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Crítica | Patrulha do Destino – 4X03: Nostalgia Patrol

Emoções para Immortus.

por Luiz Santiago
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  • spoilers. Leiam, aquias críticas dos demais episódios.

Se, por um lado, Nostalgia Patrol apresenta problemas de estrutura que não tivemos na dupla de abertura desta 4ª Temporada de Doom Patrol, ele traz uma história que dá muito mais a cara dessa nova temporada, mostrando a não-equipe caindo na primeira armadilha do ano. Eu sigo bastante feliz com o tratamento que os roteiristas têm dado a Michelle Gomez até aqui. Ela possui um ótimo alcance dramático e consegue passar todo tipo de emoção através de uma máscara de (quase?) vilã, que deixa qualquer um louco. Essas inúmeras áreas cinzentas de Madame Rouge servem para que a personagem tenha um tratamento que vai além da megera oculta num manto límpido; ou da vilã genial. Considerando um programa como este aqui, era claro que os produtores tentariam fugir dessa abordagem rasa, principalmente tendo uma atriz desse porte no papel. E olha, eles realmente têm conseguido coisas muito boas com ela.

Nesse episódio, porém, eu não gostei da modulação de tempo da montagem na sequência de reflexão de Rouge. Entendi a intenção, mas o resultado não me agradou. Às vezes o take é cortado cedo demais; às vezes tarde demais. O resultado? Muitas piadas ou frases de efeito acabaram se perdendo ou se tornando constrangedoras, como no momento em que ela xingou Niles por não ter deixado as instruções de como derrotar a Dra. Janus. Ter Rouge fora da armadilha foi bom para o andamento da aventura, porque ela pode, sozinha, chegar a algumas conclusões sobre sua presença e sua atuação junto à Patrulha do Destino, o mesmo valendo para o menino Vic (a propósito, vocês repararam no tamanho do braço de Joivan Wade? Que coisa, né?). Vê-lo tentando se reconectar com os colegas de infância e encontrando todas aquelas situações constrangedoras foi doloroso. E diferente dos outros episódios, esse confronto com problemas pessoais envolve diretamente outros indivíduos e coloca as atitudes do personagem em xeque também.

Enquanto Vic e Rouge seguiam sozinhos em suas tentativas de encontrar alguma coisa para si, Rita compareceu (sozinha) a uma Mostra de Cinema que homenageava a sua jornada na Era de Ouro de Hollywood. Por mais que eu ache que esses encaminhamentos de crises individuais já tenham se esgotado na temporada passada, ainda vejo que a maneira como isso foi feito aqui simplesmente funcionou. Fazer Rita entrar em seus próprios filmes a fim de ceder emoções específicas para que Immortus renasça foi uma ótima ideia. E claro, o fato de vermos algumas cenas nesses Universos deu a oportunidade perfeita para o diretor de arte, os figurinistas e o diretor de fotografia brincarem à vontade. O toque metalinguístico retirou do episódio o peso de uma repetição de sofrimento e transformou aquilo em uma armadilha que, a tiracolo, serviu para fazer com que o não-grupo fizesse as pazes depois do desentendimento recente, quando tiraram Rita do posto de líder e colocaram Rouge no lugar.

April Bowlby também merece destaque por mostrar uma personagem que flutua em diferentes máscaras dramáticas, a depender do filme em que está. Como eu disse, acho que esse padrão de drama já foi esgotado na série, mas pelo menos a repetição não me soa patética, pois está vestida com outra carapuça. Agora quem tem mostrado serviço, bem quietinha  ali à margem dos eventos centrais, é Diane Guerrero. O conflito dela é o único verdadeiramente novo aqui, já que precisa encontrar um propósito para si mesma, não mais para Kay. E a atriz tem levado muitíssimo bem essa nova fase.

E para aproveitar que estamos falando em novidades, ver Keeg salvando o dia foi algo diferente e muito legal. Foi uma ação orgânica e nova na série, me fazendo dar um largo sorriso pela exibição do pequeno espírito como herói, independente de Larry. E não sei vocês, mas eu estou muito curioso em saber por quê ele está com “o pé atrás” com seu hospedeiro, após ouvir o que sua versão futura lhe disse. Se a questão do apocalipse das bundas zumbis não voltar, o novo fim de mundo será pelas mãos de Immortus, e provavelmente esse padrão de escolhas morais decisivas irá voltar. E quem sabe aí não termos uma resposta para isso? Ou talvez o próprio Keeg resolva contar para Larry o que de fato aconteceu, o que seria muito bom, pelo menos para espectadores ansiosos como eu.

Patrulha do Destino – 4X03: Nostalgia Patrol (EUA, 15 de dezembro de 2022)
Direção: Kristin Windell
Roteiro: Tanya Steele
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Skye Roberts, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Matt Bomer, Brendan Fraser, Michelle Gomez, Andi Matheny, Sendhil Ramamurthy, Elijah R. Reed, Zuri James
Duração: 51 minutos, cada episódio

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