Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | Pluto: Ultracanil e Mickey & Pateta: O Bebezão

Crítica | Pluto: Ultracanil e Mickey & Pateta: O Bebezão

por Luiz Santiago
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Neste compilado, trago duas histórias da Disney dinamarquesa. Publicada em 2001, a primeira delas tem como destaque Mickey e Pateta (embora a titulação original indique que o Mickey é o protagonista, com o famoso anúncio “Mickey em…“) e é chamada O Bebezão.

Já a segunda aventura, publicada em 2011, tem Pluto e Mickey como destaque (com a titulação original dando protagonismo para o Pluto), é chamada Ultracanil. Você conhece essas histórias? Gosta delas? Não gosta delas? Leia as análises e deixe os seus comentários ao final da postagem!

Mickey e Pateta: O Bebezão

Nessa historinha simpática escrita por Sarah Kinney e desenhada por Carla Regalado Teixido temos um momento muito bonito de interação entre Mickey e Pateta, com um dando suporte ao outro num momento de vulnerabilidade — algo que acaba ganhando um outro sentido na pequena aventura, ou seja, de uma relação pai-e-filho. A história começa com uma discussão-armadilha para a qual não há uma verdadeira resposta. Ou, se há uma resposta, ela é relativista, porque cada fase da vida tem suas dificuldades, cada tipo de dependência pessoal ou responsabilidade de cuidar de outra pessoa tem suas particularidades, então não é um assunto que se resolve fácil. Mas cá estão os dois personagens discutindo o que é mais difícil: ser um bebê (querer falar ou fazer coisas e não ter como se expressar direito) ou ser um pai/mãe, que precisa interpretar tudo o que o bebê quer ou precisa?

Em sete páginas a roteirista consegue explorar bem essa questão, fazendo com que uma bolada forte que o Pateta leva na cabeça faça com que ele “volte a ser um bebê“. Sim, isso é um pouco bobinho e o andamento da trama, a partir de então, está mesmo dentro do caráter infantil desse tipo de história da Disney, mas não há nada de substancialmente errado com tal escolha da autora. Particularmente não gosto muito desse tipo de abordagem, de modo que a trama não avançou tanto para mim, mas entendo que, por aquilo que esse Universo propõe e pela óbvia simplicidade do enredo, resoluções como essas já deveriam ser esperadas ou consideradas. O mais bonito de tudo é ver o Mickey tomando conta do Pateta, agindo como se fosse pai dele. E tudo é finalizado como num ciclo de conversas sobre o mesmo tema. É uma boa história que deve agradar muito mais aos pequenos do que aos adultos.

Mickey e Pateta: O Bebezão (Bundle Of Joy / Tilbage til barndommen) — Dinamarca, 11 de janeiro de 2001
Código da História: D 98472
Publicação original: Anders And & Co. nº 2001-02
Editora original: Egmont Serieforlaget
No Brasil: Mickey #875 (Editora Abril, julho de 2015)
Roteiro: Sarah Kinney
Arte: Carla Regalado Teixido
Capa original: Cèsar Ferioli Pelaez
7 páginas

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Pluto: Ultracanil

Quem nunca precisou viajar e deixar seu animal de estimação com alguém ou em algum lugar que pudesse cuidar do animal não tem noção do peso que isso tem. Mais uma vez escrita por Sarah Kinney (e com desenhos de Joaquín Cañizares Sanchez) a presente aventura captura com muito realismo esse sentimento, esse tipo de experiência de separação entre um pet e o seu dono. Aqui, Mickey precisa ministrar uma palestra sobre como se manter calmo em situações de grande estresse, mas como o local da palestra não aceita animais, ele precisa deixar Pluto em um canil. Pelo que o roteiro indica, Mickey já tinha feito isso antes, e conhecia bem o local. Mas com o tempo, o espaço passou por mudanças, tornou-se plenamente digitalizado e os animais agora tinham comida e água fornecidas em horários específicos pelas máquinas e eram vigiados à distância pelos donos, que entravam em contato com eles através de um dispositivo de vídeo. Na teoria, uma ótima pedida. Já na prática…

É engraçado quando histórias exploram o exagero tecnológico que nos cerca e as consequências terríveis que esse tipo de falha podem trazer para nós. E notem que esse tipo de discussão já ronda as artes há bastante tempo. Só para citar uma passagem muitíssimo conhecida, vocês se lembram da cena com a “máquina de alimentação” em Tempos Modernos? Ela ironiza diretamente a tal profusão de coisas automatizadas em nosso cotidiano e a possibilidade de todas essas coisas simplesmente falharem e tornarem a nossa vida ainda pior e com mais problemas para serem resolvidos. Basicamente é esse tipo de pensamento que a autora explora na trama, onde Pluto salva o dia driblando o mau funcionamento da tecnologia. O que parece forçado demais até para esse padrão de texto é a correria de Mickey para voltar para casa, pegando o avião de um dos grandes aviadores da palestra e ainda chegando a tempo de ver Pluto feliz da vida por ter conseguido fazer o que fez. Custava exibir uma passagem menos estrambólica de tempo? Tudo tem um limite…

Pluto: Ultracanil (Ultra Kennel / Panik för Pluto) — Dinamarca, 3 de março de 2011
Código da História: D 2009-109
Publicação original: Anders And & Co. nº 2001-02
Editora original: Egmont Serieforlaget
No Brasil: Mickey #875 (Editora Abril, julho de 2015)
Roteiro: Sarah Kinney
Arte: Joaquín Cañizares Sanchez
Capa original: Michel Nadorp
7 páginas

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