Home TVEpisódio Crítica | Patrulha do Destino – 2X05: Finger Patrol

Crítica | Patrulha do Destino – 2X05: Finger Patrol

por Luiz Santiago
1,1K views

  • Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Sabem quando você espera “qualquer coisa” de um show, mas ainda assim ele consegue impressionar pelo que apresenta? Pois é exatamente assim que eu me sinto semana a semana com Doom Patrol. Eu realmente não tinha ideia do que deveria esperar desse Finger Patrol, mas as surpresas a cada cena, o desenvolvimento do arco de Dorothy e o encadeamento dos blocos dramáticos me deixaram meio sem ação. É um episódio muito intenso, muito importante, feito com grande objetividade e mais uma vez expondo o brilhantismo do elenco e das áreas técnicas que fazem dessa série o nosso xodó.

O citado arco de Dorothy é uma das grande surpresas da temporada. Eu não tinha muita certeza como ela se encaixaria no meio de tantos personagens estranhos e também tinha minha dúvidas sobre o tratamento individual nesse ano, mas os roteiros estão fazendo um trabalho excepcional ao tornar recorrentes coisas que tivemos de forma mais pontual na 1ª Temporada: o cruzamento de histórias. Vejam que temos 3 duplas formadas aqui, e as partes se encaixam muito bem, criando ao mesmo tempo um funil que desenvolve ambos os lados, cabendo à montagem o destaque maior para um ou outro herói, dependendo do momento.

No bloco de Dorothy e Baby Doll temos uma amizade que está fadada à tragédia. Jane está passando por uma crise de identidade — algo extremamente perigoso para alguém como ela — e agora a personalidade criança assume a posição primária. Sua interação com Dorothy é interessante, mas o tempo inteiro nos dá a impressão de que algo ruim está para acontecer, e esse aproveitamento da tragédia anunciada é justamente o que o enredo nos traz na parte final do capítulo, com uma brincadeira de criança que termina em atitudes de maldade e, como consequência, em vingança. É uma das coisas mais interessantes e ao mesmo tempo chocantes da temporada, algo que me deixa roendo as unhas para medir como fica agora a relação entre Jane, as outras personalidades, o Chefe e Dorothy.

O jogo de ação-e-reação certamente virá à tona e a eterna frase de briga de criança que termina mal (“ela começou primeiro!“) já nos faz pensar, com boa dose de julgamento, no que acabamos de ver. E devo ressaltar a belíssima direção de fotografia em paleta escura (tendência para o azul e depois o verde meio lodoso) que temos nesse bloco, que começa com uma ligação interessante (o Chefe pedindo para Jane desenhar um novo mapa do Underground) e desenvolve uma das querelas mais marcantes da série até agora. Mal posso esperar para ver como isso vai andar.

E quem diria que Vic seria reintegrado de maneira bem mais rápida ao todo, não é mesmo? Tudo bem que sua namorada suspeita ainda protagoniza um pedaço deslocado do episódio, mas além de ser uma cena menor, o deslocamento para mim também pareceu menor, e claro, isso tem a ver com o encadeamento até o encontro, começando com o pesadelo de Cyborg — que acorda com Cliff suspendendo o sofá — até a real formação da dupla, com dois resultados maravilhosos. Primeiro, a hilária e fantástica criação de um show policial à la anos 70 chamado Steel & Stone. Ah, como eu queria um spin-off disso! E logo na sequência, para coroar a fantasia de Cliff, a ação que gera o título do episódio, com o dedo do ladrão de carros decepado pela porta que Cliff bate sem querer. Um daqueles momentos impagáveis que a gente tem com o personagem em cena.

E então temos a parte com Rita e Larry. Ela está tentando lidar com o trauma de infância que a impede de se concentrar para usar bem os seus poderes. Voltar a atuar parece que foi a saída encontrada e pelo visto teremos mais da personagem nesse novo ambiente. Já o bloco de Larry me impressionou. Eu imaginei que, pela primeira vez, teríamos uma vitória total do personagem. Mesmo com a dificuldade de conexão com o filho, a presença, a tentativa, o encontro com o neto e o bisneto… tudo parecido bom demais. Até o intenso final, com uma ação ainda mais interessante do Homem-Negativo, que leva Larry e Rita para casa.

Finger Patrol chegou como quem não queria nada e acabou deixando, até aqui, o melhor enredo da temporada! Quero mais!

Patrulha do Destino – 2X05: Finger Patrol (EUA, 10 de julho de 2020)
Direção: Glen Winter
Roteiro: Chris Dingess, Shoshana Sachi
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Matt Bomer, Brendan Fraser, Timothy Dalton, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Abigail Shapiro, Sarah Borne
Duração: 53 min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais