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Crítica | Perry Rhodan – Livro 58: Ataque do Invisível, de Clark Darlton

Quem são os invisíveis?

por Luiz Santiago
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Grande Ciclo: Via Láctea — Ciclo 2: Atlan e Árcon — Episódio: 58/99
Principais personagens: Perry Rhodan, Talamon, Tenente-coronel Baldur Sikermann, Cadete Becker, Gucky, Tenente Marcel Rous, O Regente de Árcon
Espaço: Planeta Mirsal III
Tempo: Setembro de 2040

Subindo um pouco o nível em relação a O Atentado, Ataque do Invisível insere um problema novo para o Império Solar. É um livro que começa com cenas simples, mostrando o funcionamento da cúpula governista de Terrânia, explicando a necessidade de fazer retornar à Terra todos os espiões/agentes do Império Solar que estavam trabalhando em outros planetas. Com a descoberta pelo Robô Regente de que Perry Rhodan está vivo e que a Terra provavelmente ainda existe, há um certo temor de represália imediata. Mas tanto Rhodan quanto o leitor ficam surpresos ao perceber, pouco tempo depois, que o atual governante de Árcon não quer vingança, nem perseguição ou guerra. O robô faz um apelo para que Rhodan o ajude a vencer algo que vem atormentando a galáxia há 10 anos: ataques de seres invisíveis que simplesmente desmaterializam animais e habitantes dos planetas por onde passam.

Num primeiro momento, o público não teme os seres invisíveis, porque não existem muitos detalhes sobre eles. A nossa maior preocupação é o Robô Regente, que encarará Rhodan pela primeira vez em 60 e poucos anos. É um encontro importante para ambos os lados, e o chefe da Terceira Potência sabe disso, preparando com cuidado toda a “acareação”. No início, eu fiquei muito animado com a possibilidade de explicações inteligentes para o fato de Rhodan ter solicitado a conversa especificamente no planeta Mirsal III. A essa altura do campeonato, uma escolha aleatória não combina com alguém como o protagonista da série, não é mesmo? Assim, eu esperava realmente que houvesse algum motivo para essa escolha específica. Mas Clark Darlton não se dá sequer o trabalho de falar algo útil a respeito do planeta. Não nos é dada explicação alguma para o fato de Talamon, representante do Robô Regente, ter que ir precisamente para aquele corpo celeste. E essa escolha fica ainda pior do meio do volume para frente, porque os invisíveis atacam justamente esse planeta!

Não bastasse o autor silenciar em relação a qualquer tipo de critério para a escolha de Mirsal III, o inimigo invisível acaba atacando justamente aquele lugar? No meio de uma Galáxia inteira, o vilão foi aparecer justamente ali? É o tipo de coincidência que não dá para engolir de jeito nenhum! E seria a coisa mais simples do mundo definir, em um parágrafo que fosse, algo que validasse Rhodan ter escolhido aquele local ou o fato de os invisíveis também o terem escolhido para fazer uma espécie de “arrebatamento à la Thanos” dos habitantes e da fauna. Mesmo que uma explicação venha, no próximo volume, ela não apagará o peso que esse silêncio teve para Ataque do Invisível. Essa entrega total ao aleatório tornou a trama bastante bobinha em parte de sua estruturação.

Por outro lado, o problema a ser enfrentado é bem introduzido pelo autor. Eu gosto muito do mistério dos invisíveis, porque nem o Robô Regente e nem Rhodan conseguem sequer atinar para o que está acontecendo. Senti, porém, muita falta de um lado mais científico no processo de investigação. Se esse livro fosse escrito por K. H. Scheer, teríamos pelo menos o básico de pensamentos dos mais diferentes mutantes ou equipe científica sobre quem ou o quê possivelmente é esse inimigo. Já o medo que os personagens sentem desse novo vilão é progressivamente explorado no texto, e até Gucky se rende ao pavor do desconhecido.

Ataque do Invisível abre uma pequena janela dramática na série, conseguindo guiar de forma interessante esse enigma dos invisíveis sequestradores. O autor poderia colocar mais cenas de conversas inteligentes sobre o que está acontecendo, sobre espécies ou situações na História da Galáxia que tenha alguma similaridade com isso, em vez de descrições cansativas de robôs atirando para o nada. Mas pelo menos o volume termina com um bom gancho, prendendo a nossa atenção para a sequência, que realmente me deixou com a pulga atrás da orelha. O Robô Regente disse que a possível verdade deixaria Rhodan muito espantado. Hum… Quem será que está por trás de tudo isso?

O ATAQUE DO INVISÍVEL representa um perigo que exija a união de todas as inteligências da Via Láctea… O que terá acontecendo com os mirsalenses? Onde está o cadete Becker? Em O REGRESSO DO NADA, próximo título da série, as emoções continuam. 

Perry Rhodan – Livro 58: Ataque do Invisível (Attacke aus dem Unsichtbaren) — Alemanha, 12 de dezembro de 1962
Autor: Clark Darlton
Arte da capa original: Johnny Bruck
Tradução: Richard Paul Neto
Editora no Brasil: Ediouro (1977)
168 páginas

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