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Crítica | Quero Matar Meu Chefe (2011)

por Gisele Santos
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Atire a primeira pedra quem nunca teve um chefe mala. Aquele que te atola de trabalho, não te reconhece profissionalmente e ainda por cima só se dá bem na vida. É dessa premissa que nasceu Quero Matar Meu Chefe, comédia dirigida pelo ainda novato Seth Gordon, mais conhecido por dirigir episódios de comédias na TV como Parks and RecreationModern Family, Community e The Office.

O filme bebe de um clássico de Alfred Hitchcok de 1951, Pacto Sinistro. Nele, dois sujeitos se encontram em uma viagem de trem e depois de uma longa conversa decidem assassinar seus desafetos, mas de uma forma muito engenhosa: um cometerá o assassinato para o outro, dessa forma, a polícia não chegaria ao assassino de nenhuma das duas vítimas. A ideia é genial, o problema é que no filme de Gordon os protagonistas são simplesmente completos idiotas.

Jason Sudeikis, Jason Bateman e Charlie Day vivem os funcionários que, do dia para a noite, decidem dar cabo na vida de seus chefes. Jason é um contador que tem como patrão um cara totalmente viciado em cocaína e prostitutas. Um verdadeiro escroto, interpretado pelo quase irreconhecível Colin Farrell. Bateman é um executivo que sonha com uma promoção que nunca vem graças ao seu chefe sádico e fascista interpretado por Kevin Spacey. Já Charlie vive o ajudante de uma dentista tarada e fogosa, vivida pela ex-Friends Jennifer Aniston de forma muito divertida e caricata. Ele é assediado diariamente por Jennifer Aniston, sua fogosa e tarada chefe. Ela quer ainda acabar com o noivado do moço, que tem o casamento como plano de vida (em determinado momento do longa ele diz que o sonho da sua vida era ser um marido. Alguém lá sonha em ser marido de alguém?). Por sinal, a motivação de Charlie é a que menos convence no filme: matar a sua chefe porque ela dá em cima de você?

Com a ideia fixa de acabar com a vida de seus empregadores, o trio de amigos decide contratar um matador profissional. Lógico que eles não têm a menor noção do que estão fazendo e buscam o tal assassino em um bar barra-pesada da cidade. É lá que eles encontram Ferra-Mãe Jones (na tradução o sentido da piada se perde, e muito), vivido por Jamie Foxx, uma espécie de “assessor para assassinatos” que rende boas piadas para o filme.

Piadas por sinal não faltam ao roteiro afiado de Quero Matar Meu Chefe, assinado pelo trio John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein e Michael Markowitz, conhecidos como atores ou escritores de seriados menores de TV. Eles conseguem boas tiradas om humor nada politicamente correto e alguns palavrões. Claro que como quase toda a comédia americana as piadas com bundas e seios estão presentes, mas desta vez elas são mais elaboradas e fazem sentido ao roteiro como um todo. Além disso, elas ficam ainda mais engraçadas graças ao excelente timing da edição, com bons cortes que fornecem à obra uma velocidade que acompanha o ritmo das piadas.

Entre planos de morte, trapalhadas e ótimas sacadas, Quero Matar Meu Chefe é bem mais divertido do que imaginava. Como uma amante da comédia (mas que dificilmente ri com os exemplos atuais do gênero) me diverti com as trapalhadas dos três protagonistas e com o desenrolar da história (apesar de o final ser bem óbvio). Uma comédia despretensiosa que diverte e cumpre a sua missão. Ah, se todas fossem assim…

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses) – EUA 2011
Direção: Seth Gordon
Roteiro: John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein, Michael Markowitz
Elenco: Jason Bateman, Charlie Day, Jason Sudeikis, Colin Farrell, Jennifer Aniston, Kevin Spacey, Jamie Foxx, Steve Wiebe, Lindsay Sloane, Michael Albala, Donald Sutherland
Duração: 98 minutos

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