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Crítica | Patrulha Estelar – 1X01: SOS Earth! Revive Space Battleship Yamato!

O começo de uma incrível série animada.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 03
Número de episódios: 77
Período de exibição: 06 de outubro de 1974 a 04 de abril de 1981
Há continuação ou reboot?: Sim. A Série Clássica é composta por três sagas, as duas primeiras de 26 episódios cada e a terceira de 25. Em seguida, há diversas outras séries, spin-offs e filmes animados e live-action que continuam, rebootam e reimaginam a Série Clássica.

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Em uma época em que animes eram apenas desenhos animados como outros quaisquer cuja maior diferença era sua origem japonesa, em que otaku era uma palavra que, se existia, ninguém por aqui usava, e que era completamente irrelevante saber a diferença entre shounen e seinen, existia Patrulha Estelar! E não era pouca coisa. Muito ao contrário, a criação de Yoshinobu Nishizaki é uma das grandes animações em série de ficção científica dos anos 70 sob qualquer base de análise e que faz empalidecer também um sem número de outras das décadas seguintes, inclusive a década presente. Há um cuidado extremo em cada detalhe da animação, seja em seus personagens, especialmente, aqui neste começo, o inesquecível Captain Jūzō Okita (Gorō Naya), de barba cheia e carregando nos olhos e ombros a responsabilidade de ser a última defesa da Terra, seja no design das naves e da gigantesca cidade subterrânea construída depois que a Terra foi devastada pelo ataque da raça alienígena Gamilon.

Com apenas 26 episódios, a temporada estabelece conexões mais ou menos diretas entre cada um deles, notadamente no início, com uma história macro única sendo contada e que acabou batizada de Busca de Iscandar, como um grande arco narrativo. Essa sua natureza – rara para a época – torna a análise do primeiro episódio apenas, objeto da coluna Plano Piloto, um pouco mais difícil, mas a grande verdade é que, mesmo levando-se em consideração apenas SOS Earth! Revive Space Battleship Yamato!, é perfeitamente possível entrever seu enorme potencial, começando pela trilha sonora imediatamente cativante, a abordagem da “honra dos samurais” que leva à aparente morte de Mamoru Kodai (Taichirō Hirokawa), capitão da nave que faz parte da frota de Okita que, por sua vez, toma a decisão tática de bater em retirada por capitanear a última nave da Terra, e a desolação de um planeta moribundo.

Quando a ação começa próximo a Plutão (que era planeta naquela época…), vemos a batalha que em tese ceifa a vida de Mamoru e faz Okita “fugir” para lutar outro dia, além da chegada de uma nave desconhecida à Marte, onde Susumu Kodai (Kei Tomiyama), irmão mais novo do capitão morto, e seu colega Daisuke Shima (Shūsei Nakamura) estão em treinamento, com os dois achando uma bela alienígena morta próxima a uma cápsula de fuga e uma mensagem da irmã dela, a Rainha Starsha, convidando os terráqueas a irem até seu planeta, Iskandar, para obter tecnologia que pode salvar o ecossistema da Terra e presenteando-os com a planta de um motor capaz de levá-los até lá. Em outras palavras, com muita calma e paciência, sem afobação, o episódio inaugural estabelece bases firmes para o desenrolar de todo o futuro da série, desde logo apresentando personagens marcantes que são muito mais do que apenas estereótipos unidimensionais e uma premissa que, mesmo não sendo a mais original do mundo, é o pontapé inicial para uma saga cativante.

A própria nave espacial Yamato, o inesquecível navio da Segunda Guerra Mundial recuperado e retrofitado para o espaço, sequer dá as caras nesse início, sendo, apenas, uma carcaça enferrujada no meio de um deserto da Terra que um dia foi mar e para onde Susumu e Daisuke vão para investigar a presença de outra nave estranha. A música tema da série subindo quando vemos os dois deparando-se com o navio transmite tudo o que precisamos saber sobre sua importância para a série, ainda que, mais tarde, nos dois episódios seguintes, vê-lo sendo recuperado e, então, decolando, seja capaz de emocionar qualquer um.

O começo de Patrulha Estelar é um grande exemplo de como começar uma série animada, exemplo esse que, na década seguinte, os americanos até por vezes tentaram, mas jamais conseguiram sequer chegar próximos. Tudo funciona a favor do piloto, seus designs cativantes de naves e personagens, os trabalhos de voz poderosos, a promessa de um épico espacial sem precedentes e uma animação 2D de fazer os olhos brilharem a cada frame. Não é sem querer que a série marcou o início de uma prolífica franquia de séries animadas, filmes animados e live-action e quadrinhos que continua viva no imaginário popular até hoje e, arriscaria dizer, ainda no panteão das grandes séries animadas de ficção científica.

Patrulha Estelar – 1X01: SOS Earth! Revive Space Battleship Yamato! (Uchū Senkan Yamato – 1X01: SOS chikyū!! Yomigaere uchū senkan Yamato – Japão, 06 de outubro de 1974)
Criação:
Yoshinobu Nishizaki
Direção: Leiji Matsumoto
Roteiro: Yoshinobu Nishizaki
Elenco (vozes originais): Gorō Naya, Kei Tomiyama, Taichirō Hirokawa, Yōko Asagami, Shūsei Nakamura, Junko Sakata, Takeshi Aono
Duração: 25 min.

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