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Crítica | “Songs Of Innocence” – U2

por Handerson Ornelas
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Antes de Coldplay, Muse e Maroon 5 emularem esse famoso “rock alternativo”, o U2 era uma das primeiras bandas a fazer sucesso mundial com essa sonoridade. A banda evoluiu, passou por diferentes gerações e, ainda assim, parece não ter envelhecido. Após 5 anos sem lançar material inédito, a banda surpreendeu a todos em um marketing com a Apple e  disponibilizou no dia 9 de setembro seu novo álbum, Songs Of Innocence, gratuito no iTunes. Alguns já dizem que é o maior lançamento de um álbum na história, com 500 milhões de cópias distribuídas pelos aparelhos ao redor do mundo.

Se alguém ainda tem dúvida que o produtor musical Danger Mouse já entrou pra história da música, Songs Of Innocence é mais um grande ponto para seu currículo. Uma produção de alto nível com remixagens excelentes. Possivelmente, o melhor adjetivo para se caracterizar o álbum é “rico”. Rico em arranjos, em melodias e na afinação de Bono, elevada a outro nível.

O disco é uma obra introspectiva, a banda se preocupa em viajar pela sua própria história, nas várias sonoridades pelas quais passou e suas influências. Bono pensa mais em falar de sua própria vida do que fazer críticas políticas. A faixa de abertura já mostra isso, The Miracle (Of John Ramone) é uma homenagem aos Ramones, banda pioneira do punk rock que possui uma grande importância para o cantor.

O grupo passa por diversos momentos durante o trabalho: desde a veia mais romântica e sonoridade mais moderna de Song For Someone, passando pelo clima dançante de rock’n roll no som forte do baixo de Adam Clayton em Volcano, até Raised by Wolves onde The Edge e sua guitarra fazem um papel importante, lembrando os primeiros álbuns da banda. Há também espaço para baladas no estilo de One, como Sleep Like A Baby Tonight, com uma base eletrônica que embala a melodia romântica.

Há também a belíssima homenagem aos Beach Boys em California (There Is No End To Love). A faixa, que tem no nome o lugar onde nasceu “os meninos da praia”, abre com uma harmonia de vozes que lembra o grupo californiano. A partir dalí se segue uma melodia, além de romântica e animada, bastante nostálgica. O mesmo conteúdo melódico parece voltar em canções como Iris (Hold Me Close), letra bem intimista feita pelo vocalista.

Bono também escreve uma letra de como superar problemas em The Troubles, faixa que fecha o disco em grande estilo. A cantora Likke Li canta o ótimo refrão que, por sinal, beira a indie music: Somebody stepped inside your soul (Alguém deu um passo dentro de sua alma). A faixa ainda deixa um espaço especial ao fim para o melódico solo de guitarra de The Edge.

Em um cenário musical onde o rock alternativo parece ter virado uma grande farofa, Songs Of Innocence parece soar como um álbum muito necessário. O U2 escreveu uma grande carta ensinando como fazer música de qualidade na atualidade. Leia, ou melhor, escute.

Songs Of Innocence
Artista: U2
País: Estados Unidos
Lançamento: 9 de setembro de 2014
Gravadora: Island Records
Estilo: Rock Alternativo

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