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Crítica | “Saint Cecilia” – Foo Fighters

por Handerson Ornelas
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Parece que a estratégia utilizada por Beyoncé em 2014 lançando seu disco homônimo de surpresa realmente gerou frutos. Desde então vários artistas fizeram o mesmo e lançaram material sem anunciar previamente, nomes populares como Drake e Miley Cyrus. Ainda que em um contexto diferente, mas também surpreendendo os fãs, o Foo Fighters lançou Saint Cecilia no início dessa semana, um EP gratuito com 5 faixas inéditas. Saint Cecilia, segundo o próprio Dave Grohl, é um presente aos fãs por tudo que estes permitiram acontecer nos últimos dois anos, talvez o período que a banda mais esteve presente na mídia. O EP mostra ser muito mais que um conjunto de faixas boas e despretensiosas (o disco foi gravado em outubro!), mas, de acordo com a carta escrita por Dave, também um novo ponto para a carreira do grupo.

Na belíssima carta escrita por Grohl ele cita o poder que a música possui, fala dos ataques terroristas a Paris e ainda sobre o “fim” desse percurso de dois anos do FF, deixando a entender que a banda entrará agora em um hiato sem previsões de quando volta. Dentro desses dois anos o Foo Fighters realmente presenciou um turbilhão de acontecimentos: lançaram o álbum e a série Sonic Highways – onde cada faixa foi gravada em estúdios importantes de diferentes cidades – fizeram uma longa turnê, receberam de presente um viral emocionante mostrando mil pessoas de uma cidade italiana cantando e tocando juntos Learn To Fly, além de Dave quebrar a perna e, mesmo assim, não desistir da turnê, criando inclusive um “trono” para si nos shows.

E Saint Cecilia chega como presente de maneira gratuita para os fãs baixarem no site do grupo. O EP, que conta com o nome da padroeira da música, é descompromissado, mas consegue chamar atenção. Saint CeciliaSean seguem na mesma linha melódica que a banda vem fazendo, sem decepcionar ou surpreender, soando como um complemento a Sonic Highways. Savior Breath possui um peso que não se vê há tempos em faixas do FF, onde riffs sujos e solos extraordinários fazem a faixa parecer quase uma homenagem ao MotorheadIron Rooster é a pausa calma após o peso da faixa anterior. Começando quase como uma faixa de Neil Young, ela carrega uma aura folk que chega a lembrar Fleetwood Mac e Stevie Nicks (que inclusive fez participação na turnê da banda). E o EP fecha com a surpreendente Neverending Sigh, uma das melhores faixas do grupo lançadas nos últimos anos. O impressionante é que se trata de um música de 20 ANOS DE IDADE, feita nos primórdios do grupo, lá atrás, perto de quando lançaram o homônimo debut. A guitarra alinhada com a veloz bateria e os vocais de Grohl passam a impressão deste dizendo um “até logo” aos fãs.

Mesmo descompromissado – como em essência vem sendo os trabalhos do Foo Fighters – Saint Cecilia consegue impressionar em certos pontos. É um belo presente do grupo aos fãs que vem sendo tão gentis nos últimos anos. Como o próprio Grohl disse, se trata de “uma celebração a vida e a música”. E disso Dave Grohl parece entender já que sua banda pode não inovar em absolutamente nada, mas consegue divertir bastante. E se isso acontece, em parte é devido ao vocalista ser uma das figuras mais carismáticas do rock mainstream atual.

Aumenta!: Neverending Sigh
Diminui!: Sean
Minha canção preferida: Savior Breath

Saint Cecilia
Artista: Foo Fighters
País: Estados Unidos
Lançamento: 23 de novembro de 2015
Gravadora: RCA
Estilo: Rock

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