Home TVEpisódio Crítica | Powerless – 1X07: Van v Emily: Dawn of Justice

Crítica | Powerless – 1X07: Van v Emily: Dawn of Justice

por Giba Hoffmann
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Van v Emily: Dawn of Justice traz no título uma premissa que, ainda que obviamente jocosa, nos promete um embate épico entre nossos protagonistas: o hilario inescrupuloso Van (Alan Tudyk) e a fantasticamente chatinha Emily (Vanessa Hudgens). O embate, no fim das contas, não chega a ser tão épico assim (o título poderia ter sido guardado para um season finale contando com um conflito mais catastrófico entre os dois), mas com certeza entrega bons e divertidos momentos que entram para a galeria de sucessos da série.

A trama é bastante simples e típica da comédia no ambiente de trabalho: Emily percebe que, dada sua posição, deveria ter uma sala exclusiva. Sua mesa no escritório geral é posicionada de tal forma que ela frequentemente é confundida com a recepcionista e, dada a personalidade de Emily, vemos que ela até mesmo acaba fazendo as vezes da função, mesmo tendo um cargo de chefia. Buscando pôr um fim à tal situação indigna, Emily confronta Van a respeito de ter uma sala só sua, mas recebe a resposta de que não há espaços livres. Posteriormente, muito provavelmente com a ajuda de Jackie (Christina Kirk), Emily descobre uma sala vazia inutilizada por Van, que mandou trancá-la após ver uma aranha por lá. Ela ocupa e decora a sala, mas Van não aceita a afronta e despeja a moça rapidinho.

Revoltada, Emily mostra seu lado menos amável e mais competitivo e, se aproveitando do fato de que Van está com a sala cheia de brinquedos de sua infância (situação que rende ótimas cenas), enviados pelos pais que só agora desmontaram seu quarto, desafia-o para um duelo em um brinquedo de arco-e-flecha (com temática do Arqueiro Verde, pra forçar uma referencinha ao universo DC, claro). A partir disso, Emily percebe que existe uma grande conspiração em torno de Van, para fazê-lo se sentir um vencedor, remontando desde seu nascimento até a relação com os funcionários nos dias de hoje. Determinada a fazê-lo engolir sua arrogância, a moça confronta ele neste ponto que dói mais. Esse desfecho rencde ótimas cenas de comédia, com destaque para as revelações das falcatrueiras “conquistas” de Van. Mas não é só isso. Surpreendentemente, vemos um pouco de desenvolvimento de personagem, leve e despreocupado, porém essencial, no sentido em que vimos em The Office ou Parks and Recreation. Trata-se de um episódio que fortalece um pouco mais a dinâmica entre os dois personagens, fator que, somado com uma atuação cada vez mais confiante por parte de todo o elenco, ajuda a série na direção de conquistar uma identidade própria.

Fora o plot principal, temos um subplot simples em que Teddy (Danny Pudi) se apaixona pela heróina Fúria Verde (Natalie Morales) (versão pré-crise de “Fogo” – nome criativo – heroína brasileira que apareceu pela primeira vez no quadrinho Super Friends #25, de 1979) após ela salvar sua vida (as pessoas de Charm City, por conta da segurança trazida pelos heróis, perderam um pouco de seu instinto de preservação, e aparentemente CAEM de prédios sem que isso signifique uma tentativa de suicídio). Trata-se de uma pequena história que não adiciona muito para o episódio ou para o personagem, que no fim das contas acaba parecendo um babaca pela forma com que trata Hannah (Ariel Meislin), de forma gratuita. Veremos se a história receberá algum tipo de retomada no futuro, ou se foi apenas jogada de qualquer jeito para forçar a referência ao Universo DC, o que seria péssimo. Fica a impressão de que, mesmo que fosse o caso de trazer novamente a Fúria Verde, a história que aparece aqui seria melhor apresentada se contada, em background, ao longo de pelos menos dois episódios. A sensação é a de que certas partes dos episódios surgem como uma “colagem” de ideias soltas e mal-interligadas com a trama mais geral do episódio em questão. Resta esperar e torcer para que as tramas relativas à identidade do Olimpiano, a partida da Raposa Escarlate e o amor platônico de Teddy pela Fúria Verde voltem a aparecer e levem para algum lugar.

Após um último episódio apenas mediano, Powerless nos traz o infamemente intitulado Van v Emily: Dawn of Justice com uma bem-sucedida performance reminiscente dos bons episódios Cold Season e Emily Dates a Henchman, renovando as boas expectativas a respeito da série. Com um roteiro divertido e bons momentos de personagem para os protagonistas, suportados por uma atuação e direção notadamente mais confiantes do que nunca, temos aqui mais um episódio que vale a pena ser visto e que faz brilhar um pequeno facho de luz no fim do túnel para a conturbada série, embora ainda permaneça a impressão de que a turma da Wayne Security não contará o apoio necessário da emissora para continuar no ar.

Powerless – 1X07: Van v Emily: Dawn of Justice — EUA, 06 de abril de 2017
Direção: Linda Mendoza
Roteiro: Greg Lisbe, Lillian Yu, Jared Miller
Elenco: Vanessa Hudgens, Danny Pudi, Christina Kirk, Ron Funches, Alan Tudyk, Jennie Pierson, Josh Breeding, Natalie Morales, Ariel Meislin
Duração: 22 min.

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