Depois de muito dadaísmo, a Irmandade finalmente me libertou e eu voltei ao meu posto de direito, que defenderei com unhas e dentes das patas podres de Ritter Fan! Pois bem. Vamos falar do episódio dessa semana? Hope Patrol é um título irônico para esse episódio, que serve como um marco de meio da temporada, agora entrando em hiato. A história se afunila organicamente para o Universo onde supostamente Immortus deverá surgir, e o roteiro de Ezra Clayten Daniels basicamente nos mostra como Cliff, o último a ter sua longevidade sugada, chega a esse local, onde um dos apocalipses do ano deve acontecer.
Pelo visto, o negócio das bundas zumbis estava mesmo destinado a começar, mas não do jeito que a Patrulha do Destino tinha imaginado, não é mesmo? Cliff, com o coração mole e a cabeça maluca dele, simplesmente guardou uma bunda na geladeira (hahaha), uma que não quis ou não conseguiu matar. Talvez seja essa maldita que causará o futuro que eles viram lá no início da temporada. Ou talvez seja algo completamente diferente. O mais importante agora é que bem no meio da temporada as coisas se ajustaram para trazer os principais ingredientes que tirará esse poderosíssimo vilão do baú. Estou curioso para ver não só a figura de Immortus, mas também presenciar a “realização de sonhos” que ele prometeu trazer aos seus agentes.
Dos núcleos de personagens que se encaminham para o tal “Castelo de Grayskull”, o menos interessante é o de Vic com o seu amigo Deric. Eles acabam substituindo o antigo núcleo ruim do show, que era o de Larry, vira e mexe caindo num melodrama bem chatinho. Agora, o conflito de Larry com Keeg e a entrada de Rama (Mr. 104) em cena, é um dos mais legais. Só Vic ficou com o elo fraco. Quero dar destaque aqui à maravilhosa sequência em que Jane se encontra com Shelley Byron na loja de doces. Uma mistura de delicadeza com tensão sexual e aprisionamento psicológico deixam o espectador num tornado de sentimentos nessa cena, fortalecendo ainda mais o poder da interação entre as duas. Sem contar que eu adoro a fotografia desse Universo de Shelley, o mesmo valendo para a da cela viciada que Rouge e Rita visitam.
A relação dessas duas personagens é um absurdo de boa, e Michelle Gomez e April Bowlby estão reluzindo nesses papéis, dando voz a um tipo de amizade (ou sabe-se lá o caráter da relação que elas possuem) que a gente não tem nenhuma certeza para onde vai. Rouge é uma mulher enigmática, e sua dualidade entre bem/mal é um dos grandes ganhos para o seu desenvolvimento ao longo da temporada. Essa, aliás, é outra linha dramática que me deixa bastante curioso para ver como vai ficar quando Immortus aparecer. Por fim, Jane e Cliff também protagonizam uma cena muito bonita, quando ele tira a luva para poder tocar na mão da amiga e sentir o seu toque. Falando em Cliff, aliás, não poderia deixar de citar o quanto eu gargalhei com aquela luva falante fingindo ser o neto do personagem. Quando a gente acha que o show não nos trará mais maravilhosos absurdos, a gente chega a uma dessas. Que outras surpresas nos reserva a segunda metade da temporada, hein? Só espero que a presença de Immortus não faça parte de uma enrolação e que o retorno de fato traga muita coisa para a Patrulha fazer.
Patrulha do Destino – 4X06: Hope Patrol (Doom Patrol) — EUA, 5 de janeiro de 2023
Direção: Chris Manley
Roteiro: Ezra Clayten Daniels
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Skye Roberts, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Matt Bomer, Brendan Fraser, Michelle Gomez, Mark Sheppard, Wynn Everett, Hannah Alline, Va Lui, Daniel Annone, Jono Mitchell, Sendhil Ramamurthy, Elijah R. Reed, Yasmine Ryback
Duração: 45 min.
