Home FilmesCríticas Crítica | Palm Springs (2020)

Crítica | Palm Springs (2020)

por Roberto Honorato
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Nyles (Andy Samberg) está entediado como convidado em um casamento, então decide chamar a atenção de Sarah (Cristin Milioti), a dama de honra e irmã da noiva, que também não parece feliz com o evento. Os dois conversam e começam a se divertir, mas a noite termina da maneira mais inesperada possível quando Sarah descobre que Nyles está vivendo o mesmo dia, todos os dias, literalmente. Para piorar a situação, ela também acaba presa no mesmo loop temporal, mas eles não estão sozinhos.

A premissa de Palm Springs pode soar familiar, e comparações com o longa Feitiço do Tempo (1993) são inevitáveis. Felizmente, a comédia estrelada por Samberg e Milioti reconhece e tira do caminho as piadas que já se esperam por conta das regras estabelecidas pela proposta de brincar com a repetição de eventos no mesmo dia. Se Bill Murray tenta todo o tipo de situação absurda e perigosa para tentar fugir de sua prisão temporal no longa de 1993, Palm Springs deixa claro através de um rápido diálogo que o personagem Nyles já fez basicamente tudo que o espectador espera.

O grande diferencial da obra está na dinâmica entre os personagens, já que a narrativa de Palm Springs traz mais de uma pessoa presa no mesmo loop temporal. Isso dá espaço para a construção de um núcleo dramático mais forte, com um Samberg que sabe dosar bem seu humor infantil com cenas que exigem mais seriedade de sua personagem, enquanto Milioti serve como a figura responsável por assimilar todo o absurdo e tentar conciliar o choque de sua nova realidade com os problemas que deixou sem resolver no dia do casamento. Os dois funcionam bem como dupla cômica e par romântico, logo o filme acerta no tom com sequências hilárias e um drama envolvente, que mesmo resultando em alguns diálogos um pouco previsíveis, não perde o charme e é divertido assisti-los interagindo com o material.

Há também um comprometimento com as regras da premissa, o que coloca a obra em um território envolvendo elementos de ficção científica, bem aproveitados e explicados de maneira objetiva e simples, que servem um propósito narrativo e mantém sua relevância até o fim. Por conta disso, a adição de uma terceira personagem de destaque na trama não só funciona perfeitamente, como é essencial. Revelar o seu propósito pode entregar uma parte da história, então vou me limitar a dizer que J.K Simmons está no elenco e esse é um dos seus papéis mais engraçados.

Max Barbakow, mais conhecido por trabalhar em curta-metragens e documentários, é competente e entrega uma direção transparente. Sua abordagem para a proposta do roteiro de Andy Siara é inteligente em evidenciar as interações entre os personagens e se aproveitar do elenco carismático. Palm Springs aceita o risco de uma premissa batida e realizada tantas vezes que o espectador pode imaginar estar preso em seu próprio loop temporal antes de assistir, mas a execução é divertida e inventiva o suficiente; e se não for, ainda temos um ótimo elenco de companhia.

Palm Springs (EUA – 2020)
Direção: Max Barbakow
Roteiro: Andy Siara
Elenco: Andy Samberg, Cristin Milioti, J.K. Simmons, Peter Gallagher, Camila Mendes, Meredith Hagner, Tyler Hoechlin, Chris Pang, June Squibb, Dale Dickey
Duração: 90 min.

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