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Crítica | Pinky e o Cérebro – 1X01: Ratos de Laboratório

O insano e o gênio.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 4
Número de episódios: 65 (96 segmentos)
Período de exibição: 09 de setembro de 1995 a 14 de novembro de 1998.
Há continuação ou reboot?: A série é um spin-off de segmentos populares com os personagens inseridos em Animaniacs, aparecendo pela primeira vez em 1993. Mais tarde, eles figuraram na série Pinky, Elmyra e o Cérebro, que foi ao ar entre 1998 e 1999 e teve 13 episódios, e retornaram para a estrutura de segmentos no revival de 2020 de Animaniacs.

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Tom Ruegger fez de Animaniacs, sua criação de 1993 que sobreviveu até 1998 em sua primeira encarnação, um grande e excêntrico laboratório animado em que ele bebia de diversas fontes, incluindo e especialmente dos sensacionais e clássicos Looney Tunes. Construído não como uma animação comum, mas sim como uma espécie de “show de variedades”, a série apresentou, eminentemente, Yakko, Wakko e Dot, ou os Irmãos Warner, que, foram estrelas de cartuns nos anos 1930, mas que foram encarcerados na torre de água dos estúdios Warner desde então, escapando nos anos 90 e, claro, criando confusão por onde passavam.

Usando um formato quase de esquete com um elenco vasto, Ruegger teve a oportunidade de também apresentar Pinky e o Cérebro, dois camundongos brancos de laboratório geneticamente alterados, o primeiro um completo insano e, o segundo, um gênio do “mal”. Comandado por Cérebro e sua sede de dominação mundial bem na linha de vilões histriônicos de filmes do James Bond, os dois tentavam literalmente, toda noite, alcançar o objetivo do líder, sempre saindo de sua gaiola nos laboratórios ACME à noite. Com o sucesso de Animaniacs, a dupla de camundongos ganhou um spin-off próprio em 1995 que durou até 1998, com 65 episódios (ou 96 segmentos) ao longo de quatro temporadas.

Assim como em Animaniacs, o que marca Pinky e o Cérebro é uma espécie de competição interna dos roteiristas em criar o plano mais absurdamente mirabolante para os camundongos executarem. No primeiro episódio, que, em português, chama-se apenas Ratos de Laboratório, mas que, em inglês, é um trocadilho com Das Boot (O Barco: Inferno no Mar), Cérebro decide hipnotizar os humanos usando uma poção que mistura secreção de um sapo peruano e carne de caranguejo do Atlântico como um ingrediente de panqueca. No entanto, como ele não tem a carne de caranguejo, eles precisam furtar um submarino para navegar até o Titanic – sim, o navio que afundou em 1912 -, onde tem abundância do crustáceo, o que acaba causando uma espécie de incidente internacional que os colocam na mira de um capitão obcecado com a Guerra Fria.

A delícia de Pinky e o Cérebro é exatamente o quão absurdamente mirabolantes são os planos e o quanto a conexão de Pinky com Cérebro é sensacional. O camundongo esguio abilolado ganhou voz por Rob Paulsen, enquanto o baixinho e cabeçudo por Maurice LaMarche, em dois trabalhos de dublagem absolutamente inesquecíveis na forma como eles conseguem encapsular vilania e inocência em um pacote cercado de doçura, já que Cérebro, mesmo sendo em tese um “grande vilão” faz de tudo para proteger seu amigo e lacaio Pinky que, volta em meia, como é o caso aqui do piloto, acaba estragando o plano maquiavélico.

O roteiro de Peter Hastings estabelece o passo rápido do episódio – este primeiro é único, com alguns vários outros sendo na base do “dois em um” – que nunca esmorece por ser capaz de manter as novidades constantes, além de um humor referencial extremamente afiado que trabalha conexões com uma pletora de outras obras, além de conseguir criar mitologia própria sem a menor dificuldade. Essa é a segunda marca de Pinky e o Cérebro, um texto veloz, mas esperto e muito bem cadenciado que, mesmo não arrancando risadas de causar dores estomacais, mantém o sarrafo da qualidade de entretenimento bem lá no alto.

E Pinky e o Cérebro, claro, conta com um design de personagens daqueles que se fixa rapidamente no imaginário popular, além de usar a mesma técnica fluida de animação de Animaniacs que, por sua vez, bebe dos mencionados Looney Tunes. Os camundongos brancos que toda noite tentam dominar o mundo são grandes achados da animação noventista que não devem nada a seus antepassados ou aos seus sucessores.

Pinky e o Cérebro – 1X01: Ratos de Laboratório (Pinky and the Brain -1X01: Das Mouse  – EUA, 09 de setembro de 1995)
Criação:
Tom Ruegger
Direção: Liz Holzman, Al Zegler
Roteiro: Peter Hastings
Elenco: Rob Paulsen, Maurice LaMarche
Duração: 20 min. (cada episódio)

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