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Crítica | Doctor Who: Prisioneiros do Tempo #1 de 12

por Luiz Santiago
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Equipe: 1º Doutor, Ian, Barbara e Vicki
Espaço-tempo: Londres, 1868

Num interessante início de minissérie e tendo o famoso biólogo Thomas Huxley – patriarca de uma família de Huxleys laureados – como parceiro de aventura do 1º Doutor, essa estreia de Prisioneiros do Tempo (2013) nos promete de cara uma intrigante e solitária jornada das várias encarnações do Doutor para um lugar misterioso, a fim de encontrarem-se com sabe-se lá quem. A tirar pelo tipo de vilão aqui apresentado, temos poucas pistas, o que é ótimo, porque ainda há 11 edições pela frente e é necessário um bom plot de suspense para estender a aventura por tanto tempo. De qualquer forma, sabemos que essa entidade ou pessoa está manipulando vilões do Doutor com um objetivo bem claro e também intrigante: isolar o Time Lord de seus companions.

A história começa com esse misterioso ser/homem de manto longo, olhando para uma tela onde estão fotos das 11 primeiras encarnações do Doutor. Ele faz comentários num típico modelo de discurso vilanesco, mas o roteiro não se desenvolve ou explora bem esse lado do vilão. A iniciativa mostrada nas primeiras páginas fica clara ao final, e como já foi dito, tem por objetivo deixar o Doutor solitário (é bom que haja uma boa justificativa pra isso).

Quem não ficaria desesperado ao ver uma formigona dessas indo atrás de si?

O “vilão-laranja” usado pela entidade para atrair o 1º Doutor é a força Animus, uma “Old One” de poderes psíquicos, vinda do Pré-Universo,  que escravizava os Zarbi no planeta Vortis mais ou menos por volta do ano 20.000 (The Web Planet). Considerando a importância da força Animus, devo tomar como princípio que a verdadeira mente por trás desse plano é de alguém muito poderoso, e eu vou ficar muito bravo se não for, afinal, essa mente que arquitetou os sequestros dos Doutores (estou assumindo que veremos o isolamento de todas as outras encarnações) sabia dos riscos que poderia correr e mandou forças poderosas para agir em seu lugar, mesmo sabendo que elas poderiam ser mortas, como aconteceu com a força Animus nessa edição.

Scott e David Tipton fizeram muito bem a lição de casa antes de escreverem o roteiro dessa história. Eles capturaram de maneira irreparável o espírito do 1º Doutor, trazendo inclusive seus murmúrios, o modo de tratamento às pessoas ao seu redor, e como ponto cômico de uma história séria, a confusão proposital que o Doutor fazia do sobrenome de Ian. Também os companions receberam uma atenção especial, com destaque para a atitude badass de Ian, que atropelou o corpo físico da força Animus e – creio que foi isso – abriu um portal no tempo para mandar todos os Zarbi pra casa (essas formigas que estão no quadro acima) e também provavelmente ativou o que quer que seja que tirou o Doutor daquela subestação e o levou para “outro” lugar.

Ian Chesterton: de biólogo a condutor de trem do século XIX e matador do corpo físico de uma força mais antiga que o próprio Universo…

O que não em agradou aqui foi a arte de Simon Fraser. Apenas os quadros com o 1º Doutor são bem desenhados, mas de resto, suas caracterizações parecem rabiscos bêbados, tortos, um estilo que tirou a graça visual da obra. A diferença é tanta, que eu demorei um bom tempo para descobrir que a outra companion dessa aventura era Vicki, porque não a reconheci de imediato. Mesmo Barbara está absurdamente estranha, embora eu suspeitasse que fosse ela, quando a vi nos primeiros quadros.

Mesmo com tropeços, mas com muita coisa legal em pauta, Prisioneiros do Tempo #1 apresenta o início de uma jornada que não parece reservar um futuro animador para o Doutor. A história funciona bem tanto como primeiro passo de uma minissérie, quanto como drama isolado, já que tem mesmo a função de trazer à luz a crônica de como o 1º Doutor foi sequestrado pela entidade que está por trás de todo esse jogo. Fica a curiosidade de saber quem é, por quê está fazendo isso e o que quer do Doutor.

Prisoners of Time #1 – UK, 2013
Roteiro: Scott Tipton, David Tipton
Arte: Simon Fraser
Cores: Gary Caldwell
Editora: IDW Publishing
Páginas: 33

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