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Crítica | Patrulha do Destino – 3X06: 1917 Patrol

Mum-mum-mum-mah! Abraçando a Irmandade do Dadá.

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Episódios mais sérios de Patrulha do Destino são geralmente episódios que pretendem criar coisas novas a partir de um ponto de vista não abordado de forma corriqueira na série. E mesmo nesses casos, os roteiros logram a criação de uma excelente costura dramática ligada ao humor, não permitindo que a essência do show se dissipe. 1917 Patrol é um desses casos, acrescentando mais uma camada à vida de Rita, em sua viagem no tempo e seu aprendizado a partir do encontro com o Departamento da Normalidade e com a Irmandade do Dadá.

O que faz de 1917 Patrol um episódio excelente é a maneira muito bem pensada como explora os novos rumos dos personagens, seguindo bem os passos da temporada em tudo de novo que ela propõe. Em Dada Patrol eu falei dessa novidade, dessa maturidade que a série tem nos apresentado, e como isso influencia positivamente no andamento das histórias de cada um. Por um momento, a frustração com a repetição do tratamento dado a Rita nublou a 3ª Temporada, mas ainda bem que foi algo rápido. Com a descoberta de uma “presença no passado” e com sua consequente viagem para 1917, estamos diante de uma personagem interagindo com pessoas diferentes, estabelecendo novos objetivos e usando (aleluia!) suas habilidades!

Para quem imaginava que a Irmandade do Dadá demoraria a aparecer… olha só o presente que tivemos. E depois da ótima apresentação que tivemos no episódio passado, o roteiro teve total liberdade para brincar com a existência nonsense do grupo, de mostrar o que os seus membros podem fazer e abrir uma discussão maravilhosa: como é que esse bando de estudante de História, Filosofia e Sociologia da FFLCH (meus colegas de sala) tornaram-se o grupo vilanesco que conhecemos no futuro? Os tons de cinza em torno desses indivíduos — gente boa e estranha que, por algum motivo, irá se corromper ou seguir caminhos que serão vistos/interpretados como maus — deixam-nos curiosos para um maior desdobramento do grupo e também para a sua atuação vindoura. Será que encontramos o “grande vilão” da temporada?

Dos núcleos dramáticos de cada personagem, o que mais me agradou aqui foi o de Vic. Essa crise existencial do Cyborg é tão genuína e tem ganhando uma aproximação tão cuidadosa, que abraçamos a dor do jovem e entendemos os conflitos internos pelos quais ele passa, não apenas física ou esteticamente, mas internamente, com os pensamentos sobre sua existência, seu lugar no mundo. O oposto dele tem sido o niilismo viciado de Cliff, que está sublimando da maneira mais doentia possível o fato de estar doente. É dele que vem o humor ácido do episódio (já que um outro tipo de humor se localiza no bloco de Rita, no passado) e que embora não siga muito adiante em termos de história, é bem feito a ponto de divertir e validar esse momento do personagem tentando se enganar e mergulhando em jogos online, pornografia e venda de coisas valiosas da casa para conseguir dinheiro… como um verdadeiro viciado.

Já a permanência dramática com as questões familiares de Larry é a única coisa que não me parece muito interessante aqui, apesar de não ser ruim. Pelo que entendi, porém, ele “fechou essa porta de busca” em relação ao filho, e ao que tudo indica os futuros contatos não serão nos termos carentes que presenciamos até o momento, o que já é um avanço. Por outro lado, fica esse mistério do Ser que está sendo “gerado” no corpo do personagem e que aparentemente está para “nascer”. Isso sim é algo que chama a atenção e mantém vivo o interesse nessa parte do drama.

Em oposição a ele, lidamos com o mistério que envolve a briga interior de Jane (revolução mental à vida?) e a charmosa presença de Madame Rouge. Aliada a uma atuação aplaudível da atriz, a personagem, no passo e no presente, representa um enigma que nos suga, que nos prende a atenção em todos os seus aspectos, tornando a Madame o motor dramático mais chamativo desse temporada. E com direito a Poker Face, excelente direção de fotografia e muitas reticências sobre o que vem adiante, o episódio nos deixa pedindo por mais, muito mais… num daqueles cliffhangers que nos faz querer ter uma máquina do tempo para viajar até o futuro e fazer a maratona definitiva da temporada. O negócio está bom, viu!

Patrulha do Destino (Doom Patrol) – 3X06: 1917 Patrol (EUA, 14 de outubro de 2021)
Direção: Omar Madha
Roteiro: April Fitzsimmons
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Riley Shanahan, Skye Roberts, Matthew Zuk, Matt Bomer, Brendan Fraser, Michelle Gomez, John Getz, Micah Joe Parker, Wynn Everett, Miles Mussenden, Anita Kalathara, Gina Hiraizumi, Catherine Carlen, Charity Cervantes, Jackie Goldston, Hannah Alline, Jonathan Lipow, Erik Passoja
Duração: 50 min.

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