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Crítica | Meu Amigo Totoro

por Sidnei Cassal
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No Brasil, até a década de ´80, cinema de animação foi quase um sinônimo dos filmes da Disney. Mas para aqueles que hoje têm menos de 30 anos, dois outros estúdios colaboraram em criar o imaginário para suas infâncias. A iniciante Pixar e a veterana Ghibli.

Com Meu Amigo Totoro, o diretor de animação japonês Hayao Miyazaki foi pela primeira vez amplamente apresentado ao público brasileiro (assim como ao público ocidental em geral). Lançado em 1988, o filme teve uma repercussão imediata, que abriu caminho para voos mais altos do diretor – como o premiado A Viagem de Chihiro.

Totoro tornou-se um fenômeno de popularidade. Você pode encontrar pela internet uma infinidade de produtos representando este querido personagem da animação moderna, desde canecas até camas com seu traços. Mas o curioso é que todo esse sucesso não fez parte de alguma milionária campanha de marketing, como acontece com as produções americanas. De forma alguma Miyazaki visava simplesmente um sucesso comercial. O que fica evidente no cuidado com a produção é que o estúdio Ghibli visava antes de tudo agradar com qualidade.

Quem já teve a oportunidade de ver alguma reportagem ou making-off sobre os longa-metragens de animação do estúdio, pode perceber a forma bem mais artesanal da produção do que aquela observada nos estúdios americanos. Mas esse artesanato cinematográfico é de forma alguma desmerecedor da qualidade alcançada, muito antes pelo contrário. As produções do estúdio Ghibli, sob a batuta do mestre Miyazaki são marcadas pela atenção aos detalhes e a sofisticação na reprodução das cores da natureza, por exemplo, sendo imbatíveis nesse pormenor. E o que é mais impressionante: sem recorrer aos modernos recursos digitais.

O enredo singelo de Meu Amigo Totoro nos apresenta a menina Mei e sua família: a irmã Satsuki, o pai, e a mãe doente, que ocasionalmente é visitada  no hospital. Explorando as redondezas de sua casa, Mei conhece Totoro, uma espécie de espírito da floresta. Em princípio somente ela o enxerga – como acontece com todo “amigo imaginário” de nossa infância. Mas logo, logo, sua irmã também será acolhida nesta aventura.

A figura do vovô da família que reunia as crianças para contar histórias inocentes praticamente desapareceu nas últimas gerações. Miyazaki parece ter assumido este papel com suas doces histórias, invariavelmente antibelicistas e profundamente ecológicas. E nos convida, tenhamos 8 ou 80 anos, para ouvir o que ele tem a contar. Com o requinte de suas animações, o traço inconfundível do estúdio Ghibli e a música maravilhosa de seu habitual colaborador Joe Hisaishi, todos nós voltamos a ser um pouco crianças, com muito prazer.

Meu Amigo Totoro (Tonari no Totoro) – Japão, 1988
Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Elenco: Toshiyuki Amagasa, Shigeru Chiba, Noriko Hidaka, Akiko Hiramatsu, Masashi Hirose, Shigesato Itoi, Tanie Kitabayashi, Chie Kôjiro, Yûko Maruyama, Yûko Mizutani
Duração: 86 minutos

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