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Crítica | Patrulha do Destino – 3X09: Evil Patrol

Uma inesperada sucessão de tragédias.

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Eu, depois de terminar esse episódio.

E eis que D. Rebecca Rodriguez ataca novamente! A diretora parece ter adquirido o toque de Midas e a gente só tem a agradecer por sua escalação para dirigir esses capítulos de Doom Patrol, que por três semanas consecutivas (sendo duas delas assinadas por Rodriguez) tem apresentado algo absolutamente fascinante para os espectadores. Para quem, como eu, não estava botando muita fé no plot da Irmandade do Dadá e estava com maior dificuldade para ver algum tipo de vilão para a temporada, foi recompensado com gosto, tanto na estrutura desses elementos quanto na qualidade geral da jornada, que deu um gigantesco salto para cima.

O fato é que, a despeito de uma demora um pouco maior para engatar essa 3ª Temporada, Patrulha do Destino sempre esteve bem. Ver a produção utilizando dessas boas sementes plantadas para fazer a série ganhar ainda mais qualidade é um deleite. Nesses três últimos episódios temos tido uma continuidade direta do drama, não uma abordagem quase autocontida que alude a algumas coisas mostradas nos episódios anteriores. Esses ganchos diretos estão fazendo muito bem ao show nessa reta final, porque além da questão “simplista” em jogo, do embate entre heróis e vilões, temos agora um caminho de justificativas e desenvolvimento de personagens que vai muito além dos clichês e das aparências.

Peguemos a questão de Madame Rouge, por exemplo. Notem como há uma nota trágica de humor em torno dessa personagem, como a ironia cerca toda a sua trajetória após trair os amigos do Dadá e como ela chega à Irmandade do Mal nesse episódio, só para ser descartada. Tanto o Cérebro quanto Monsieur Mallah (hilário, colocando o liquidificador para funcionar e não ouvir o que os outros estavam falando) se aposentaram de seus grandes planos de dominação do mundo e só querem utilizar o que lhes sobra de maldade para prolongar o período de descanso e curtição. É engraçado e ao mesmo tempo patético, no melhor sentido da palavra. E justamente por isso é que é um revés perfeito para Madame Rouge, definitivamente sem saída… ainda mais agora, com sua última esperança jogando-a pelo abismo.

O sequenciamento dos dramas pessoais dos Patrulheiros após a Flagelação é outra coisa que se destaca com muito louvor aqui, e mais uma vez a gente tem o elenco inteirinho entregando performances dignas de aplauso. A conversa de Vic com o pai; a angústia de Jane na conversa com Kay; a fragilidade na voz de Larry na cena de abertura e, claro, toda a presença de Cliff ao longo das cenas. O roteiro aqui faz desse sofrimento o motivo para a “volta à vida normal“, só que do jeito mais traumatizado possível, com cada um expressando aquilo que de pior ou menos humano e empático possuem. Ninguém fica feliz por Vic, porque ele conseguiu plenamente o que queria e não está mais sofrendo como todos os outros. E aí começa a troca de farpas, o fingimento e a barganha do restante da equipe para com o Universo ou entre eles mesmos. É o tipo de condensação de um problema para levar a um final de arco que foi bem pensado.

A montagem, cujo clímax faz os últimos minutos do episódio serem insuperáveis, quase nos arranca da cadeira e nos coloca numa posição de observação para várias tragédias acontecendo ao mesmo tempo. Não me lembro de um momento da série onde tanta coisa importante acontecendo em montagem paralela já foi mostrada. Algo bastante cinematográfico, inclusive, tanto pela maneira como foi filmada, como pela sua marca dramática, cada cena conversando simbolicamente entre si e formando essa unidade geral de urgência, estacionando em um ideal cliffhanger para o capítulo de encerramento da temporada. Ver Madame Rouge se disfarçando de bebê, com efeitos tronchos que são a cara da série, era tudo o que eu precisava. Nunca imaginaria que essa temporada fosse me trazer tantas alegrias e tanta qualidade. Cada semana é uma cara de espanto diferente. O único ponto ruim é que só falta um episódio para acabar.

Patrulha do Destino – 3X09: Evil Patrol (EUA, 4 de novembro de 2021)
Direção: Rebecca Rodriguez
Roteiro: Eric Dietel
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Wynn Everett, Michelle Gomez, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Matt Bomer, Brendan Fraser, Jonathan Lipow
Duração: 50 min.

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