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Crítica | Patrulha do Destino – 2X07: Dumb Patrol

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Onde é que a gente traça uma linha para este show? Existe algo que a gente não deve esperar aqui? Eu só sei que estou acostumado com o estilo de “eu rio na cara do limite” que Patrulha do Destino adotou para si, e só lembro de um único programa que eu assisti e que me dava essa mistura de divertimento com um prazer sacana de apreciar algo no mínimo excelente, semana a semana, desenvolvendo-se incrivelmente tanto em narrativa quanto em estética: Preacher. E sim, Preacher teve inúmeros problemas na reta final, mas nesse aspecto comparativo é a única referência que eu tenho. Na primeira temporada, alguns leitores compararam o nível de divertimento + loucuras + surpresas de Patrulha com Legion, série que eu não assisti, então não sou capaz de opinar (me digam vocês se compartilham dessa opinião). O fato é que Doom Patrol se tornou um vício impagável. E cá estamos com Dumb Patrol para [mais uma vez] provar isto.

Neste episódio a gente consegue perceber um abreviamento de narrativa e entende o caminho que os criadores tomaram para seguir sem o capítulo que faltou filmar antes da pandemia, isso sem contar umas poucas cenas adicionais para os episódios 7, 8 e 9. Mesmo assim, tivemos aqui um hilário, interessante e absurdo episódio, numa sequência não grandiosamente avançada para o problema central da temporada, mas certamente avançada o bastante para que o episódio não seja um filler — e se fosse, com essa qualidade, não seria problema nenhum. Como já comentei outras vezes por aqui, fillers em séries só são problemáticos em duas ocasiões: se forem ruins e se forem em excesso.

A “resolução” para o drama de Cliff me pareceu bastante anticlimática — creio que todos nós estávamos esperando um grande drama em relação a isso — mas, para ser sincero, acabei gostando do rumo que o roteiro tomou. Com aquela ideia de que o Chefe queria ficar sozinho para confrontar o espírito da esposa e falar sobre Dorothy, faz sentido que ele tenha optado por “se livrar” de Cliff, pelo menos por um tempo. Agora eu preciso de uma justificativa para que o arco se feche bem. Se os roteiristas do próximo episódio seguirem a linha de qualidade e ligações internas que observamos na série, certamente Cliff trará à tona o problema de “ter sido jogado no espaço” e vamos ver o que o Sr. Niles vai falar. A esta altura, não vejo nenhuma explicação mirabolante como necessária. Apenas um fechamento simples bastaria.

Posto de lado esse ponto, é impossível não abrir o maior sorriso com as aventuras e desventuras de Cliff, que parece estar tendo dificuldades cada vez maiores com suas engrenagens, o que acena, mais uma vez, para uma possível renovação. E é bom que tenhamos nele um ponto de humor livre, inclusive com um final muito bonito, com a chegada de sua filha à mansão. Isso acalentou meu coração. Já o outro bloco de humor do episódio veio com o esperado elemento de insanidade e misturou tanto coisas sérias que estão acontecendo com os personagens — eu passei o tempo inteiro extremamente tenso com toda a gentileza absurda de Miranda! — quanto algumas possibilidades para a forma como a temporada deve terminar e o cliffhanger que nos levará ao próximo ano. O encontro com o Beard Hunter e a cutucada no Mr. Nobody (Alan Tudyk estava gravando voz para a série da Arlequina quando este episódio foi gravado) foram simplesmente soberbas! Isso sem contar o anúncio do livro da cabeça de dinossauro (que pelo visto é fêmea?!) do Homem-Animal-Vegetal-Mineral! Como não gargalhar com isso?

Rita enfim parece que encontrou o seu lugar. Hilária, patética e necessária, a cena em que ela usa seus poderes de forma exata e num momento necessário parece marcar um novo tempo para a personagem (eu realmente espero que seja assim). Agora falta Larry, que voltou a um estágio rabugento, suspirando, silencioso, desgostoso da vida. Dos personagens aqui, ele me parece o único que precisa o mais rápido possível sair de sua vala de sofrimento e começar a lidar de verdade com o espírito negativo. Algum acordo parecia ter sido feito na outra temporada, mas os eventos com a família nesse segundo ano meio que fizeram o personagem “regredir” no aspecto emotivo. Torço para que terminemos este ano dois com a fase de “terapias primárias” totalmente finalizada para os personagens principais. O que está acontecendo com Jane é fantástico, então que continue assim. Cliff parece ter encontrado o contato que faltava e a renovação física dele parece vir. Cyborg vai quebrar a cara logo logo, vamos só esperar pelo tombo. Rita parece que se encontrou. Fatal Larry. Vamos lá, amigão! Mais dois episódios para dar esse passo maior! Estamos quase lá!

Patrulha do Destino – 2X07: Dumb Patrol (EUA, 23 de julho de 2020)
Direção: Jessica Lowrey
Roteiro: Tamara Becher, Eric Dietel
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Matt Bomer, Brendan Fraser, Timothy Dalton, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Mark Sheppard, Karen Obilom, Tommy Snider, Bethany Anne Lind, Irene Ziegler, Avis-Marie Barnes, Jhemma Ziegler, Lex Lang
Duração: 53 min.

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