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Crítica | Os Vingadores # 1 – Marvel NOW!

por Ritter Fan
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Com Brian Michael Bendis saindo de Vingadores e sendo deslocado para All-New X-Men (leia as críticas do primeiro e do segundo números), Jonathan Hickman sai de sua longa permanência em Quarteto Fantástico eFF (Fundação Futuro) e começa um novo arco dos heróis mais poderosos da Terra. E ele não pensa pequeno, apresentando o que, até aqui, parece ser a mais ambiciosa linha narrativa do projeto Marvel NOW!

A grande vantagem é que, apesar de ser difícil substituir Bendis em termos de escala e esperteza em diálogos, Hickman tem uma bagagem impressionante e habilidades semelhantes, o que realmente pode gerar algo muito excitante para os Vingadores. O escopo do arco inicial de Hickman é o maior possível, já começando com uma narrativa em tempo verbal passado, de alguém não definido, tratando de assuntos passados, mas que ainda não aconteceram na cronologia comum. Algumas breves cenas de um futuro apocalíptico são mostradas, um vilão novo é apresentado – um ser chifrudo e amarelo chamado Ex Nihilo – e a introdução acaba com a informação de que tudo começou mesmo com uma ideia de dois homens. E que homens são esses? Ora, só poderiam ser Tony Stark e Steve Rogers, os dois pilares fundamentais dos Vingadores.

Mas que ideia seria essa? Durante o número inaugural, Hickman deixa entrever que seria uma expansão dos Vingadores (we have to get bigger – uma frase muito repetida), mas algo me diz que Hickman não parará por aí. A Marvel sempre deixou clara que a “iniciativa Vingadores” envolveria muito mais heróis que os tradicionalmente conhecidos e isso acaba se materializando no final desse primeiro número, mas acontece que o plano de Hickman parece ser ainda mais grandioso, mais perigoso até.

A história desse primeiro número é dividida em três momentos, a introdução, que já tratei acima, o conflito principal entre os Vingadores tradicionais e Ex Nihilo em Marte e o final, com o Capitão América, com uniforme mais parecido com o do filme e do universo Ultimate (ficou ótimo, para quem estiver por acaso já reclamando sem conhecer), chamando uma equipe formada por doze heróis além dele (muitos já conhecidos como Wolverine, Homem Aranha, Mulher Aranha e Capitã Marvel e outros que, confesso, não faço ideia quem são).

 

A verdade é que toda a segunda parte é extremamente burocrática, como se Hickman simplesmente quisesse acabar logo com ela. Chegam os heróis, eles apanham que nem uns condenados e o Capitão América é mandado de volta para a Terra como um “recado” para que ninguém mais interfira. Mas a burocracia do roteiro nesse ponto é mais do que compensada tanto com a abertura que estabelece o tamanho da saga como pelo belo tom heroico da convocação dos outros heróis pelo Capitão América.

E o desenho do filipino Jerome Opeña, cujo trabalho não conhecia, empresta uma credibilidade enorme à trama de Hickman. Ele consegue misturar, com bastante naturalidade, traços sérios e realistas para os heróis e traços exagerados e superlativos para os vilões e todo o ambiente ao redor. Até mesmo heróis deslocados como Viúva Negra e Gavião Arqueiro (não consigo lidar bem com tramas intergalácticas envolvendo heróis sem grandes poderes, só armas) ficam bem na trama, mostrando que Openã tem um excelente domínio da composição de seu trabalho.

As cores de Dean White combinam muito bem com a atmosfera criada. Com a narrativa apocalíptica que permeia toda a revista, sua paleta de cores, apesar de múltipla, tem, toda ela, tons escurecidos que só criam mais angústia e terror.

A única coisa que me preocupa no trabalho apresentado nesse primeiro número é como Hickman e Opeña farão para equilibrar a presença de tantos heróis simultaneamente na história. Uma coisa é um grupo pequeno, de cinco ou seis, outra coisa bem diferente é lidar com a atuação de treze heróis em uma mesma linha narrativa, com potencial de chegar a vinte. Mas em muito pouco tempo, saberemos se os dois equacionaram bem esse problema.

Avante Vingadores!

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