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Crítica | Poltergeist – O Fenômeno (1982)

por Filipe Monteiro
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Quando pensamos em filmes de terror que marcaram época, alguns nomes sempre martelam nossas cabeças. Lembramos do talento natural de Alfred Hitchcock para filmes do gênero e também para bons suspenses, pensamos também na genialidade de Kubrick em O Iluminado. Outros tantos nomes também são evocados, como é o caso dos grandiosos O Bebê de Rosemary, O Exorcista, Drácula de Bram Stoker e alguns contemporâneos como é o caso de O Chamado e o recente Invocação do Mal. Dentre as obras mais marcantes do gênero, é impossível não fazer referência ao estouro que foi Poltergeist em 1982.

O longa é dirigido por Tobe Hooper, que à época já havia feito uma carreira significativa em produções de terror e adquirido notoriedade na direção do bem sucedido filme B O Massacre da Serra Elétrica. No entanto, quem sempre é lembrado e leva maiores louros pelo sucesso de Poltergeist é Steven Spielberg, idealizador, roteirista e argumentista do projeto. Fazendo justiça ao nome de Spielberg, o longa apresenta traços típicos do estilo do cineasta desde o equilíbrio com a leveza cômica bem articulada até nas referências que faz a Star Wars, obra de seu amigo George Lucas.

O argumento de Spielberg é bem simples, mas extremamente eficaz. O filme narra o cotidiano da família Freeling, recém chegada à nova casa no condomínio projetado pela construtora em que Steve trabalha como corretor. Steve e Diane, com quem é casado, têm juntos três filhos: a típica adolescente Dana, o garoto Robbie e a pequena Carol Anne, em torno da qual giram os principais eventos de que o longa trata. Uma estranha interação passa a se estabelecer entre a menina e vozes que saem da televisão, a partir daí, objetos passam a se mover sozinhos, talheres ficam tortos e as coisas vão gradativamente piorando muito.

A grande sacada de Poltergeist, título que faz alusão às forças sobrenaturais que circundam o drama da família Freeling, está no seu desenvolvimento, na qualidade técnica e nas boas escolhas de elenco. Apesar de apresentar um terror bem resolvido, o filme traz boas estratégias presentes no suspense e cenas cômicas que não destoam do restante do longa. Os efeitos visuais e sonoros também se destacam e renderam a Poltergeist três indicações ao Oscar e um BAFTA. O corpo de atores que integra o longa é bastante competente, mas as personagens que mais se destacam, sem dúvidas, são a médium Tangina, interpretada por Zelda Rubinstein, e Carol Anne. Heather O’Rourke, apesar da pouca idade, mostrava ter grande naturalidade no que fazia.

Não podemos ignorar, todavia, que grande parte do sucesso e do imaginário que ainda hoje ronda Poltergeist está associado aos estranhos eventos que sucederam a produção do longa. A primeira atriz do elenco a morrer foi Dominique Dunne, que interpretava Dana. Dunne foi assassinada pelo namorado no ano de lançamento do filme. A segunda morte de uma atriz do elenco principal aconteceu com a protagonista Heather O’Rourke, que foi acometida por uma infecção intestinal pouco depois de haver gravado Poltergeist III. Há ainda uma boataria que circula sobre uma possível utilização de esqueletos humanos em algumas cenas. O que não é boato é que para além de ser um ótimo filme, Poltergeist detém um simulacro de mistério, o que é ainda mais caro para os amantes do gênero.

Poltergeist – O Fenômeno (EUA, 1982)
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Steven Spielberg
Elenco: Heather O’Rourke, Craig T. Nelson, JoBeth Williams, Zelda Rubinstein, Beatrice Straight, Dominique Dunne, Oliver Robins
Duração: 120 min.

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