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Crítica | Servant – 3X05: Tiger

A calmaria antes da tempestade?

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Tenho para mim que Servant perde muito quando quebra sua mais importante regra, que é a de não ter tomadas externas. A primeira vez que isso aconteceu de maneira extensiva e sem uso de recursos tecnológicos interessantes como FaceTime foi em Hair, e o resultado foi muito fraco. Afinal, o episódio não soube justificar o que deveria ser uma exceção e fez algo apenas “por fazer”, sob a desculpa de precisar introduzir adolescentes sem-teto nas imediações, o que poderia ter sido feito de diversas outras maneiras mantendo a claustrofobia da casa dos Turners.

Tiger é a segunda vez em que essa quebra de regra acontece, dessa vez com uma “feira de rua” em frente à casa, organizada por Dorothy. A feira em si pareceu-me tirada da cartola demais, sem nenhum traço de preparação anterior, sequer uma mençãozinha de que ela aconteceria alguma hora. Ela simplesmente se materializa ali, sem mais, nem menos. Por outro lado, a direção de Celine Held e Logan George é muito boa para criar o que parece ser o último dia de felicidade e descontração de Leanne, que é a justificativa do roteiro de C. Henry Chaisson para localizar a ação do lado de fora da casa, justificativa essa louvável e que funciona.

Ver Nell Tiger Free sorrir de verdade na série é uma raridade e a atriz se transforma aqui. Não que ela se revele uma grande atriz nem nada, mas estamos tão acostumados a vê-la de semblante sério ou assustado, que vê-la dançar, sorrir, pular, brincar e, ainda por cima, com uma maquiagem “meta” de tigre foi uma surpresa que não esperava e que a muda quase que completamente. Chega a ser contagiante como a fantasmagórica Leanne torna-se uma pessoa “normal” por alguns minutos, o que torna os dois minutos finais ainda mais interessantes com o crescendo de tensão que começa mesmo com aquele dedo sinistro tocando na testa dela durante a sessão de maquiagem.

Se a ambientação estranha ao normal da série finalmente ganha uma boa justificativa, que leva a uma condução narrativa com significado para a trama, não posso falar o mesmo do desenvolvimento em si da história. Sou o primeiro a reconhecer o ritmo da série como sendo de pequenos incrementos a cada episódio, mas o passo parece estar particularmente lento pelo menos desde Hair, com Tiger, que marca a metade da temporada, mesmo criando uma boa cena de tensão ao final, não trazendo nada de realmente diferente em relação ao que sabíamos. É bem provável que o que aconteceu com Leanne na praça na elipse temporal que corta para ela voltando para a casa ganha detalhamento posterior, mas, mesmo assim, julgando este episódio apenas, ele contribui pouco demais para o caminhar da série.

Não tenho a menor dúvida de que Tony Basgallop tem um plano firme para sua criação, mas ele parece estar muito descaradamente empurrando tudo para sua vindoura quarta e última temporada, o que pode tornar esta terceira não mais do que um grande filler. Ainda temos metade da temporada pela frente e ele ainda pode compensar o ritmo extremamente lento que imprimiu até agora, mas isso significaria potencial acelerar o ritmo para além do que a série costumeiramente faz, o que pode quebra outra de suas regras basilares. Mas, claro, isso é especulação. O que temos, pelo momento, é pouco demais e ainda há tempo de corrigir curso sem correrias. Se a Leanne pós-trauma no parque será outra que fará a série começar a andar novamente, descobriremos muito em breve.

Servant – 3X05: Tiger (EUA – 18 de fevereiro de 2022)
Criação e showrunner: Tony Basgallop
Direção: Celine Held e Logan George
Roteiro: C. Henry Chaisson
Elenco: Toby Kebbell, Lauren Ambrose, Nell Tiger Free, Rupert Grint, Sunita Mani
Duração: 26 min.

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