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Crítica | Perry Rhodan – Livro 27: O Domínio do Hipno, de Clark Darlton

por Luiz Santiago
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Grande Ciclo: Via Láctea — Ciclo 1: A Terceira Potência — Episódio: 27/49
Principais personagens: Perry Rhodan, Reginald Bell, Major Deringhouse, Clifford Monterny, Ivan Ivanovitch Goratchin, Betty Toufry, Gucky, Tenente Bings, Sargento Adolf
Espaço: Terra (Terceira Potência, Terrânea), Marte, Lua.
Tempo: 1981

De todas as provações pelas quais os membros da Terceira Potência passaram até o momento, as que vemos aqui em O Domínio do Hipno me pareceram as mais angustiantes. Neste livro, Clark Darlton reforça o perigo que Clifford Monterny representa para a Terra, agora mostrando os ataques indiretos do vilão a Terrânia e o domínio mental que ele exerce sobre diversos pilotos e membros da Terceira Potência, dentre eles, o Major Deringhouse. Esse momento do embate é uma verdadeira prova de nervos para leitor, porque se Rhodan e sua equipe já estava tendo dificuldades de lidar com todos os mutantes de Monterny, com quem não tinham nenhuma ligação pessoal, quem dirá enfrentando os seus próprios amigos dominados pelo monstruoso hipno e telepata!

Neste 27º livro da saga finalizamos uma fase dentro do ciclo A Terceira Potência chamada Disputas Internas na Terra, iniciada em Ameaça a Vênus. Este foi o bloco de obras em que Perry Rhodan conseguiu unir definitivamente o planeta após uma tentativa de dominação do Bloco Oriental, realização em cuja reta final se encontrou o drama do super-mutante, alguém que ameaçava os sonhos de criação de um Império Terráqueo. Diferente do que vimos em livros anteriores, Rhodan não dá muita voz para a democracia nesse aqui não. Ele se sente pressionado por Crest e Thora (que também têm suas razões para pressioná-lo) e resolve dar um ultimato aos governantes de todo o mundo, literalmente dizendo que se não começassem a discutir e colocar em prática um governo único para toda a Terra, ele mesmo iria impor essa situação.

O debate que vem daí é muitíssimo interessante e pode ser considerado por diferentes lados. Se uma análise fria do que Perry Rhodan fez o coloca como líder autoritário e superpoderoso de uma nova nação, impondo a sua vontade sobre todas as outras (inclusive com ameaça militar!), vale também uma série de considerações sobre o que levou o personagem a este ponto. Acredito que desde O Crepúsculo dos Deuses o chefe da Terceira Potência vem falando sobre a necessidade de uma união entre as nações para a criação de um mundo melhor. Quando os Deformadores Individuais chegaram e principalmente depois da ida de Rhodan ao Sistema Vega, tornou-se imperativa a quebra das fronteiras para que a gente pudesse se ver como parte de um mesmo grupo de indivíduos, nativos do planeta Terra, prontos para conhecer e enfrentar quem quer que viesse de fora.

Por mais que esse novo momento tenha se concretizado via imposição, vale considerar que não foi uma imposição para ganhos pessoais de quem a fez, não foi uma imposição para manter o domínio absoluto de quem a fez, mas foi uma imposição vinda depois de muito tempo de sugestões e pedidos para que isso acontecesse. É aquele momento em que a gente precisa abrir um parênteses para uma atitude política autoritária. Veja a que ponto a boa literatura de ficção científica nos leva… E enquanto tudo isso acontecia por aqui, o Supercrânio formava um grande exército através de sua base em Marte, lançando mão de uma grande arma ao final de tudo: o mutante de duas cabeças chamado Ivan Ivanovitch Goratchin, homem capaz de transformar qualquer substância que contêm cálcio ou carbono em uma bomba.

Infelizmente, tive dificuldades para gostar da reta final do livro. A fuga e principalmente o fim do Supercrânio não fez jus à sua trajetória de ação e muito menos às suas estratégias de fuga e reajuste em momentos de crise. Se gastasse menos tempo descrevendo as palhaçadas de Gucky (eu adoro o personagem, mas tem hora que os vários parágrafos falando coisas com zero de importância para a história, só para ter um alívio cômico fofo, me irritam), o autor poderia explorar melhor esse momento final do vilão. Mesmo que o destino de Monterny fosse se arrebentar num asteroide qualquer de Júpiter, seria mais coerente que o valor dado às suas ações no decorrer do livro também aparecesse em seu fim, fechando o arco do personagem com os necessários detalhes. Por outro lado, a atitude de Bell no parágrafo final da obra é uma das coisas mais bonitinhas que já tivemos na saga, terminando o livro com uma dose de camaradagem que é muito gostosa de se ver. Agora é esperar para ver as consequências indiretas das ações do Supercrânio. Definitivamente, ninguém tem paz nesse Universo.

O Supercrânio está morto! Todos os homens submetidos ao domínio desse mutante dotado de forças hipnóticas quase insuperáveis e transformados em receptores de ordens automatizados podem respirar aliviados. Mas a atuação maléfica do Supercrânio ainda trará consequências involuntárias e inesperadas, narradas em CILADA CÓSMICA, o próximo volume da série Perry Rhodan. 

Perry Rhodan – Livro 27: O Domínio do Hipno (Im Banne des Hypno) — Alemanha, 9 de março de 1962
Autor: Clark Darlton
Arte da capa original: Johnny Bruck
Tradução: Richard Paul Neto
Editora no Brasil: Ediouro (1976)
181 páginas

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