenheim, Grant Pierce Myers, T.S. Nowlin
Elenco: Dylan O’Brien, Aml Ameen, Ki Hong Lee, Blake Cooper, Thomas Brodie-Sangster, Will Poulter, Dexter Darden, Kaya Scodelario, Chris Sheffield, Joe Adler, Alexander Flores, Jacob Latimore, Randall D. Cunningham, Patricia Clarkson, Don McManus
Duração: 113 min.

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