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Crítica | Sonic 2: O Filme

O famoso ouriço azul dos games está de volta, mais divertido e dinâmico que o primeiro filme.

por Leonardo Campos
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Um dos personagens mais amados dos games está de volta, numa segunda e mais divertida incursão cinematográfica. Sonic 2: O Filme, abraça a vitalidade deste personagem carismático, já apresentado ao público na produção de 2020, considerada apenas “boa” em minha crítica tão rabugenta quanto Knuckles, figura importante do universo dos jogos que dá as caras por aqui, sendo um dos responsáveis por tornar esta continuação um presente para pessoas como quem vos escreve, um nostálgico jogador de Mega Drive durante a adolescência e ainda amante na vida adulta, interessada na plataforma 2D e sem vontade alguma de adentrar nos avanços tecnológicos imersivos deste campo de entretenimento que proporciona, hoje, jogos mais realistas e voltados aos anseios visuais das gerações contemporâneas. Em meu processo de metacrítica, observei que na análise do primeiro filme deste universo que aparentemente não terminará por agora, haja vista as cenas pós-crédito e a recepção financeira favorável ao ouriço azul esfuziante, considerei a presença de Jim Carrey como vilão uma jornada excessivamente histriônica, algo habitual quando este talentoso ator versátil se entrega aos desempenhos cômicos. Além disso, tive problemas com o ritmo inicial da narrativa, demorado para nos fazer adentrar na aventura. Percebi, no entanto, que o filme não era o game. E assim, consegui uma sessão de entretenimento mais garantida nesta divertida e dinâmica segunda empreitada.

Com direção de Jeff Fowler, novamente no pedaço, a conduzir o roteiro de Pat Casey e Josh Miller, agora com contribuições de um terceiro membro, John Witthington, Sonic 2: O Filme parte logo para o que interessa, isto é, a abundância de ação e a observação do ouriço azul situado em nosso mundo. Ele ainda é habitante de Green Hill, cidade que faz referência aos ambientes apresentados nas primeiras fases florestais dos jogos. Sonic mora com Tom (James Marsden) e Maddie (Natasha Rothwell), casal que o trata como filho, dando-lhe conselhos, supervisionando as suas ações e concedendo-lhe um quarto que o ouriço mantém como um adolescente rebelde, isto é, arruma apenas quando é pressionado. No desfecho do filme anterior, eles conseguiram frear a ação de Robotinik (Carrey), um homem transtorno com planos mirabolantes de dominação mundial, bem como aniquilação do ouriço que é, digamos, a sua pedra no sapato. Agora, o antagonista escapa do planeta dos cogumelos, para onde tinha sido enviado, tendo como apoio Knuckles, um antigo rival da tribo da Garra Longa, lugar de origem de Sonic.

Após fazer uma experiência de disseminação energética, Robotinik atrai o personagem avermelhado, último guerreiro da tribo dos Esquidnas, parte integrante do universo dos jogos inserido nesta continuação. Ele se considera o guardião da Esmeralda Mestre, recurso deixado para Sonic ser o grande responsável. Ao citar o ouriço para Knuckles, aqui na voz de Idris Elba, o vilão garante a sua travessia para o nosso planeta. Ele pretende enganar o poderoso personagem para destruir o ouriço e assim, garantir para si a Esmeralda que lhe fornecerá poderes nunca antes conquistados. Diante desta situação, Sonic agora precisará lidar com dois rivais, numa batalha repleta de muita ação e aventura. Como apoio, o roteiro inseriu Tails, aliado de herói azulado, figura que aparece em cena como um admirador das ações do ouriço, com seu aviãozinho vermelho e rabo circulatório que permite uma série de referência ao universo dos jogos, em especial, a segunda jornada de Sonic, aqui também representada pelo robô do desfecho, comandado por Robotinik, além de menções a algumas fases da melhor travessia destes personagens no bojo dos games, ao menos em minhas experiências de jogador.

Inicialmente sem os seus responsáveis, em diversão numa viagem ao Havaí, o herói se sente um guardião da sociedade e constantemente se envolve em impedimento para roubos de bancos e outras ações criminosas, num feixe de citações que nos faz lembrar o noturno Cavaleiro das Trevas. Ele conta com a ajuda de Tails para garantir o resguardo para a Esmeralda Mestre e impedir os planos maquiavélicos de Robotinik, numa jornada que ainda conta com referências aos principais momentos do primeiro jogo da SEGA, em especial, a complexa e irritante fase do templo aquático, uma das mais difíceis de atravessar para quem conhece os jogos. Nesta trajetória cinematográfica, Brandon Trost garante uma eficiente direção de fotografia, habilidosa para a inserção de todos os elementos supervisionados pela gigantesca equipe de efeitos visuais, elaborados com muito esmero nesta sequência dinâmica, apesar de muito longa, afinal, quase 120 minutos e muitas subtramas podem deixar a proposta de entretenimento um tanto extensa demais, até mesmo para o público infantil, talvez o principal alvo de produção, bem como para nós, adultos amantes deste personagem divertido, carismático e parte da nossa memória, aqui inserido em cenas muito engraçadas, tais como as batalhas da neve e a dança num bar situado numa zona desconhecida e perigosa para os heróis que lutam em prol de um mundo melhor.

Sonic – O Filme (Sonic the Hedgehog 2) — Estados Unidos, 2022
Direção: Jeff Fowler
Roteiro: Patrick Casey, Josh Miller, John Witthington, Naoto Ohshima, Hirokazu Yasuhara, Yuji Naka
Elenco: Adam Pally, Bailey Skodje, Ben Schwartz, Breanna Watkins, Dean Petriw, Debs Howard, Elfina Luk, Frank C. Turner, James Marsden, Jeanie Cloutier, Jeff Sanca, Jim Carrey, Leanne Lapp, Lee Majdoub, Melody Nosipho Niemann, Natasha Rothwell, Neal McDonough, Nicholas Dohy, Shannon Chan-Kent, Tika Sumpter
Duração: 122 min.

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