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Crítica | O Ataque dos Vermes Malditos 3: De Volta à Perfeição

As minhocas evoluíram!

por Luiz Santiago
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Depois de Os Vermes Estão de Volta (1996), a franquia O Ataque dos Vermes Malditos passou a ter bastante dificuldade de financiamento, o que resultou numa cara mais amadora para os filmes a partir dessa terceira produção, especialmente no trabalho feito com os monstros. Como se estabeleceu na série a alta capacidade de aprendizado dos bichos e o fato de que eles estão sempre em evolução — tivemos graboides no primeiro filme; shriekers no segundo, e agora, no terceiro, os voadores ass-blaster –, o menor orçamento acabou levando a escolhas visuais estranhas e constantemente inferiores ao que tivemos no fantástico longa de 1990, que exibiram os minhocões em toda a sua glória.

De Volta à Perfeição lida com o legado dos vermes para a cidade onde tudo começou. Burt (Michael Gross, que sempre parece estar se divertindo grandiosamente nesses filmes) tem a fama internacional de caçador de criaturas estranhas e já começa o filme atendendo a um chamado em El Chaco, Argentina, onde mata uma infestação de shriekers e mostra que os roteiristas quiseram manter os principais ingredientes da fórmula que deu fama a Tremors, destacando o “homem das armas”, o indivíduo afeito a consideradas teorias da conspiração, mas que acaba tendo razão em todo o seu “preparo excessivo” e, por isso mesmo, é a pessoa mais indicada para se estar perto quando os monstros saírem da toca.

Depois do primeiro ataque, temos um tempo para conhecer os outros personagens da história, especialmente Jack (Shawn Christian), que é o sidekick jovem de Burt no filme, mantendo a tradição. No começo é difícil gostar do personagem, mas aos poucos ele vai mudando e mostrando uma faceta diferente, ao mesmo tempo que tem ideias inesperadamente interessantes para salvar o grupo, muitas delas vindo até como surpresa para o próprio Burt. A relação entre os dois homens é inicialmente conflituosa, mas depois que a problemática dos novos bichos aparece, há uma “união pelo bem comum” que também é uma tônica da franquia e que ajuda na passagem do roteiro para a fase da “equipe em combate“.

Os vilões de destaque da vez, batizados de ass-blaster, não são interessantes  de maneira alguma. Gosto bem mais dos dois bichos dos filmes anteriores, seja nos seus efeitos práticos (como já disse, o orçamento menor atrapalhou bastante a qualidade de produção a partir desse filme), seja na perseguição que fazem aos humanos. O desenho do ass-blaster funciona melhor quando visto em primeiro plano, com ele de “bico” aberto. Já a animação à distância e os efeitos especiais para o voo são horríveis, típicos dos Filmes B. O que sustenta a obra é a manutenção do nível de entretenimento em volta dessa batalha quase pessoal entre humanos e criaturas, com destaque, aqui, para o graboide ‘El Blanco’ (um bicho albino) e para as técnicas de extermínio que o pequeno grupo de Perfeição faz para poder se livrar de seus inimigos gigantes.

O espectador encontra momentos de tensão, de boas piadas visuais e literais e de referências interessantes aos outros filmes da franquia, tudo isso numa história simples, cheia de vísceras, explosões e um elenco simpaticamente canastrão. Funciona para passar o tempo, para ser surpreendido por alguns efeitos sonoros e impulsos vindos da trilha sonora; um jumpscare  protagonizado por monstros. O ruim desse tipo de filme é que ele representa uma queda da premissa inicial, tornando algo que deveria ter sido único em um pastiche de si mesmo.

O Ataque dos Vermes Malditos 3: De Volta à Perfeição (Tremors 3: Back to Perfection) — EUA, 2001
Direção: Brent Maddock
Roteiro: S.S. Wilson, Brent Maddock, Nancy Roberts, John Whelpley
Elenco: Michael Gross, Shawn Christian, Susan Chuang, Charlotte Stewart, Ariana Richards, Tony Genaro, Barry Livingston, John Pappas, Robert Jayne, Billy Rieck, Kelly Connell, Matthew Seth Wilson, Jason Hopkins, Lorna Scott, Tom Everett, Jack Serino, Javi Mulero, Elena Sahagun
Duração: 104 min.

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